Crítica – Amor em Sampa

Estreia nesta quinta-feira (18) o filme brasileiro Amor Em Sampa, com roteiro de Bruna Lombardi e direção de Carlos Alberto Riccelli. Os dois, que atuam no filme como personagens principais, já trabalharam em outros filmes como roteirista e diretor. Entre eles, Onde Está a Felicidade e Signo da Cidade.

O longa, como o título sugere, é uma comédia musical que retrata histórias de amor em São Paulo. A principal proposta é arrancar risadas do público. Lombardi, em entrevista ao Curitiba Cult, afirmou que o filme também é para refletir. Verdade, Amor em Sampa é uma homenagem a todas as pessoas que ajudam a transformar o mundo num lugar melhor de alguma maneira, principalmente por meio do amor. Infelizmente o filme em si não foi tão forte quanto a mensagem que está implícita nele.

A narrativa de Amor Em Sampa se divide em cinco núcleos. São cinco histórias de amor que deveriam se relacionar com os temas “amor” e “transformação” de alguma maneira e ainda se entrelaçarem. O desafio de fazer um roteiro com vários focos narrativos é não perder a fluidez e o sentido da história como um todo. Alguns filmes seguem essa lógica e acabam sofrendo do mesmo problema: New Year’s Eve (Noite de Ano Novo) e Valentine’s Day (Idas e Vindas do Amor), por exemplo.

Não há muita explicação ou desenvolvimento real dos personagens, o que cria uma situação difícil para o expectador, que pode não conseguir se conectar direito com a história. Quando o filme começa a revelar algo interessante sobre um dos personagens, a narrativa muda de núcleo e o ritmo se perde, tornando a história superficial.

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Os pontos fortes foram os números musicais, cuja maioria foi bem produzida e divertida. Destaque especial para a atriz Letícia Carvalho, que não apareceu muito na divulgação do filme, mas revelou uma voz maravilhosa. As canções são todas originais e se adaptaram bem às características de cada personagem, até nos momentos mais dramáticos. Em questão de humor, no entanto, poucas cenas não tiveram diálogos forçados ou apelaram para o clichê, que foi o caso do casal gay da trama. Há também cenas com diálogos machistas, mas não crie expectativas para momentos de desconstrução ou “transformação” porque não há.

No final, apesar das histórias não causarem impacto, Amor em Sampa consegue mostrar que o amor se manifesta de várias formas. Pela empatia, pela amizade, admiração e até mesmo dividir a sobremesa com quem você ama.

Por Julia Trindade de Araujo
18/02/2016 11h30