Café Comigo: Ériu, Curitiba e decisões

Olá caros leitores do CC! É com satisfação imensa que quinzenalmente teremos um encontro marcado aqui no portal. O Café Comigo será uma coleção de olhares a respeito da nossa querida Curitiba que serão contadas através desse publicitário que vos fala. Alguém que não é oriundo da terra das capivaras supostamente tem muita coisa pra contar sobre a Cidade Sorriso. Acredito que muitos devem se perguntar: “O que essas pessoas vêm fazer aqui, gente?” “Por quê?”, “Como andam?”, “Como vivem?”, “Se alimentam de quê?”. Assim como eu, muita gente  (de fora) está perdida na cidade e certamente tem uma visão bacana pra contar pra gente, não é mesmo?

E pra estrear a nossa coluna, eu vou me apresentar e falar um pouco da minha percepção em relação à Cidade Sorriso. Pega sua caneca de café e só vem! 

Cristo Rei, Quarta 10 de Janeiro, 10h.

Botinas nos pés, mochila nas costas e um fone nos ouvidos. É comumente dessa forma que eu me apresento. Na mochila, um guarda-chuva, um casaco, luvas e um cachecol, porque nunca se sabe como vai estar o clima durante o resto do dia, não é mesmo?  Como alguém que veio do outro lado do país, mais precisamente a terra dos acarajés, é muito comum pra mim, sentir frio somente ao ouvir a frase “vai chover”.

Natural de Cícero Dantas, na Bahia, e tendo passado pelo estado de Sergipe, me chamo Vagner Ériu (ou somente Ériu, como gosto de ser chamado hehehe), sou Publicitário, tenho 25 anos de idade e amo com toda a força tudo que tenho.  Como muitas pessoas que estão na linda Curitiba, eu sou uma das muitas que vieram para o Paraná em busca de uma vida nova. Quando me perguntam o motivo que me trouxe até aqui, costumo sempre dizer que ninguém faz uma mudança de vida somente por um motivo, foram vários, mas o profissional pesou bastante na decisão.

Cícero Dantas - BA

Cícero Dantas – BA

Curitiba é uma cidade que oferece muitas oportunidades, e não há como negar isso. Como bom publicitário que tento ser (foco na palavra tento hahaha), me adapto fácil às mudanças e aos muitos briefings que Curitiba me impõe. O mais complicado deles é ter que lidar com a distância de casa e com hábitos que não são tão comuns aqui na terra das capivaras.

No começo, as pessoas me falavam que o pessoal de Curitiba não dá ‘bom dia’. Isso tudo é mito, gente! Todo mundo a quem eu cumprimento me dá ‘bom dia’. Digamos que o curitibano é mais reservado, diferente de nós baianos, que trazemos um trio elétrico junto a todo lugar a que chegamos (risos), mas esse comportamento do pessoal daqui acredito que se dê por conta do clima frio, porque, vamos ser sinceros… Tem dias que não dá pra ser simpático o tempo todo, principalmente sem sol e com muito frio, então é compreensível.

“jardim da minha amiga | todo mundo feliz | até a formiga” (Paulo Leminski)

Olha, é bem assim que vejo. Curitiba é a amiga e todo mundo tá feliz. É legal ver que mesmo com todos os problemas que existem em qualquer lugar do mundo, a cidade consegue ter uma postura positiva e as pessoas de certa forma mostram que têm uma preocupação com o bem estar coletivo. Gosto disso.

Com um aparelho celular registrando boa parte das coisas que vejo, gosto de passear pelas ruas da cidade maravilhado com os olhares novos de uma pessoa que chegou há cerca de 100 dias. Hambúrguer e cerveja se tornaram meus novos amigos, as visitas às cafeterias da cidade se tornaram um vício. Amo tomar café e falar diversas coisas entre uma caneca e outra.

Amante da natureza e da “companhia de si mesmo”, me divirto bastante com os passeios que faço sozinho pela capital. O massa de Curitiba é a infinidade de lugares pra ir. Tenho amigos que moram aqui e não conhecem tudo; acho isso legal, faz com que você sempre se empenhe em conhecer mais o lugar que você vive. Sempre que tenho folga, saio e visito uma praça, um parque e tem sido incrível.

Jardim Botânico de Curitiba | Foto: Jaelson Lucas/SMCS

Jardim Botânico de Curitiba | Foto: Jaelson Lucas/SMCS

Com três livros dentro da mochila e um pequeno caderno de anotações, dedico boa parte do meu tempo a ler e visitar algumas livrarias e sebos da cidade. A atmosfera curitibana meio que impulsiona isso. A quantidade de livrarias e sebos que temos aqui direciona você de maneira natural a curtir um pouco mais de leitura, sem falar que quando tá frio não tem nada melhor que a combinação cama e livro, né? Então vira e mexe as pessoas sempre falam de livros, de troca de livros, feira de livros, e você vai filtrando isso de maneira mais incisiva.

Quando me perguntam sobre as minhas expectativas em relação à vivência na terra das capivaras, gosto sempre de mencionar que, como eu cheguei agora, é natural que eu queira mesmo que tudo flua bem, não é mesmo? Sempre acredito em dias melhores, meu HD já vem programado a sempre pensar na parte boa das coisas. Fiz uma escolha, que foi vir pra cá, e até então tem sido incrível estar aqui. Gosto daqui. Os ares de Curitiba anseiam liberdade, crescimento, coisas novas. Isso é bom. Como eu sempre falo: tudo o que você faz precisa ter um sentido pra você e para as pessoas que te rodeiam. E a busca por esse sentido você vai fazendo conforme a banda toca. Até descobrir o ritmo certo da música, eu sigo acreditando.

5 Gotas do Café

Gosta de ir: Praça do Japão.

Ama comer: Cachorro-quente da Praça Eufrásio Correia.

Detesta saber: Que as Loterias fecham cedo.

Não deixa de ver: O céu no fim da tarde.

Curte fazer: Tomar Chopp na XV.

Espero que tenham curtido. Muita gente bacana vai passar por aqui e tomar um Café com a gente! (Eu ouvi um Amém?, rs’)

Nos vemos bem em breve.

Com carinho,

Ériu.

Por Vagner Ériu
01/03/2016 12h24