“Não existe pecado do lado de baixo
do equador;
Vamos fazer um pecado rasgado, suado
a todo vapor.”
Chico Buarque e Ruy Guerra
A ocupação do espaço público pela comunidade LGBT incomoda a classe conservadora brasileira. Fato. Historicamente, os representantes de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais eram invisíveis e se encontravam diluídos em territórios como as saunas, cinemas eróticos e becos. As fronteiras foram se abrindo com a inclusão do grupo em pesquisas de consumo e a afirmação destes como um forte público consumidor.
Aqui, vale fazer uma apropriação do conceito de espaço público da filosofa alemã Hannah Arendt, apresentado no texto “Quando o público dá pinta”, de Robson Ferraz. Ela explica que “a função do âmbito público é dar visibilidade aos acontecimentos humanos, fornecendo-lhes um espaço no qual todos pudessem ser vistos e ouvidos e assim revelar, mediante a palavra e a ação, quem eles são”.
Essa ocupação recente do espaço público pela comunidade LGBT faz parte desse processo de afirmação de identidade. Seja nas redes sociais, em uma praça pública, na universidade ou na Parada do Orgulho Gay, os homossexuais precisam se assumir e tomar o seu território que é de direito. Só com essa exposição poderão revelar sua práxis. É nessa luta que a coluna Not Today, Satan nasceu.
Dois garotos do curso de Saúde Pública da USP foram repreendidos porque trocavam gestos afetivos no saguão de entrada da Faculdade de Saúde Pública (FSP/USP) na noite de 2 de março. Em um ambiente universitário, a expressão do amor homossexual é comum e não deveria causar nenhum tipo de estranhamento. Por esse motivo, a situação pegou os jovens de surpresa: uma reclamação típica de um homofóbico levou o segurança da instituição a abordar o casal e solicitar a retirada do local.
Surpresa maior foi quando, depois de se recusarem a sair por estarem desfrutando de seus direitos*, a professora Maria de Fátima Nunes Marucci, de Nutrição, apresentou-se perante o trio como a responsável pela reclamação. O argumento é quase sempre o mesmo: “Este não é o local adequado para homossexuais se tocarem”. Não é a primeira vez que casos como este acontecem dentro de universidades públicas. No ano passado, uma cena parecida pôde ser assistida no Campus do Politécnico, na Universidade Federal do Paraná. A consequência? O máximo que essas pessoas respondem são notas de repúdio.
Quase todo indivíduo LGBT assumido já sofreu/presenciou um ato homofóbico parecido. Entende-se aqui como indivíduo LGBT não apenas um menino gay, ou uma menina lésbica, mas um ser humano que compreende e aceita a complexidade e a verdade de ser homossexual, bissexual, transexual ou de qualquer outra identidade sexual. E, por mais triste que pareça, é só nesses momentos que a válvula “não podemos mais aturar isso” abre.
Outro caso aconteceu no último domingo (15), logo após o protesto contra o governo do PT que reuniu mais de 80 mil pessoas em Curitiba, segundo a PM. Um grupo de skinheads subiu a Rua São Francisco causando confusão e agredindo gays que costumam ocupar a região central. Depois de fugirem da polícia, os neonazistas espancaram um jovem de 20 anos, na Av. Cândido de Abreu. O garoto respondeu aos insultos iniciais, talvez em um momento “Not Today, Satan”, a la Bianca Del Rio. A polícia só chegou depois das agressões físicas, mas nem atendimento médico o jovem recebeu.
Se a moral cristã te chama de pecador, então faça como Chico Buarque e Ruy Guerra: faça um pecado rasgado, suado a todo vapor.
*A lei 10.948, de 05 de novembro de 2001, garante a expressão de afeto e permanência em locais públicos ou privados à população LGBT.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.