Estamos cada vez mais próximos da cerimônia oficial de premiação do 90º Oscar, é já são noventa anos de história. Nove décadas agraciando quem mais se destacou na sétima arte, em todas as funções que tornam um filme grandioso. Em meio de tantos prêmios distribuídos até aqui, obviamente aconteceram alguns “erros” por parte da Academia.
Não estamos a falar de artistas que constantemente aparecem entre indicados, ou nem isso, e não levam. Mas sim de produções que são consideradas um clássico e na disputa foram injustamente destronadas, tendo como base nossa opinião. Normalmente se algum levou Melhor Filme de forma desmerecida é porque teve filme injustiçado no Oscar, e vice-versa. Muitos desses não possuem a tão desejada estatueta por muitos motivos, às vezes é preciso tempo para se ter reconhecimento.
É difícil ter precisão na análise de filmes rodados há muitos anos, mas uma falha e tanto ocorreu em 1941. Naquele ano Cidadão Kane, obra-prima do cinema, foi indicado em nove categorias e levou apenas Roteiro Original. Perdendo para Como Era Verde o Meu Vale de John Ford (recordista máximo quando o assunto é Melhor Diretor: 4 vitórias). Uma pena para o gênio multifuncional Orson Welles.
Vamos para uma época mais recente, 1999 para ser mais preciso. O ano em que ocorreu certamente a maior injustiça na história do Oscar. Favorito absoluto da ocasião era O Resgate do Soldado Ryan, maior filme de guerra da história, de Steven Spielberg. Menos para a Academia, que premiou sete vezes o drama melodramático Shakespeare Apaixonado (incluindo Melhor Filme). Diz a lenda que o estúdio responsável, Miramax, “colaborou” na escolha dos votantes. Pior também para Fernanda Montenegro, que perdeu Melhor Atriz para Gwyneth Paltrow.
Outra decisão que causou certo furor e desconfiança ética para com a Academia foi em 2006. Uma edição com vários nomes grandiosos, entre eles o belíssimo O Segredo de Brokeback Mountain, mas que consagrou o mediano Crash – No Limite. Muita discussão surgiu por um suposto conservadorismo, também conhecido como homofobia, por parte dos votantes.
Já em 2011, a Academia resolveu indicar 10 filmes ao posto de Melhor Filme, boa parte detentora de grande reconhecimento. O que não pode se dizer do vencedor: O Discurso do Rei, um drama interessante e refinado, nada mais. É difícil definir um único filme merecedor neste ano, mas certamente ‘Toy Story 3’, ‘Bravura Indômita’, ‘Rede Social’ e ‘Cisne Negro’ possuíam a preferência.
Em meio a tudo isso existem três diretores que viram uns de seus melhores filmes serem simplesmente esnobados pela Academia. Único desse seleto grupo a não levar um grande prêmio pra casa é Stanley Kubrick, única vez ganhador foi por melhor fotografia em 2001: Uma Odisseia no Espaço. Filme o qual nem indicado foi em 1968, ano marcante pela ignorância; além dele ‘Era uma Vez no Oeste’ e ‘Planeta dos Macacos’ também ficaram de fora. Concorreu por Dr. Fantástico, Laranja Mecânica e Barry Lyndon, infelizmente sem vitórias; um dos maiores da história nunca reconhecido.
Os outros dois até foram lembrados pela Academia e conquistaram o Oscar máximo: Alfred Hitchcock e Martin Scorsese. O primeiro até saiu vencedor em Rebecca – A Mulher Inesquecível, só que viu seus maiores clássicos (‘Psicose’, ‘Pássaros’, ‘Um Corpo que Cai’ e ‘Janela Indiscreta’) passarem em branco. Mais um diretor brilhante, com reconhecimento indevido por parte da maior premiação do cinema.
E para fechar temos Scorsese, que precisou assistir duas obras-primas suas perderem Melhor Filme para produções bem contestáveis. Em 1980, Gente como a Gente de Robert Redford levava a honra máxima, desbancado seu excelente Touro Indomável. Dez anos depois foi a vez de Os Bons Companheiros perder para o sonolento Dança com Lobos de Kevin Costner. Sorte para Martin é que o reconhecimento tardou, mas chegou com Os Infiltrados em 2007.
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Esse texto faz parte da Cobertura do Oscar 2018 do Curitiba Cult e Pós-créditos. Você pode conferir mais conteúdo como esse aqui e aqui!
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