Aprendi espanhol com meu bisavô alemão

Foto: Sigmund via Unsplash

Aprender um novo idioma é sempre um desafio e pode realmente demorar bons anos de estudos. Enquanto que para algumas pessoas o aprendizado de uma nova língua parece ser algo tão fácil e prazeroso, para outros é verdadeiramente um processo difícil e às vezes interminável. Mas você já parou um segundo para refletir porque isso acontece? Por que algumas pessoas têm verdadeira repulsa pelo aprendizado de uma determinada língua? De onde vem esse bloqueio, essa dificuldade no aprendizado?

Nas nossas reflexões anteriores já conversamos sobre a questão de nossa ancestralidade recebida através do DNA de nossos antepassados e de como eles igualmente nos transmitem emoções e medos de suas experiências pregressas.

Dentro deste contexto vale a pena você descobrir em sua história familiar de onde vieram os seus antepassados e quais línguas eles falavam. Receber de herança genética a memória de um idioma que não é a sua língua falada no momento, pode ser um grande incentivo para você decidir por qual idioma você deverá iniciar seus estudos em língua estrangeira. Por exemplo, caso teus antepassados tenham emigrado da Itália para o Brasil, seria uma boa idéia você iniciar seu aprendizados primeiramente pelo italiano, honrando assim a sua linhagem antecedente, e pedindo permissão para alçar vôos mais longos, rumo ao inglês ou até mesmo ao mandarim, se este for teu desejo.

Sempre quis muito ser fluente em espanhol, mas nunca consegui alcançar este objetivo, mesmo sendo o espanhol uma língua muito próxima do português. Então, desisti dela, e passei a estudar alemão, com o intuito de conversar com parentes próximos que ainda falavam o alemão, passado de geração em geração, desde meu bisavô. Durante uma meditação me imaginei pedindo permissão ao meu bisavô para aprender o idioma que ele tão facilmente falava, e pedi que também abençoasse a minha jornada no aprendizado do idioma. Para minha grande surpresa, o estudo alemão me é muito mais fácil de ser aprendido do que o espanhol, mesmo este sendo comprovadamente mais completo do que o anterior. A explicação: permissão! 

A memória do idioma já corre em minhas veias, está em meu sangue, quer eu aceite e entenda isso, ou não. Faz parte de minha história. Já para o espanhol eu preciso abrir todo um novo caminho, uma nova rota, uma jornada inteiramente nova.

Depois de quatro anos praticando intensamente o alemão, resolvi há algumas semanas atrás, ler um artigo em espanhol, e incrível foi minha surpresa ao perceber que o meu entendimento no Espanhol estava melhor agora do que a quatro anos quando havia abandonado os estudos desta língua.

Minha conclusão? Bem, me parece que ao honrar a língua alemã, colocando-a em primeiro lugar, eu pude acessar a permissão para aprender uma nova língua além daquela que eu já carregava em minhas células. A cultura oriental traz em vários momentos essas mensagens para nós, de honrar os nossos antepassados e de tudo aquilo que eles legaram a nós.

E você? Já tomou posse do seu legado familiar? Já pensou em estudar e praticar a língua de seus antepassados como forma de honrá-los? Caso esta reflexão tenha feito sentido para você, aproveite e compartilhe com seus conhecidos, eles certamente irão gostar também, e quem sabe vocês formem um novo grupo de conversação em alemão, polonês, ou até mesmo italiano? E se assim acontecer, me avisem, sou praticante de alemão e espanhol e ficarei feliz em participar…

Boa leitura e até a semana que vem.

Por Kelly Von Knoblauch
24/10/2021 14h40

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