Anitta dá tiro certo com show em Curitiba

A noite do último sábado (27 de agosto) em Curitiba foi dela. Sim, estamos falando de Anitta, a gata meiga e abusada que subiu ao palco no espaço Live Curitiba com a sua Bang Tour, turnê do seu terceiro álbum iniciada em abril deste ano no Rio de Janeiro. Nome maior do atual cenário pop brasileiro, Anitta provou porque é a poderosa da vez em um show marcado por seus principais hits e pelo seu gingado.

Com início previsto para as 23h, o show teve atraso de pouco mais de uma hora. Na pista, DJs despejavam petardos do funk e do hip hop para um público cada vez mais impaciente, principalmente depois da longa apresentação dos vídeos dos apoiadores. Os fãs vaiavam e pediam por Anitta quando foram intimados pelo locutor de uma rádio local, responsável pela divulgação da agenda da casa, afirmando que o show só começaria depois de ele ler toda a programação. Não adiantou. O público clamou mais forte o seu “Anitta” Anitta! Anitta!” e calou o locutor. Vencido pela galera, ele saiu de cena. Era, enfim, a hora dela, da poderosa.

Anitta entrou pra mostrar para o que veio com “Não Para”, single do seu primeiro álbum (“Anitta”, de 2013), com uma recepção empolgante por parte dos fãs. Sem conversa e com muita coisa para mostrar, a cantora ementou “Na Batida” e “No Meu Talento”, sucessos do seu segundo álbum, “Ritmo Perfeito”, de 2014. Depois vieram “Meiga e Abusada”, a música que a lançou, e “Ritmo Perfeito”.

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Talvez, a ausência de hits mais conhecidos da cantora na primeira parte do show tenha contido o público geral que lotou o Live Curitiba, que pareceu não se empolgar depois do início. A impressão foi superada com “Ginza”, parceria entre Anitta e o cantor colombiano J Balvin. O reggaeton levantou a galera que foi à loucura com sua próxima música, “Bang”, faixa que dá título à turnê, seguida pela dobradinha de “Blecaute” (faixa do Jota Quest com participação de Anitta e Nile Rodgers) e “Deixa Ele Sofrer”.

A parceria com Projota, “Cobertor”, do seu segundo álbum, abriu a parte “romântica” do show, que trouxe algumas surpresas, como o cover de “O Nosso Santo Bateu”, da dupla sertaneja Matheus & Kauan, e uma versão acústica de “Zen”, música do seu primeiro disco.

Anitta também surpreendeu com o cover de “Bom”, da cantora Ludmilla, que veio na esteira de “Essa Mina É Louca”, parceria com Jhama, e foi seguida por “Sim ou Não”, música de Anitta com outro cantor colombiano, Maluma, lançada no mês passado.

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O novo single da cantora também colocou cantora para dançar. E muito! Embalada por “A Pretinha Tá que Tá”, de MC Catra, “Malandramente”, de Dennis e MC’s Nandinho e Nego Bam, “Bumbum Granada”, dos MC’s Zaac & Jerry, e “Baile de Favela”, de MC João, Anitta exibiu todo o seu requebrado num dos melhores momentos do show, uma espécie de homenagem às suas raízes na música. Afinal, o funk sempre esteve presente na sua carreira.

Na parte final, foi isso que Anitta quis mostrar. Depois de requebrar e quicar, ela veio com o cover de “Não Me Deixe Sozinho”, de Nego do Borel, e seu maior sucesso, “Show das Poderosas”, seguida por “Blá, Blá, Blá”. O show terminou com outra versão de “Sim ou Não”, já em tom de despedida. Sem bis e com poucas palavras antes da última música, o final pareceu morno, sem a empolgação no início.

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Bang! O show de Anitta em Curitiba foi um tiro certo, com os principais sucessos da cantora apresentados em um em formato compacto, com pouco mais de uma hora de duração. No entanto, o show pareceu se resumir a isso: os hits da artista. Sem muita conversa, Anitta conversou pouco com o público – e suas falas, além de poucas e breves, pareciam ensaiadas. Claro que ela estava ali para outra coisa. Aliás, neste sentido, ela arrasou. Anitta cantou e dançou como ninguém numa sequência sem falhas, mas também sem muito carisma, e sem aquela presença que contagia a todos do início ao fim. É o que a gente costuma esperar de uma diva. Obviamente, os fãs não se preocuparam com isso. E é claro, também, que isso não tira dela todos os adjetivos que fazem dela um dos principais nomes do pop nacional.

Texto por Fernando Henrique de Oliveira, especial para o Curitiba Cult

Fotos: Patryck Madeira / Curitiba Cult

Por Curitiba Cult
30/08/2016 09h57