Adaptação curitibana de Os Miseráveis é ovacionada pelo público

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No último domingo (14) o Teatro Positivo foi palco da adaptação feita pela Escola Luana Zeglin para o famoso musical Os Miseráveis, baseado na obra de Victor Hugo. A história ganhou popularidade recentemente, após chegar aos cinemas em 2012, mas enganou-se quem pensou que encontraria uma mera reprodução do longa em solo curitibano. A real proposta da Escola foi mesclar as interpretações com a dança, sua especialidade. Enquanto um personagem tomava o centro do palco e cantava, ao seu redor, bailarinos movimentavam-se em bem coreografados passos de ballet.

Henrique Dronneau (Jean Valjean) em um de seus solos (Foto: Alessandro Viana)

Henrique Dronneau (Jean Valjean) em um de seus solos (Foto: Alessandro Viana)

É possível destacar poucos momentos em que a peça falhou, como quando um banco se desprendeu do cabo de força ao ser içado. Mas a falha mais perceptível foi o mau funcionamento do microfone de Luiza Nicoletti Echeverria, que vivia a personagem Fantine, no primeiro ato. Até este momento, uma dúvida pairava sobre o público: eles estão cantando ao vivo ou dublando? A resposta veio quando a atriz substituiu seu microfone de lapela com defeito por um microfone dinâmico e soltou a voz em “I Dreamed a Dream”.

Marco Lacerda interpreta Javert e é acompanhado por bailarinos (Foto: Alessandro Viana)

Marco Lacerda interpreta Javert e é acompanhado por bailarinos (Foto: Alessandro Viana)

Não bastasse o (literal) espetáculo apresentado em palco, na entrada foram distribuídos cronogramas da peça, com os nomes do elenco, ordem das músicas e envolvidos na produção do musical, seguindo o modelo playbill da Broadway. Prova da dedicação dos organizadores em recriar o ambiente de um verdadeiro espetáculo musical. O público agradeceu com uma longa salva de palmas.

O Brasil, que já é o terceiro maior país em produção de musicais, ganha cada vez mais especialistas na modalidade. Só nos resta esperar que novas peças e montagens cheguem aos palcos de Curitiba e sejam tão incríveis quanto Os Miseráveis foi.

*Resenha com a colaboração de Rafael Alessandro Viana.

Por Otávio Bellucci
15/12/2014 23h24