“Meio selvagem, meio amador”. É assim que o cantor, ilustrador, compositor, instrumentista e cineasta Kiko Dinucci define a linguagem estética de seu segundo filme, “Breve em Nenhum Cinema“, lançado neste ano. Embora diversas pessoas ainda não associem o trabalho cinematográfico à Kiko, justamente pelo aclamado destaque em parcerias musicais em projetos como “Passo Torto”, com os músicos Rodrigo Campos, Romulo Fróes e Marcelo Cabral, e “Metá Metá”, ao lado da cantora Juçara Marçal e do saxofonista Thiago França, o cinema, é uma paixão latente na vida de Kiko Dinucci, desde que assistiu a Superman, seu primeiro contato com a sala escura, ainda quando criança.
Décadas se passaram desde que a mãe deste guarulhense multifacetado o arrumou para ir ao cinema assistir ao seu primeiro filme oriundo da Terra do Tio Sam. Embora o atual cinema americano não possua uma estética que o agrade, “Breve em Nenhum Cinema” flerta descaradamente com diversas referências cinematográficas. O cinema japonês é o estilo adotado pelo cineasta. Planos em sequência longos e ausência de falas se entrelaçam para contar a angustia que Kiko Dinucci tem sentido sobre o esvaecimento de cinemas de rua em São Paulo causados muitas vezes pela especulação imobiliária.
“Esse filme eu tive de ter todo esse sentimento de destruição. Isso tá passado no filme, porque termina de um jeito triste, com as salas destruídas e abandonadas”, explica o jovem cineasta logo após a exibição da obra na Cinemateca de Curitiba, o único espaço voltado exclusivamente para cinema e, até então, o único cinema de rua da capital paranaense.
Com o celular em mão, revolto ao fechamento dos cinemas na capital paulista, Kiko filma inicialmente o abandono e a solidão impressa nos corredores das paredes ao subir a escada de uma sala cinema. As imagens com pouca luz e a ideia de que a sala escura propicia um encontro com a arte se esvai propositalmente em cada plano. “Quando eu fiz as imagens de celular sobre o filme, eu não imaginava que seria um filme, um média, longa, curta, ou só uma vontade de filmar pelo celular. Eu não sabia. É algo fora do controle”, sintetiza.
O filme é inteiramente um improviso. “A gente ficou muito tempo só no centro de São Paulo”, conta Kiko. Além de terem vivenciado diversas situações atípicas, definidas pelo próprio Dinucci como um filme à parte. A atuação despretensiosa do artista visual e compositor Eduardo Climachauska, conhecido no cenário artístico por Clima, interpreta Stallone Cobra.
Vagando sem rumo pela cidade de São Paulo, como se a própria ideia desta ausência de espaços cinematográficos personificassem o personagem, e munido durante quase todo o filme com um palito de dente na boca e com uma câmera super 8 em mãos, Stallone Cobra ocupa diversos espaços em busca de uma bilheteria. Mas se depara apenas com espaços em ruínas. Intercalados entre a visão de Stallone e da própria câmera que ora se faz personagem, o japonês Kazuo Ota também perambula pela cidade, mas no Bairro da Liberdade, onde havia diversos cinemas que exibiam filmes japoneses. Porém, como o nome do próprio filme explicita, não há cinema para confortar a necessidade dos personagens.
Orçado em R$ 1.700,00, sendo um orçamento baixíssimo se comparado a outros média-metragens, o filme foi gravado durante seis dias. Entre atores e produção estão quatro profissionais. O filme não tem roteiro. Não está sendo exibido no circuito comercial. Em uma sociedade onde a necessidade do imediatismo se faz presente, Kiko Dinucci segue avesso. Se um dia Nelson Rodrigues afirmou que toda unanimidade é burra, Dinucci traz à tona a ideia inserida por Glauber Rocha, há 25 anos, de que ter uma ideia e uma câmera na mão vai além da inspiração ou do que Kiko chama de angústia. Entretanto, problematiza um estado cultural em que cada vez mais o mainstream e o entretenimento tem isolado o público numa sala escura; em vez da tela branca do cinema, a TV e outros aparatos tecnológicos submetem a sociedade à inércia.
No hall de entrada da Cinemateca de Curitiba, entre as conversas dos seguranças do local, enquanto as janelas eram fechadas para encerrar o turno de trabalho do espaço cultural, Kiko Dinucci conversou com exclusividade com o Curitiba Cult sobre sua recente produção.
Curitiba Cult: A angústia foi o sentimento que te motivou a realizar este projeto. O quanto de inquietude ou, talvez, incômodo foi necessário para você desenvolver esse projeto?
Kiko Dinucci: Eu acho que a angústia é o combustível para tudo o que eu faço. Não foi só o caso desse filme. Tudo o que me norteia como ser humano e parte da angústia me motiva a fazer arte. Desde a música a filmes, desenho parte de alguma angústia e a arte aparece como um modo de reação a tudo isso. As minhas angústias podem ser pessoais, políticas, amorosa, e era como se eu desse um grito, uma válvula de escape para botar isso numa obra. Para esse filme, eu tive de ter todo esse sentimento de destruição. Isso tá passado no filme porque termina de um jeito triste, com as salas destruídas e abandonadas. Eu acho que realmente é um combustível pra mim: a angústia. Não que eu goste de ficar angustiado, mas, se tem alguma coisa me incomodando, eu vou lá e reajo de algum jeito.
Mas você segue alguma ideia intuitiva? Ou você deixa esse sentimento te consumir…?
Eu nunca projeto nada…
Porque esse filme, você pegou teu celular, justamente pelo incômodo desse sentimento, foi lá e filmou!
Exatamente. Quando eu fiz as imagens de celular sobre o filme, eu não imaginava que seria um filme, um média, longa, curta ou só uma vontade de filmar pelo celular. Eu não sabia. É algo fora do controle. Eu não programei. Quando eu vi já estava filmando e havia convencido mais quatro pessoas pra compartilhar essa angústia. Tudo o que eu faço é de um jeito bem intuitivo. Eu deixo as coisas aprenderem e dançarem com o movimento que a rua e a vida propõem. Com a música é a mesma coisa, eu entro pra fazer um disco, do jeito que ele sair eu vou seguindo. Eu não paro ele pra fazer de outro jeito. Não fico lutando com o acaso, a realidade Eu tento caminhar junto com a vida.
A captação de imagens do filme foi feita em seis dias. E o processo do projeto sonoro, foi feito em quanto tempo?
Cara, eu montei todo o filme praticamente em uma semana. A gente não gravava muitos takes. A única dificuldade que a gente teve foi nas escolhas das cenas, porque havia muitas coisas boas e muitas não entraram no filme. Tinha muito improviso, então, não dava pra ficar repetindo, e, na hora da decupagem, foi mais fácil de escolher. Em cada dia de filmagem eu já exportava para uma pasta, fazia uma pré-decupagem, que ajudou bastante. Mas, na hora de sentar e abrir a timeline do FinalCut, para fazer foi rápido.
Você tem trabalhado na divulgação do filme por algumas capitais. Após esse processo, quais são suas pretensões com o projeto?
Eu vou passá-lo até janeiro, que tem me dado espaço fora do circuito comercial. E por fevereiro eu quero colocar na internet. Eu quero puxar o filme por esse caminho que eu já faço na música, disponibilizando o disco, formar público… E eu quero fazer isso com o filme. O meu outro filme as pessoas só conhecem pela internet, não foi exibido em nenhum outro local. Tem gente que nem sabe que os filmes são meus. Minha mulher mesmo, conheceu meu filme antes de me conhecer e não sabia que eu era o cara do filme. Eu acho que o cinema tá muito atrás dessa coisa do digital por ser caro, precisar de subsídio. Existe essa dificuldade. Ao mesmo tempo eu vejo cineastas sofrendo muito para exibir um filme, aí passa num minicircuito comercial, fica uma semana em cartaz. Eu acho que isso muito frustrante.
Esta não é a sua primeira produção cinematográfica, e, ainda assim, na extensão da sua carreira musical, você ainda não realizou nenhum videoclipe oficial. Você pretende em algum momento idealizar?
Eu nunca tive vontade. Muita gente já se propôs a fazer os clipes do Metá Metá, tem um vídeo nosso que se assemelha a um clipe que tem no YouTube, de uma música chamada “Oranian” [do artista Marcelo D’salete], uma animação de que a gente gosta bastante. Mas, geralmente, o clipe, num sentido mais convencional, é muito cheio de clichês, do artista dublando a música num cenário, tocando com a guitarra desplugada. Eu nunca gostei disso.
E qual foi o primeiro filme a que você assistiu no cinema. Você se lembra ou é muito puxado?
O primeiro eu acho que foi o Superman, mas eu era muito pequeno, não lembro de nada. Mas minha mãe me arrumou para assistir ao Superman.
“Breve em Nenhum Cinema” está em cartaz na Cinemateca de Curitiba até o próximo dia 19/11, com entrada gratuita. O espaço fica na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174. O filme é exibido sempre às 19h.
Data de Lançamento: 27 de junho
Divertidamente 2 marca a sequência da famosa história de Riley (Kaitlyn Dias). Com um salto temporal, a garota agora se encontra mais velha, com 13 anos de idade, passando pela tão temida pré-adolescência. Junto com o amadurecimento, a sala de controle mental da jovem também está passando por uma demolição para dar lugar a algo totalmente inesperado: novas emoções. As já conhecidas, Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Raiva (Lewis Black), Medo (Tony Hale) e Nojinho (Liza Lapira), que desde quando Riley é bebê, eles predominam a central de controle da garota em uma operação bem-sucedida, tendo algumas falhas no percurso como foi apresentado no primeiro filme. As antigas emoções não têm certeza de como se sentir e com agir quando novos inquilinos chegam ao local, sendo um deles a tão temida Ansiedade (Maya Hawke). Inveja (Ayo Edebiri), Tédio (Adèle Exarchopoulos) e Vergonha (Paul Walter Hauser) integrarão juntos com a Ansiedade na mente de Riley, assim como a Nostalgia (June Squibb) que aparecerá também.
Data de Lançamento: 04 de julho
Ainda Temos o Amanhã situa-se na Itália, em uma Roma do pós-guerra dos anos 1940. Dividida entre o otimismo da libertação e as misérias, está Delia (Paola Cortellesi), uma mulher dedicada, esposa de Ivano (Valério Mastandrea) e mãe de três filhos. Esses são os papéis que a definem e ela está satisfeita com isso. Enquanto seu marido Ivano age como o chefe autoritário da família, Delia encontra consolo em sua amiga Marisa (Emanuela Fanelli). A família se prepara para o noivado da filha mais velha, Marcella (Romana Maggiora Vergano), que vê no casamento uma saída para uma vida melhor. Delia recebe uma dose de coragem extra para quebrar os padrões familiares tradicionais e aspira a um futuro diferente, talvez até encontrar a sua própria liberdade. Tudo isso após a mesma receber uma carta misteriosa. Entre segredos e reviravoltas, este drama emocionante explora o poder do amor e da escolha em tempos difíceis.
Data de Lançamento: 04 de julho
Entrevista com o Demônio é um longa-metragem de terror que conta sobre o apresentador de um programa de televisão dos anos 70, Jack Delroy (David Dastmalchian), que está tentando recuperar a audiência do seu programa, resultado da sua desmotivação com o trabalho após a trágica morte de sua esposa. Desesperado por recuperar o seu sucesso de volta, Jack planeja um especial de Halloween de 1977 prometendo e com esperanças de ser inesquecível. Mas, o que era para ser uma noite de diversão, transformou-se em um pesadelo ao vivo. O que ele não imaginava é que está prestes a desencadear forças malignas que ameaçam a sua vida e a de todos os envolvidos no programa, quando ele recebe em seu programa uma parapsicóloga (Laura Gordon) para mostrar o seu mais recente livro que mostra a única jovem sobrevivente de um suicídio em massa dentro de uma igreja satã, Lilly D’Abo (Ingrid Torelli). A partir desse fato, o terror na vida de Jack Delroy foi instaurado. Entrevista com o Demônio entra em temas complexos como a fama, culto à personalidade e o impacto que a tecnologia pode causar, tudo isso em um ambiente sobrenatural.
https://www.youtube.com/watch?v=JITy3yQ0erg&ab_channel=SpaceTrailers
Data de Lançamento: 04 de julho
Nesta sequência, o vilão mais amado do planeta, que virou agente da Liga Antivilões, retorna para mais uma aventura em Meu Malvado Favorito 4. Agora, Gru (Leandro Hassum), Lucy (Maria Clara Gueiros), Margo (Bruna Laynes), Edith (Ana Elena Bittencourt) e Agnes (Pamella Rodrigues) dão as boas-vindas a um novo membro da família: Gru Jr., que pretende atormentar seu pai. Enquanto se adapta com o pequeno, Gru enfrenta um novo inimigo, Maxime Le Mal (Jorge Lucas) que acaba de fugir da prisão e agora ameaça a segurança de todos, forçando sua namorada mulher-fatal Valentina (Angélica Borges) e a família a fugir do perigo. Em outra cidade, as meninas tentam se adaptar ao novo colégio e Valentina incentiva Gru a tentar viver uma vida mais simples, longe das aventuras perigosas que fez durante quase toda a vida. Neste meio tempo, eles também conhecem Poppy (Lorena Queiroz), uma surpreendente aspirante à vilã e os minions dão o toque que faltava para essa nova fase.