Em 5 de abril de 2011, cheguei com um amigo a uma fila às 6 da manhã – invejando corajosos que, em frente ao Expotrade Convention Center, na cidade de Pinhais (ao ladinho de Curitiba), se reuniram durante a madrugada para garantir suas presenças nas grades de um show muito esperado pelos fãs de heavy metal, o do Iron Maiden. Passei o dia inteiro sob um sol forte no mesmo local em que, alguns meses antes, esperei para assistir à apresentação de Scorpions – marcada pelos problemas técnicos.
Na época, a Pedreira Paulo Leminski, conhecida pelo espaço único no planeta, estava ainda fechada devido a uma ação movida pelo Ministério Público do Paraná em 2008 em nome de moradores da região, que reclamavam do som alto e de confusões durante os eventos. Restou ao grupo britânico reunir as cerca de 11 mil pessoas sedentas pelo espetáculo em um grande “estacionamento” para divulgar o então último trabalho lançado, The Final Frontier. Sofrimentos à parte, foi épico.
Naquele ano, Bruce Dickinson tinha 53 anos, e eu, com 20, já havia ficado impressionado com a energia do vocalista no palco. Onze anos se passaram. Dickinson está com 64, eu com 31. A Pedreira voltou. No último dia 29, a banda retornou a este canto do Brasil e lá estava eu novamente, assombrado pelas façanhas do frontman. Muita coisa mudou nesse tempo, isso é fato, tanto para melhor quanto para pior. O batimento acelerado no peito ao apagar das luzes às 21h de uma noite memorável? Esse é exatamente o mesmo.
Com um setlist que mesclou faixas do recém-lançado Senjutsu e clássicos da trajetória da banda, a turnê Legacy Of The Beast (mesmo nome do jogo e dos quadrinhos lançados pela banda em 2017) juntou cerca de 25 mil fãs sob a “friaca” da cidade. Cada um se acomodava como dava. A disputa por espaço foi tão grande quanto a luta por ingressos – que se esgotaram em apenas 10 dias de vendas. Houve até empoleirados nas grades que dividiam os setores e alguém que rodopiasse para trás, gargalhando enquanto recebia a ajuda bem-humorada de quem passava por ali buscando seu canto.
Após o início do show, a plateia, hipnotizada, acompanhava os acordes e respondia prontamente às interações de Dickinson. A versão samurai de Eddie, a mascote dessas lendas da música, deu as caras já na abertura – e, no decorrer da apresentação, os cenários ao fundo mudavam, todos com um nível de detalhe impressionante.
Também não faltou fogo. Muito fogo. Em Blood Brothers, o elemento surgiu com efeitos pirotécnicos de cair o queixo. Após empunhar uma cruz iluminada em Sign of the Cross, Dickinson deu um jeito na baixa temperatura com um lança-chamas em Flight of Icarus enquanto a figura mitológica era exibida no telão como uma estátua milenar. Estávamos aos milhares em um teatro – cantando juntos, logo depois, Fear of the Dark.
Não pude parar de sorrir por um segundo sequer. Tive certeza da beleza do que vivia ao notar crianças nos ombros de adultos fingindo estarem tocando bateria e “headbangeando” em The Number of the Beast, com a cabeça de Eddie gigantesca como que invadindo o palco.
Houve dois bis. Durou quase duas horas. Eddie “original”, com o dobro da altura dos integrantes – Steve Harris, Dave Murray, Adrian Smith, Nicko McBrain, Janick Gers e Bruce – como esperado, passou pelo palco.
Desta vez, não sei se alguém pegou a munhequeira ensopada de suor de Harris como aquele meu amigo o fez em 2011. Ainda assim, no decorrer dessa mais de uma década, volta e meia me peguei imitando Dickinson gritando “Scream for me Curitiba!” Desta vez não foi preciso. Ouvi o próprio gritar e ser respondido. Iron Maiden’s gonna get me no matter how far.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.