Posso dizer com certeza: não teve um dia neste ano em que eu não li uma notícia absurda ou um comentário absurdo. Vi meus direitos e meus professores sendo pisoteados, vi mulheres morrendo por serem mulheres. Vi uma das maiores crises humanitárias desde a Segunda Guerra e, mesmo assim, vi gente tentando derrubar imigrantes. Aqui no Brasil, vi Haitianos morrendo pelo ódio. Vi muito racismo, homofobia e intolerância.
Vi os nobres deputados aprovando Estatuto da Família, redução da maioridade penal, discutindo a inexistente heterofobia e o PL 5069 que dificulta o acesso das mulheres ao aborto legal. Tivemos Eduardo Cunha demais nas nossas vidas – e ninguém merece isso.
Vi gente defendendo violência doméstica (acreditem). Vi gente dizendo que machismo não existe e que, se ele existe, não mata. Li que mulheres também batem em homens e que eles tem vergonha de ir até a delegacia denunciar. Sabe o nome disso? Machismo. Vi diariamente na televisão casos de violência, assédio e mulheres sendo mortas por seus parceiros após “brigas de casal”. Romantizam assassinatos e colocam sob o nome “crime passional” casos brutais de feminicídio. Vi mulheres chorando por não aguentarem mais serem perseguidas por seus ex-companheiros. Vi uma garota de 12 anos ser sexualizada e assediada na internet e escondida dentro do programa de televisão de que participa para não causar mais problemas. Como se ela fosse o problema, e não essa sociedade nojenta.
Até mesmo nos momentos em que fomos felizes, como nas discussões propostas pela prova do ENEM, vimos ataques infundados à figura de Simone de Beauvoir e a imbecilidade daqueles que veem doutrinação nas escolas por discutir gênero. Eles querem uma escola “neutra”, sem discussões de ordem política – mesmo sem admitir que são eles mesmos quem doutrinam para manter o status quo. Olhei no calendário diversas vezes para ver se estava em 2015 mesmo. Porque, juro, parecia ter acordado na década de 50, em que ainda tínhamos que lutar por direitos básicos.
Mesmo com tudo isso, por mais difícil que tenha sido estar viva em 2015, vi coisas maravilhosas. Vi a união das mulheres e o sentimento de sororidade cada vez mais presente. Vi mulheres quebrando tabus e falando sobre o #PrimeiroAssedio, coisa que jamais comentávamos, nem mesmo entre amigas. Li coisas absurdas, mas que me deram forças para continuar escrevendo e lutando contra essa nojeira impregnada nas nossas ruas.
Vi milhares de mulheres indo para as ruas para protestar contra o PL 5069 e contra o presidente da Câmara dos Deputados. Vi as maravilhas que o empoderamento faz na vida das pessoas e que, quando elas passam a se sentir livres para ser quem elas quiserem, a vida fica mais leve. E que, quando alguém as ofende, elas não precisam mais se calar e podem (e devem) fazer um ESCÂNDALO!
Ao mesmo tempo em que vi representantes feministas sendo caladas nas redes sociais, vi outras milhares de vozes se levantando a favor delas. E estas não vão se calar. O ano foi difícil e ainda não acabou, amigas. E talvez seja pior. Mas é a nossa união e nossa gritaria que vão fazer com que os nossos direitos não sejam tolhidos e outros diretos sejam garantidos.
VAMOS JUNTAS, como sempre.
Credito da Ilustração: Peony Yip do The White Deers. Coisas lindas <3
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Em A Última Sessão, acompanhamos o menino Samay em sua descoberta do mundo mágico do cinema. Nessa história sensível, em uma cidade no interior da Índia, o menino de 9 anos assiste um filme no Galaxy Cinema e sua vida muda completamente e uma paixão feroz começa. Samay passa a faltar às aulas do colégio e a roubar um pouco de dinheiro da casa de chá de seu pai para assistir filmes. Com um desejo enorme de se tornar cineasta, Samay conhece Fazal, o projecionista do cinema e os dois fazem um acordo: Samay traz para Fazal as deliciosas comidas preparadas por sua mãe, enquanto Fazal permite que Samay veja infinitos filmes todos os dias na sala de projeção. Uma amizade profunda é forjada pelos dois e, logo, é colocada a teste graças a escolhas difíceis e transformações nacionais importantes. Agora, para perseguir seu sonho, Samay deve deixar tudo o que ama e voar para encontrar o que mais deseja.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Em Marcello Mio, Chiara (Chiara Mastroianni), filha dos icônicos Marcello Mastroianni e Catherine Deneuve (Catherine Deneuve), é uma atriz que vive um verão de intensa crise existencial. Insatisfeita com sua própria vida, ela começa a se questionar sobre sua identidade e, em um momento de desespero, afirma a si mesma que preferiria viver a vida de seu pai, uma lenda do cinema, do que enfrentar a sua realidade. Determinada, Chiara começa a imitar Marcello em tudo: veste-se como ele, adota seu jeito de falar, respira como ele. Sua obsessão é tamanha que, com o tempo, as pessoas ao seu redor começam a entrar nessa sua estranha transformação, passando a chamá-la de Marcello. Em um jogo de espelhos entre passado e presente, Marcello Mio explora a busca por identidade, legado e o impacto da fama na vida pessoal de uma mulher perdida em sua própria sombra.
Data de Lançamento: 11 de dezembro
O grupo de K-pop NCT DREAM apresenta sua terceira turnê mundial nesse concerto-documentário único. Gravada no icônico Gocheok Sky Dome, em Seul, a apresentação reúne um espetáculo vibrante, com coreografias e performances extraordinárias. O filme ainda conta com cenas de bastidores, mostrando o esforço depositado para dar vida a um show dessa magnitude. O concerto se baseia na história do Mystery Lab, um conceito cunhado pelo grupo. NCT DREAM Mystery Lab: DREAM( )SCAPE dá o testemunho de uma grandiosa turnê.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Queer é um filme de drama histórico dirigido por Luca Guadagnino, baseado na obra homônima de William S. Burroughs e inspirado em Adelbert Lewis Marker, um ex-militar da Marinha dos Estados Unidos. A trama segue a vida de Lee (Daniel Craig), um expatriado americano que se encontra na Cidade do México após ser dispensado da Marinha. Lee vive entre estudantes universitários americanos e donos de bares que, como ele, sobrevivem com empregos de meio período e benefícios do GI Bill, uma lei que auxiliou veteranos da Segunda Guerra Mundial. Em meio à vida boêmia da cidade, Lee conhece Allerton (Drew Starkey), um jovem por quem desenvolve uma intensa paixão. O filme explora temas de solidão, desejo e a busca por identidade em um cenário pós-guerra, com uma ambientação que retrata fielmente a atmosfera da Cidade do México nos anos 1950.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
A Different Man, é um thirller psicológico, dirigido e roteirizado por Aaron Schimberg, terá a história focada no aspirante a ator Edward (Sebastian Stan), no qual é submetido a passar por um procedimento médico radical para transformar de forma completa e drástica a sua aparência. No entanto, o seu novo rosto dos sonhos, da mesma forma rápida que veio se foi, uma vez que o mesmo se torna em um grande pesadelo. O que acontece é que, por conta da sua nova aparência, Edward perde o papel que nasceu para interpretar. Desolado e sentindo o desespero tomar conta, Edward fica obcecado em recuperar o que foi perdido.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
As Polacas é um drama nacional dirigido por João Jardim e selecionado para o Festival do Rio de 2023. O filme é inspirado na história real das mulheres que chegaram ao Brasil vindas da Polônia em 1867 com a esperança de uma vida melhor. Fugindo da perseguição aos judeus e da guerra na Europa, o longa acompanha a saga de Rebeca (Valentina Herszage), uma fugitiva polonesa que vem ao Brasil com o filho, Joseph, para reencontrar o esposo e começar a vida do zero. Porém, as promessas caem por terra quando, ao chegar no Rio de Janeiro, a mulher descobre que o marido morreu e, agora, está sozinha em um país desconhecido. Até que seu caminho cruza com o de Tzvi (Caco Ciocler), um dono de bordel envolvido com o tráfico de mulheres que faz de Rebeca seu novo alvo. Refém de uma rede de prostituição, Rebecca se alia às outras mulheres na mesma situação para lutar por liberdade.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Do aclamado diretor Alejandro Monteverde, conhecido por Som da Liberdade, Cabrini, narra a extraordinária jornada de Francesca Cabrini (Cristiana Dell’Anna), uma imigrante italiana que chega a Nova York em 1889. Enfrentando um cenário de doenças, crimes e crianças abandonadas, Cabrini não se deixa abater. Determinada a mudar a realidade dos mais vulneráveis, ela ousa desafiar o prefeito hostil em busca de moradia e assistência médica. Com seu inglês precário e saúde fragilizada, Cabrini utiliza sua mente empreendedora para construir um império de esperança e solidariedade. Acompanhe a ascensão dessa mulher audaciosa, que, enfrentando o sexismo e a aversão anti-italiana da época, se torna uma das grandes empreendedoras do século XIX, transformando vidas e deixando um legado de compaixão em meio à adversidade.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Em Kraven – O Caçador, acompanhamos a história de origem de um dos vilões da franquia Homem-Aranha. De origem russa, Kraven (Aaron Taylor-Johnson) vem de um lar criminoso e de uma família de caçadores. Seus poderes nascem de uma força sobrenatural e super humana que o faz um oponente destemido e habilidoso. A relação complexa com seu pai Nicolai Kravinoff (Russell Crowe) o leva para uma jornada de vingança e caos para se tornar um dos maiores e mais temidos caçadores de sua linhagem. De frente para questões familiares, Kraven mostra sua potência nesse spin-off.