03 Perguntas para Siamese, cantora que começou carreira em Curitiba e lança primeiro disco autoral

Siamese. Foto: Vitor Augusto.
Foto: Vitor Augusto

Dos palcos curitibanos para as parcerias com Pabllo Vittar e Gloria Groove, a cantora Siamese tem feito uma relevante trajetória musical. Nascida em Andirá, norte do Paraná, a artista iniciou sua carreira na capital do estado. Navegando por ritmos como pop, rap, R&B, funk e vogue beat, usa essas referências para compor e cantar suas músicas. As vivências pessoais da cantora travesti aparecem nos trabalhos, reunidos agora em seu primeiro disco autoral, “Siamese”, já disponível nas plataformas digitais.

Siamese conversou com o Curitiba Cult com exclusividade, falando sobre suas inspirações e como vê a cena artística curitibana.

01 – Depois de participar de projetos com grandes nomes como Pabllo Vittar, Gloria Groove e Clementaum, você lança um projeto seu, que assina também as composições. Quais temas mais te inspiram a criar músicas, e qual a unidade temática que mais quis trabalhar no disco “Siamese”?

Eu componho todas as músicas que canto, inclusive o meu verso e segundo refrão em “Ameianoite remix” fui eu quem escrevi, não vejo problema em interpretar canções, mas prefiro compor as músicas que vou lançar para o mundo. Busco trazer nas composições as minhas experiências de vida, questões que atravessam meu cotidiano e meu entorno. No disco “SIAMESE” queria trazer questões humanas para além do meu recorte de raça e gênero. Falar sobre amores, raiva, sonhos, sentimentos que possam se conectar com qualquer pessoa e com isso fazer com que elas se conectem com a minha obra. É um álbum bem sincero e a realização de um sonho, que quando criança achava que era impossível ser artista vindo da realidade em que cresci.

02 – Quais são suas principais influências, tanto em estilo quanto em outros artistas?

Desde pequena sempre gostei de estar ligada à moda e ao “freak” do entretenimento, sempre fui muito eclética e me lembro de ouvir de tudo. Na adolescência, ouvia desde rock,  rap, pop music e um pagode nos finais de semana em reuniões de família. Minhas principais influências é a cultura pop, hip hop e o movimento punk rock, minhas influências internacionais foram FKA Twigs, Beyoncé, Rihanna, Grace Jones, Evanescence e nacionais são Liniker, Elza Soares, Racionais MC´S, Criolo e a Karol Conká.

03 – Curitiba marcou uma fase importante do início da sua carreira. A cena cultural da cidade te inspira? O que mais tem saudades de Curitiba – agora que vive em São Paulo – e quando pretende trazer o show do “Siamese” para cá?

A cena de Curitiba é muito rica de talentos, foi onde eu vi a possibilidade de me inserir no cenário musical, a cidade e a região metropolitana têm muitos artistas interessantes que estão fazendo seu movimento e colocando sua arte e potência na rua. O que mais sinto falta de Curitiba é a vista da sacada da minha sogra (risos), a tranquilidade da cidade, dos meus amigos e familiares que amo e da comunidade ballroom do sul onde sempre que possível estava presente nos eventos.

Tive a oportunidade de ocupar espaços importantes da cidade escrevendo projetos de leis de incentivo como Bloco Fogosa no carnaval oficial de Curitiba, Teatro Cleon Jacques, Teatro Zé Maria Santos, Teatro Paiol, e em projetos privados com Festa Divas onde abri o show da Pabllo Vittar e da Gloria Groove, sendo a primeira artista trans a estar nos palcos pelo projeto da Beats, entre outros. 

Terá meu show de lançamento do álbum “SIAMESE” dia 13 e 14 de Dezembro às 20hrs no Teatro Paiol com show de abertura da artista Bixarte.

Por Brunow Camman
27/11/2024 15h42

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