Uma luz para as noites escuras da alma…

“Aquele que nunca viu a tristeza, não conseguira reconhecer a alegria” (Khalil Gibran).

De fato, se pararmos para pensar, a nossa medida de felicidade é diretamente proporcional ao nosso nível de sofrimento. Seria então possível afirmar que aquele que mais sofreu saberia reconhecer melhor a verdadeira alegria? Quem saberá… Igualmente sabemos que o nível de dor, a quantia que cada pessoa consegue suportar de dor varia em muito de pessoas para pessoa. Enquanto para alguns, dores aceitas como pequenas, por exemplo, a picada de uma injeção, ou o espremer de uma espinha são entendidas como completamente toleráveis, para outros apenas o imaginar a picada de uma abelha pode ser um tormento infindável e causar transtornos significativos no corpo, chegando ao ponto de suar frio, sentir ânsias e até mesmo desmaiar.

Como mensurar então as dores da alma? Como mensurar a dor de uma perda, de uma separação, de um trauma, ou de uma tristeza? Impossível… Estas dores são subjetivas e não seguem padrões lógicos de nivelamento ou medição. Talvez uma forma interessante de mensurá-las, ou de chegar próximo a um entendimento do que o outro está sentindo, seria observar a dor através de uma dor similar que já se tenha vivenciado. Aqui vale com certeza a frase: “Só quem sentiu, sabe”!

Além desse ponto, manter uma postura de empatia também tem se mostrado muito gentil ao se tratar da dor alheia. Manter-se ouvinte sem julgamentos é muito mais significativo do que dar conselhos de movimentos que a pessoa que sofre não esta em condições de realizar, justamente por estar pressa em um campo de dor.

A terapia convencional tem ajudado muito nos casos de estresses profundos e nas depressões, com resultados excelentes. Mas além dos tratamentos convencionais, muitas vezes se fazem necessárias intervenções sistêmicas que vão mais fundo, naquelas situações que, na teoria das Constelações Familiares convencionamos chamar de “as noites escuras da alma”. Esses momentos não são movimentos de depressão do corpo, mas sim, momentos de depressão da alma, onde sentimos falta de Amor, de Pertencimento, de Parentalidade, de Pessoalidade e de Hospitalidade. E neste lugar de dor, os medicamentos da medicina tradicional ocidental comumente não consegue chegar. Nas noites escuras da alma, nas dores profundas da alma, nos cantos mais ocultos das nossas dores, apenas o que me tocar profundamente poderá me acordar novamente para a alegria de viver, e a nossa cultura cartesiana ocidental ainda tem dificuldades em compreender a realidade do quântico e do fenomenológico, que consegue agir tão profundamente em nossas almas e em nossos corações. 

Então não tenha medo, além dos medicamentos que há tanto tempo já nos ajudam e que tem se mostrado muito eficientes, vamos nos abrir também para estas novas experiências tão incríveis como a Constelação Familiar, a Psicogenealogia, a Massagem Reparentalizadora, o Renascimento, as Terapias Sistêmicas, entre tantas outras que um dia ou outro já ouvimos falar. Quem sabe através dessas novas possibilidades, possamos enfim localizar a direção desta tão sonhada Felicidade e construir uma história melhor e mais feliz para as futuras gerações.

E virá de nós então, a Força das Raízes!

Por Kelly Von Knoblauch
22/08/2021 13h24