Tom Zé chega a Curitiba para lançar, dia 27 de outubro, no Teatro Guaíra, o seu novo Disco: “Canções Eróticas de Ninar”, que revisita suas mais tenras memórias sobre a descoberta do sexo, quando ainda era um garoto e pouco se falava sobre o assunto na Bahia dos anos 1940/50. Os ingressos já estão à venda a partir de R$56.
Para falar de “Canções Eróticas de Ninar”, que recebeu o prêmio de Melhor Canção por Descaração familiar, além de render o prêmio de melhor disco na categoria pop/rock/reggae/hip-hop/funk na 28a Edição do Prêmio da Música Brasileira, ninguém melhor que o próprio Tom Zé:
“Aqui os assuntos de sexo como eram tratados na minha infância e juventude. Melhor dizendo: não eram tratados (mas para falar do tema no mundo machista de hoje é preciso ter um intenso cuidado para não ofender o feminino, já tão agredido, de todos os lados). O fato é que só agora, aos 80 anos, encontrei forças para mergulhar na questão, embora ela seja sempre presente, como o ar; é mote onde se contêm: curiosidade, brincadeira, segregação, blasfêmia, oração… E principalmente envolve vida e morte, sendo algumas vezes metáfora desta e (alô, Courbet!) a própria origem da primeira. Na minha infância, a sabedoria popular, a intuição aguda do mundo folclórico, criou, com sua ‘urgência didática’, uma escola à nossa volta para salvar aquela geração, evitando que chegássemos à idade adulta completamente ignorantes quanto à sexualidade. O show se inicia com as canções “Urgência Didática” e “Descaração Familiar” que mostram como aquela agudeza popular, observando a inexistência de uma educação sexual, criou essa espécie de escolinha/liceu no qual o assunto era embutido, através de figuras de linguagem, em todas as conversas diárias – na cozinha, no portão, no quintal.”
O SHOW
Todas as música do show são ‘dançáveis’ e temperadas pelo afiado e conhecido humor de Tom Zé, que completa 81 anos de vida. No palco, o artista mescla canções de seu mais recente álbum com grandes sucessos de sua carreira. A mesma banda o acompanha no disco e no show, e é formada por músicos que trabalham com ele há mais de vinte anos: Cristina Carneiro (teclado/vocal), Jarbas Mariz (percussão, bandolim, viola 12 cordas, vocal), Daniel Maia (guitarra/vocal), Felipe Alves (nos instrumentos experimentais Berimblanck, desenvolvido por Marcelo Blanck, buzinório e vocais) e Rogério Bastos (bateria).”
SOBRE TOM ZÉ
Nascido em 11 de outubro de 1936 em Irará/Bahia. Em Salvador, cursou por seis anos a Universidade de Música da Bahia, depois de ter passado em primeiro lugar no vestibular. A escola contava com professores como Ernst Widmer, Walter Smetak e Hans Joachim Koellreutter.
Já em São Paulo, participa de “Arena Canta Bahia”, musical dirigido por Augusto Boal, e da gravação do disco definidor do Tropicalismo, “Tropicália ou Panis et Circensis”, em 1968. No mesmo ano leva o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção “São São Paulo, Meu Amor”.
No final dos anos 80 o disco “Estudando o Samba” foi ouvido pelo multiartista David Byrne, ex-Talking Heads, que lançou sua obra nos Estados Unidos, com sucesso de crítica e público. ‘The Best of Tom Zé”, da gravadora de Byrne, foi o único álbum brasileiro a figurar entre os dez discos mais importantes da década nos E.U.A. Recebeu o Prêmio de Criatividade concedido pelos compositores do festival Composer to Composer, em Telluride, E.U.A., 1990.
É tema de três documentários, premiados: “Tom Zé, ou Quem Irá Colocar Uma Dinamite na Cabeça do Século?”, por Carla Gallo (2000); “Fabricando Tom Zé”, por Décio Matos Júnior (2006); “Tom Zé – Astronauta Libertado”, por Igor Iglesias, cineasta espanhol (2009).
Ganhou o Prêmio Shell pelo conjunto da obra em 2003 e Artista do Ano pela Revista Bravo, 2006. Em 2010, o Governo do Estado de São Paulo concede a Tom Zé o “Prêmio Governador do Estado – Destaque em Música no ano de 2010”. Escreveu os livros “Tropicalista Lenta Luta” (Publifolha, 2003), “Ilha Deserta – Discos” (Publifolha – 2003) e “Cidades do Brasil – Salvador” (Publifolha, 2006).
Quando: 27 de outubro de 2017 (sexta-feira)
Onde: Teatro Guaíra (Rua XV de Novembro, 971)
Horário: 21h
Quanto: variam de R$56 a R$236
Vendas: Disk Ingressos
Realização: Núcleo – Produção Cultura e Desenvolvimento
Apoio cultural: Curitiba Cult
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