Mãos trêmulas em cima do balcão. Uma ansiedade que o deixa feito barata tonta, andando de um lado para outro atrás do bar. Um nervosismo que extrapola os limites do próprio corpo e incomoda todos os presentes no pequeno estúdio que serve de palco para o único Curso de Formação de Bartenders de Curitiba.
Uma após a outra, as garrafas são dispostas no balcão: rum, licor de pêssego, licor de coco, tripple sec e outras de que já não me recordo. Uma mistura ousada, considerando que a nossa tarefa era criar um coquetel inédito, mas sem experimentá-lo previamente. Enquanto todos provavam a criação — de uma coloração azul intensa, que se tornava mais forte no fundo do copo, em um degradê incrível —, ele mantinha a cabeça baixa. Quando vieram os elogios, o nervosismo ficou ainda mais evidente. Tenho certeza de que ele se esconderia em uma gruta naquele momento, se pudesse.
Conheci Joaquim no início de 2014. Para mim, o curso foi pura diversão, uma pequena excentricidade para aproveitar as férias. Para ele, alguns meses de economia e a esperança de conseguir, com o treinamento, uma vaga para trabalhar em um bar melhor (e não falo aqui somente do aspecto financeiro).
Joaquim tem 22 anos, mas fala pouco para a sua idade. É daqueles garotos que, à primeira vista, chegam a parecer antipáticos, indiferentes — seu olhar quase nunca cruza com o de qualquer outra pessoa e o silêncio é constante. Quando precisa responder a uma pergunta que lhe é feita diretamente, olha para baixo e diminui o tom de voz.
Em duas semanas, aprendi pouco ou quase nada sobre a vida dele. Não sei seu sobrenome, onde mora, onde nasceu, quais são seus hobbies. Porém, nada disso fez diferença – ele foi se tornando mais solto e simpático com o passar dos dias (ainda que contrastando com toda a tagarelice minha e de meus colegas) e também se mostrou curioso, dedicado e prestativo. Era o primeiro a fazer perguntas sobre o conteúdo estudado e novamente o primeiro a ajudar os demais durante a limpeza de nosso bar-escola.
O que mais me surpreendeu, no entanto, não foi o seu talento, mas sim o fato de que ele fazia tudo isso sem ter a mínima noção de suas próprias habilidades. Era quieto por vergonha de se expor, mesmo quando seu trabalho de conclusão de curso foi o mais elogiado e bem-elaborado da turma. Posteriormente, ele confessou, com certa timidez, que fez tudo no improviso — sem perceber que nossa resposta não era a censura, mas sim a admiração pela sua capacidade de produzir um coquetel muito melhor do que o nosso, sobre o qual passamos o dia inteiro pensando a respeito. “Tem gente que nasce para a coisa”, resumiu a nossa instrutora.
Pois é, tem muita gente que nasce com muito talento para muitas atividades diferentes. E ceifar tudo isso é justamente uma das maiores crueldades da desigualdade social — se não pela pura e simples falta de oportunidade, pela forma como desestimula o crescimento e abala a confiança daqueles que se encontram em uma posição menos confortável nessa equação.
Joaquim tem um grande potencial, mas não sabe (ou não acredita) nisso. Todas as habilidades dele estão escondidas sob a falta de confiança em si mesmo, a falta de expectativas, a falta de um ambiente que estimule a sua criatividade, que deixe todas as suas ideias extravasarem sem preocupações.
Provavelmente nunca mais o verei. Nunca saberei as grandes coisas que ele conseguiu realizar ou aquelas que ficaram somente no campo das potencialidades. Mas essas duas semanas em sua companhia me fizeram pensar em todos os Joaquins e as Valérias (menina me marcou com a sua participação no documentário Pro dia nascer feliz) que estão escondidos por aí. Talento em sua forma bruta.
Data de Lançamento: 13 de fevereiro
No documentário Frevo Michiles é apresentado a história de um dos maiores compositores vivo de frevo no país. Durante sua trajetória, Jota Michiles transformou o marcante ritmo pernambucano e eternizou o seu legado nas marchinhas carnavalescas. Sua visão de mundo poética e carnavalesca é o mote do documentário, esmiuçando sua originalidade e amor pela música. Com participação de artistas como Alceu Valença, Spok, Getúlio Cavalcanti e Edson Rodrigues é possível mergulhar no mundo criativo do compositor e reviver a alegria que ele trouxe para a alma do carnaval nacional.
Data de lançamento: 13 de fevereiro.
Data de Lançamento: 13 de fevereiro
Em As Cores e Amores de Lore, uma série de encontros do cineasta Jorge Bodanzky e a pintora alemã Eleonore Koch resulta numa investigação da trajetória artística de uma das artistas mais influentes da arte contemporânea brasileira. Conhecida como Lore, a pintora nasceu em 1926 na Alemanha e é a única discípula de Volpi, com quem teve uma relação criativa por muitos anos. Bodanzky faz um resgate do legado da pintora em seus últimos anos de vida e revela as complexidades por trás de sua veia artística e emoções. O filme acompanha a intimidade das longas conversas e dos depoimentos emocionantes dos dois artistas e traz um rico material de acervo comentado pela própria Eleonore. Em suas falas, a pintora discorre sobre seu processo artístico e sua vida íntima, assim como temas como sexualidade, feminismo e amadurecimento.
Data de lançamento: 13 de fevereiro.
Data de Lançamento: 13 de fevereiro
Em Aos Pedaços, Eurico Cruz (Emílio de Melo) mantém um relacionamento secreto com duas mulheres chamadas Ana. Ele vive entre duas casas idênticas: uma no deserto, outra à beira-mar. Cada uma habitada por uma das esposas: Ana e Anna. Certo dia, ele recebe a visita de Eleno e um bilhete anônimo assinado apenas por “A”, anunciando sua morte. A partir daí, sua vida se torna uma grande espiral de paranoia, desconfiado de seus dois amores e do resto das pessoas ao seu redor. Quem realmente o ameaça? Os espaços, os personagens, as suspeitas e as paixões se embaralham nesse quebra-cabeça que, cada vez mais, confunde realidade e obsessão.
Data de lançamento: 13 de fevereiro.
Data de Lançamento: 13 de fevereiro
Em Bridget Jones: Louca pelo Garoto acompanhamos a vida de mãe solteira e viúva de Bridget (Renée Zellweger) depois que seu marido Mark (Colin Firth) faleceu. Quatro anos se passaram e Bridget passa os dias cuidando de seus dois filhos Billy, de 9 anos, e Mabel, de 4 anos. Vivendo nesse limbo entre o luto e a vontade de seguir em frente, Bridget pensa em voltar a namorar, encorajada por seus amigos fiéis, sua ginecologista Dra. Rawlings (Emma Thompson) e até mesmo seu antigo amor, e agora amigo, Daniel Cleaver (Hugh Grant). De volta na pista, Bridget entra nos aplicativos de namoro e precisa conciliar seu trabalho, vida amorosa e obrigações domésticas e maternas, enquanto também enfrenta a legião de mães perfeitas da escola, lida com a saudade que Billy sente do pai e vive situações constrangedores (e potencialmente atraentes) com o professor de ciências das crianças Mr. Wallaker (Chiwetel Ejiofor).
Data de lançamento: 13 de novembro.
Data de Lançamento: 13 de fevereiro
Capitão América: Admirável Mundo Novo é o próximo filme do famoso herói da Marvel. Desta vez, o filme dá continuidade à minissérie de televisão Falcão e o Soldado Invernal, onde o escudo está nas mãos de Sam Wilson (Anthony Mackie), após Steve Rogers (Chris Evans) o entregar em Vingadores: Ultimato. Durante a série, Sam aceita seu dever como o novo Capitão América ao lado de Bucky Barnes (Sebastian Stan). Admirável Mundo Novo compõe a Fase Cinco do Universo Cinematográfico Marvel (UCM). O enredo promete explorar os desafios e responsabilidades de Wilson em seu novo papel, enquanto enfrenta novas ameaças e aliados inesperados. A direção está a cargo de Julius Onah, conhecido por seu trabalho em The Cloverfield Paradox, e o roteiro foi escrito por Malcolm Spellman, que também foi o showrunner de Falcão e o Soldado Invernal.
Data de lançamento: 13 de fevereiro.