“Rio Mais Brasil” exalta a música brasileira

O país de Villa-Lobos, Ary Barroso, Caetano Veloso, Rita Lee, Almir Sater, Tom Zé, Gilberto Gil. Mas também da mulher que carrega a lata d´água na cabeça, do menino que faz samba ou funk no morro ou no asfalto, do índio que dança em sua aldeia, do sertanejo que produz poesia à espera da chuva, da cabocla de jeito mestiço, do guri tri legal. Idealizado por Gustavo Nunes, com direção de Ulysses Cruz e autoria de Renata Mizrahi, ‘Rio mais Brasil, o nosso musical’ mostra um país cheio de musicalidade e contrastes. O povo brasileiro é o protagonista, com sua pluralidade, sua complexidade, seu sincretismo, livre de estereótipos. Uma gente que enverga, mas não quebra.

Rio mais Brasil, o nosso musical’ se passa nos bastidores da realização de um longa-metragem, livremente inspirado na obra ‘O Povo Brasileiro’, de Darcy Ribeiro. O produtor Martin recebe uma verba para criar uma superprodução, mostrando um Brasil jamais visto antes no cinema. Após muito procurar, ele vê suas ideias traduzidas pela cineasta Cris, que propõe mostrar a essência do povo brasileiro através do livro do Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro. E a escolha do elenco deve refletir essa proposta, com pessoas de todo o país, que mostrarão um pouco de suas vivências, ajudando a entender o Brasil através da sua gente. À medida que as filmagens avançam, os valores vão sendo reduzidos, até que o investimento na produção é completamente cancelado. Como seguir adiante? O que pode ser feito? Um novo fato reacende as esperanças e possibilita a continuação das filmagens.

Realidade e ficção dialogam em cena. Não apenas porque o espetáculo retrata uma rotina tão comum à cultura brasileira, mas porque foi livremente inspirado em um fato acontecido na própria produção do musical, que seria montado em 2016, porém teve o cancelamento de um patrocínio quando estava iniciando os ensaios, já com todo o elenco escolhido.

A trilha é um dos pontos altos do musical: congrega letras originais de Renata Mizrahi, com uma releitura de músicas consagradas e também canções representativas das 05 regiões brasileiras. O espetáculo reúne canções inéditas, além de composições de Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso, Luiz Gonzaga, Rita Lee, Gonzaguinha, Almir Sater, Gilberto Gil, Ary Barroso, Cazuza, Tom Zé, Aldir Blanc, Arlindo Cruz, Waldemar Henrique, Kleiton e Kledir, Dani Black, Dona Onete, A Banda mais bonita da Cidade, entre outros, que ressurgem em arranjos originais de Carlos Bauzys e Daniel Rocha. “A nossa busca é refletir nos arranjos, na escolha das músicas, um pouco de tudo do Brasil, essa mistura imensa. Então, estamos trazendo várias referências. É uma mistura de múltiplas influências brasileiras adicionadas aos elementos do teatro musical”, esclarece Bauzys, que não esconde o entusiasmo com a grandeza musical desse país. “Essa riqueza parte de uma espontaneidade sublime. Em cada canto do Brasil que você vai, encontra tradições populares que existem há muito tempo e são extremamente ricas e únicas. O que mais me atrai é essa beleza que parte da espontaneidade e da simplicidade”, finaliza.

Um dos exemplos da busca por essa originalidade é a canção ‘Aquarela do Brasil’ (Ary Barroso), que ressurge completamente renovada, não só pelo arranjo inédito, mas pelo rap escrito pelo próprio Bauzys, incorporado à letra.

Os atores tocarão uma gama de instrumentos (mais de 30), muitos deles inusitados, como: berimbau de boca, ganzá e timbal. A direção musical aposta na percussão corporal como um elemento primordial na construção do espetáculo.

Serviço – Rio Mais Brasil, o nosso musical

Quando: 29 e 30 de setembro e 01 de outubro de 2017

Onde: Guairinha (Rua XV de Novembro, 971)

Horário: sexta e sábado às 21h e domingo às 19h

Quanto: R$50 e R$100

Vendas: Disk Ingressos

Por Curitiba Cult
27/09/2017 12h35