Nessas últimas semanas, assisti dois espetáculos do Coro Cênico de Curitiba. Ambos, “Pequena Memória para um Tempo sem Memória”, de 2018, e “Amar e Mudar as Coisas Interessa Mais“, de 2020, estão disponíveis no YouTube e têm cerca de 1h40 de duração. Duração perfeita para um fim de semana nublado e chuvoso dentro de casa.
Não é segredo para ninguém que eu amo teatro musical, coro e ópera. Gosto muito de ouvir as pessoas cantarem. Sempre que vejo um espetáculo com música cantada vou atrás para descobrir quando e onde será.
O Coro Cênico de Curitiba existe desde 2018, mas só descobri sua existência em 2021, passeando pelo YouTube. Pesquisando pela Internet aprendi mais sobre a origem e o trabalho do coro.
A equipe possui cerca de 30 pessoas e todo o processo criativo é na base da colaboração. Todos os membros têm algo a acrescentar para o grupo. Os cantores emprestam suas formações para o preparo cênico, direção, criação de figurinos e divulgação dos espetáculos.
Eles também emprestam suas vozes e sua diversidade às músicas e mensagens que transmitem a cada espetáculo.
Assisti os espetáculos em ordem. Primeiro, “Pequena Memória para um Tempo sem Memória” e, no outro dia, “Amar e Mudar as Coisas Interessa Mais”.
Antes de prosseguir, uma ressalva: eu falo aqui na IdentidArte sob a perspectiva de público. As observações do próximo parágrafo vêm de um lugar de opinião, não de formação.
Tecnicamente, pude ouvir a evolução vocal do grupo de um espetáculo para o outro. As dinâmicas do coro estavam mais coesas, o entrosamento do elenco mostrava uma familiaridade maior entre si e com o trabalho desenvolvido. Resultado de dois anos de trabalho, eu presumo.
A qualidade da captação também é bem melhor no segundo espetáculo do que no primeiro. Se você se incomoda com qualidade de áudio e imagem em transmissões gravadas ao vivo, recomendo começar assistindo o espetáculo de 2020.
Emocionalmente falando, no entanto, ambas as apresentações me tocaram de forma similar. Percebi, ao assisti-las, que 99% dos espetáculos que vi durante a pandemia foram gravados especialmente para o ambiente online. E isso faz diferença.
Nos espetáculos do Coro Cênico há interação da plateia. Aplausos, gritos, reações de um público que recebia, coletivamente, aquela história pela primeira – e possivelmente única – vez. Pessoas desconhecidas que se sentavam lado a lado, sem máscaras, para compartilhar uma experiência.
Essa, ao que me parece, é a grande diferença do teatro ao vivo, no palco físico, para o teatro ao vivo, no palco virtual. Apesar das inúmeras possibilidades criativas que o virtual nos oferece, apesar dele ter sido a razão pela qual conheci tantos trabalhos artísticos nesta pandemia, inclusive o Coro Cênico.
Apesar de tudo isso, não há troca mais humana do que a troca física. Justamente esse tipo de troca que mais nos coloca em risco durante uma crise de saúde global.
Quando assisti aos espetáculos do Coro Cênico me senti catapultada para 2019 e suas discussões políticas fervorosas pelos palcos da cidade. Fui relembrada de como achava comum entrar em um espetáculo e ouvir atores gritarem por justiça social, equidade. Denunciarem aos brados a misoginia, o racismo, as atrocidades cometidas por quem se sente poderoso demais.
Não quero dizer que as discussões políticas não continuam agora. Discussões políticas sempre vão existir enquanto dois seres humanos existirem juntos. Nossa existência é política.
Contudo, após março de 2020, um vírus invisível se tornou onipresente em qualquer discussão. Antes de falarmos sobre qualquer assunto precisamos lidar com esse inimigo que já nos levou tantas pessoas queridas. Que nos isolou, que fechou nossos espaços de convívio público e nos barrou a troca física e humana a qual estávamos acostumados.
E ele aparece até quando não é mencionado. Aparece a cada apresentação virtual, quando não sentimos a energia da plateia em frente aos artistas. Aparece a cada ausência de toque em cena. Aparece a cada apelo de “siga nossas redes sociais” presente, agora, em toda apresentação.
Esse “novo normal” que já é “novo” há quase um ano, mas que ainda resistimos em chamar simplesmente de normal porque não podemos aceitar que essa realidade estéril é/será normal.
Venho me perguntando como serão os espetáculos após o trauma social que é/foi a pandemia do coronavírus. Perceba que não consigo nem mesmo definir ainda o tempo verbal que utilizar. A pandemia ainda não acabou, mas, de certa forma, já vivemos em uma sociedade pós-pandêmica.
Como público, sinto nos artistas a mesma aura de insegurança que por vezes me cerca. Vejo obras mais individuais e intimistas, reflexos dos 18 meses de isolamento que passamos/estamos passando.
Como disse Nina Simone, “o dever do artista é o de refletir os tempos”. É o que os nossos artistas têm feito.
O próprio Coro Cênico de Curitiba produziu podcasts, postou trechos de performances e transmitiu na íntegra dois espetáculos filmados no palco antes da pandemia. Se você pensar na dinâmica do coro, um corpo artístico que, assim como a orquestra, têm a vivência em grupo como necessidade.
Estamos em bandeira amarela e, em teoria, teatros e outros espaços culturais já podem abrir novamente. Sei que existem diferentes opiniões a respeito dessa reabertura dentro da própria classe artística. Ambos os lados com ótimos argumentos.
Pessoalmente, enquanto público, ainda não me sinto à vontade para retornar à plateia. Dividir o ar com desconhecidos, uma prática que antes beirava o místico, agora me deixa com medo do vírus.
Imagino que existam outros como eu e, justamente por isso, o processo de retorno e reabertura não será imediato. Vamos voltando aos poucos, nos reacostumando aos espaços que perdemos acesso em 2020.
Quais histórias veremos quando voltarmos? Quais as mensagens os artistas escolherão para nos transmitir?
Nos dois espetáculos do Coro Cênico de Curitiba que assisti, as mensagens eram claras, ditas em voz alta, com orgulho. Mensagens necessárias e que ressoam com o meu posicionamento político pessoal.
Mesmo assim, por vezes, eu me surpreendi estranhando o tom que elas eram entregues. Em alguns momentos elas soaram agressivas demais e senti resistência em continuar assistindo. Interessante, pois antes da pandemia eu tinha era vontade de juntar minha voz ao coro, reverberar cada demanda, cada indignação.
São assuntos importantes, debates necessários e que, em um cenário pós-pandêmico, talvez encontrem novamente obstáculos que já haviam sido superados depois de muita luta.
Pouco antes de finalizar este texto conversei, via Instagram, com um representante do Coro. Perguntei a essa pessoa como andam os trabalhos, se teremos novos projetos e a resposta foi “sim, seguimos resistindo”.
Fiquei muito feliz com esse retorno. Sinto que a história do Coro Cênico está apenas começando e que aquele é um grupo que ainda tem muito a compartilhar com a nossa cidade. Estou curiosa para ver como irão enfrentar os desafios pós-pandêmicos.
Antes de ir embora, deixo aqui um convite a uma experiência cultural: assista (ou reassista) um espetáculo gravado até março de 2020. Sinta esse choque de realidades, ou não. Mas, se possível, teste a sua capacidade crítica enquanto público. É um exercício que vale à pena.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
Em Alegria do Amor, Dulce (Renata Gaspar) é uma jovem quilombola do sertão do Ceará que testemunha o brutal assassinato de seu companheiro, Davi (Márcio de Paula), executado por jagunços a serviços de uma mineradora estrangeira. Ameaçada, ela foge para São Paulo, onde se torna uma voz de resistência, denunciando o crime com apoio de ONGs e advogados. Órfã e criada para seguir em uma missão religiosa, Dulce enfrenta uma reviravolta pessoal quando é procurada por Beatriz, que revela ser sua mãe. Abandonada ainda bebê, Dulce descobre ter tido um irmão gêmeo, hoje Marisa, uma mulher trans e dona de um karaokê que serve como refúgio para a comunidade LGBTQIAP+. Esse novo universo transforma sua visão de mundo, enquanto as irmãs se unem para cobrar resposta de Beatriz sobre seu passado. Juntas, Dulce e Maria decidem retornar ao sertão com duas missões: celebrar a vitória do quilombo e encontrar o pai que nunca soube de sua existência. Em meio a essa jornada, elas enfrentam as dores do passado, os desafios do presente e a busca por justiça e pertencimento.
Data de lançamento: 06 de fevereiro.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
Um marco na carreira da consagrada cantora de kpop IU. O filme-concerto IU Concert: The Winning mostra cada detalhe da 100ª apresentação ao vivo da compositora em sua primeira turnê mundial. Os fãs podem viver em primeira mão os melhores momentos de uma turnê pioneira na carreira da artista, com ingressos esgotados pelas diferentes cidades onde passou. Iluminando o Estádio da Copa do Mundo de Seul, o filme conta com performances inequecíveis de um repertório de grandes canções, como ‘Love Wins All’, ‘Holssi’, ‘Shopper’, ‘Celebrity’ e ‘Last Fantasy’. Um verdadeiro espetáculo de luzes e apresentações, IU Concert acompanha ainda um show drones no céu noturno e estrelado de Sangam. Ouça os sucessos e se emocione com a notável apresentação de uma das cantoras mais queridas da Coreia do Sul.
Data de lançamento: 06 de fevereiro.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
Roberto Chaves, conhecido como Robertinho, é um multiartista negro que, há 30 anos, saiu de Santo Amaro da Purificação na Bahia e se mudou para Paris. Na capital francesa, o brasileiro é uma estrela dos cabarés da cidade, performando como Arlequim no Cabaré Paraíso Latino. De dia, Robertinho comanda o cortejo afro-brasileiro Lavage de la Madeleine, um ritual de lavagem dos degraus da igreja francesa Madeleine que reúne quase 60 mil pessoas. No documentário Madeleine à Paris, acompanhamos a vida profissional e artística desse brasileiro queer e andrógino, filho de santo do Candomblé. Um olhar para a diáspora afro-brasileira na Europa e o cruzamento entre fronteiras físicas e simólicas, entre o feminino e o masculino, o sagrado e profano.
Data de lançamento: 06 de fevereiro.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
Na ocasião do aniversário de 40 anos de Dragon Ball, Dragon Ball Daima reúne, numa homenagem, os três primeiro episódios da série. Na trama, após lutarem contra Majin Buu, Goku, Vedeta e os guerreiros Z são transformados em crianças por um feitiço misterioso. Nessa nova forma em miniatura, Goku e seus amigos descobrem que o motivo para essa conspiração pode estar em um novo mundo. Assim, eles partem para o Reino dos Demônios com o intuito de descobrir a verdade e uma forma de restaurarem suas formas adultas. Dragon Ball Daima embarca seus icônicos personagens numa aventura épica contra novos desafios e ameaças, vilões e criaturas únicas.
Datas de lançamento: 06 de fevereiro.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
Reality de Horror – Influencers em Pânico é um filme norte-americano de terror e suspense dirigido por Dame Pierre e Mike Ware. A trama segue um grupo de influencers das redes sociais que estão reunidos em uma luxuosa mansão em Hollywood Hills para uma programa de TV. O reality show acompanha o cotidiano do confinamento desse famosos blogueiros na casa em Los Angeles. Eles só não contavam com uma virada macabra na estadia: de repente, cada um deles se encontra preso em um jogo cujo resultado pode determinar quem irá sobreviver. Por trás de todo esse pesadelo, está um misterioso assassino psicopata que começa a revelar todos os seus segredos mais profundos e obscuros antes de começar uma matança sangrenta e desenfreada.
Data de lançamento: 06 de fevereiro.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
Em A Voz que Resta, Paulo (Gustavo Maxhado), um jornalista e escritor frustrado, vive preso em um ciclo de trabalho medíocre, bloqueio criativo e um relacionamento destrutivo com Marina (Roberta Ribas), sua vizinha casada. Marina, garçonete e aspirante a atriz, seduziu Paulo no elevador e desde então o mantém em seu radar, sem nunca deixar o marido que vive no mesmo prédio. Em uma noite de desespero e exaustão, Paulo decide romper com tudo. Prestes a se mudar, bêbado e sozinho no eco do apartamento vazio, ele grava uma fita cassete como despedida. Entre amor, ódio e autodepreciação, Paulo transforma o gravador em confidente, registrando uma confissão visceral para Marina, a musa que o destrói e fascina. Enquanto o gravador e uma câmera digital capturam os bastidores de seu luto amoroso, o público assume o lugar de Marina, testemunhando a exposição crua de um homem tentando enterrar seu passado e encontrar algum alívio em meio à dor que ele próprio perpetua. Uma narrativa de adeus, desejo e autoanálise que expõe, acima de tudo, o ódio de Paulo por si mesmo.
Data de lançamento: 06 de fevereiro.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
Os Sapos, adaptação da peça homônima de Renata Mizrahi, é um filme que aborda a trama de Paula, uma mulher de 38 anos, aceita um convite para passar um fim de semana em uma casa de campo isolada. No local, ela se depara com dois casais em crises intensas de relacionamento: Luciana e Marcelo, que estão juntos há oito anos, mas nunca oficializaram o seu compromisso, e Cláudio e Fabiana, cuja aparente felicidade esconde uma relação tóxica e abusiva. Amiga da adolescência de Marcelo, Paula logo percebe que entrou em um verdadeiro campo minado. Sua presença inesperada serve como catalisador para desenterrar conflitos e tensões há muito reprimidos entre os casais. Ainda assim, ela decide aproveitar o fim de semana, navegando com humor e ironia pelas dinâmicas disfuncionais ao seu redor.
Data de lançamento: 06 de fevereiro.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
Em Blindado, um experiente guarda de segurança blindado, James Broody (Jason Patric), e seu filho adolescente, Casey Broody (Josh Wiggins), realizam uma rotina aparentemente comum: transportar valiosos carregamentos entre bancos. No entanto, essa missão se transforma em um pesadelo quando uma gangue de assaltantes implacáveis, liderada pelo astuto Rook (Sylvester Stallone), quer de todas as formas a fortuna que eles transportam. Após uma perseguição frenética e violenta pelas ruas da cidade, James e Casey se veem encurralados em uma ponte. Com o caminhão à beira do abismo, a dupla percebe a imensa quantia em dinheiro que está sob sua guarda. A partir desse momento, a luta pela sobrevivência se intensifica. Enquanto Rook e seus aliados se preparam para o ataque final, James precisa usar toda a sua experiência e astúcia para proteger a vida de seu filho e impedir que a fortuna caia nas mãos erradas. Com o tempo se esgotando e a ponte prestes a ceder, pai e filho se unem em uma batalha desesperada contra os assaltantes.
Data de estreia: 06 de fevereiro.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
Essa não é a sua história de amor convencional. Acompanhante Perfeita segue o casal Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid) num final de semana entre amigos numa casa de campo luxuosa e tranquila. Os dois se conhecem num mercado e, logo, começam a sair. Apaixonados, os dois vivem um romance de cinema. Mas nem tudo é o que parece: Iris é um robô. E nem ela mesmo sabia. A viagem toma, então, um rumo inesperado, com perseguições, sangue e revelações estrondosas e com a jovem máquina altamente sofisticada perdendo o controle e precisando lutar para sobreviver. O filme mistura suspense e terror com uma pitada de comédia e elementos sobrenaturais para falar sobre relações de gênero e as idealizações românticas que construímos e se chocam com a realidade. Com o relacionamento dos dois sendo diretamente testado, será que o casal sairá vivo desse pesadelo?
Data de lançamento: 06 de fevereiro.
Data de Lançamento: 06 de fevereiro
A busca pela felicidade pode custar caro. Em Emília Pérez, uma descontente e explorada, mas altamente qualificada, advogada chamada Rita (Zoe Saldana) trabalha numa firma focada em encobrir crimes ao invés de servir à justiça. Cansada dessa dinâmica e de estar desperdiçando seus talentos, Rita se depara um dia com uma proposta indispensável que pode tirá-la dessa vida: ajudar o chefe de um cartel, Juan Del Monte, a se aposentar, sair de seu posto e desaparecer por definitivo. Juan, porém, tem aperfeiçoado esse plano em segredo há anos e envolve não só fugir das autoridades, mas afirmar sua verdadeira identidade: Emilia Pérez. Rita, então, ajuda-o em todo esse processo, garantindo que Emília possa finalmente viver seu mais autêntico e verdadeiro eu fora do radar. Emília Perez é um musical que redefine o gênero e, com sua história, quebra expectativas.
Data de lançamento: 06 de fevereiro.