O começo do fim: Velozes e Furiosos 10 inicia o adeus à franquia

Foto: Reprodução/Universal Studios

Esta resenha é completamente inviesada

Imagina você, no começo dos anos 2000, assistindo um filme com os carros mais coloridos e tunados já vistos, as melhores cenas de corrida e com um elenco que ficaria para a história. Essa foi primeira vez que você escutou a palavra nitro e depois disso começou a desenhar carros no seu caderno durante a aula de matemática. A verdade é que Velozes e Furiosos, como dito no lançamento, é “uma seita com carros” e em 20 anos os seus fãs continuam fiéis.

Talvez o Vin Diesel não seja o melhor ator do mundo, ou o roteiro nem sempre acerte, mas a família que Justin Lin reuniu ao longo do caminho é o  que importa. Amanhã (18) chega aos cinemas de todo mundo Velozes e Furiosos 10, estrelado por Vin Diesel, Jason Momoa e Michelle Rodriguez. A produção é a primeita parte do adeus à família Toretto.

No 11º longa da franquia, a família de Dominic Toretto está sendo ameaçada por um inimigo antigo do herói que busca vingança depois de uma década de sofrimento. O piloto retorna ao Brasil a fim de descobrir como salvar e proteger quem ama.

Em 10 filmes “Los Bandoleros” já fizeram de tudo, desde roubar combustível de um caminhão em movimento a ir ao espaço. Muitos inimigos foram deixados para trás e mais amigos acompanharam a equipe. Talvez por marcar a virada da franquia de uma história sobre pilotos para agentes secretos -ou talvez por ser o melhor filme já feito-, a produção retorna ao 5º longa da franquia, Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio.

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Foto: Reprodução/Universal Studios

Além de simbólica, a escolha traz a história de volta à América Latina, onde os filmes acumulam seu maior número de devotos. Reviver uma família de vilões um pouco esquecida, nos trouxe Jason Momoa, que é de longa uma dos maiores acertos neste adeus.

O ator interpreta o psicopata Dante Reyes, filho do lider do cartel brasileiro morto no quinto filme. Misturando comédia e tragédia, as nuances do que pode ser uma performance de Momoa se revelam. Mesmo interpretando mais uma vez um brutamontes, o Aquaman consegue trazer características únicas ao vilão que o fazem se destacar entre tantos outros.

Velozes & Furiosos 10 - Jason Momoa

Foto: Reprodução/Universal Studios

Infelizemnte nem todas adições ao elenco foram boas ou necessárias. A oscarizada Rita Moreno pegou o avião para Los Angeles apenas para um almoço. A abuelita Toretto tem menos de 5 minutos de tela e não acrescenta em nada ao decorrer do filme. Nem quando a família está sendo perseguida, os agentes lembram da existência dela.Outro exagero foi a escalação de Alan Ritchson. Tudo bem que Dante precisava de um parceiro de crime, mas outro homem em formato de armário não é a mais interessantes das opções.

Desta vez nada muito além do normal acontece, para Velozes e Furiosos pelo menos. Um salto de avião num carro aqui, uma bomba de 2 metros sendo perseguida por uma moto ali, nada demais. Porém, a beleza das cenas de ação deste filme acontece nos detalhes. Voltando as raízes, a ativação do famoso NOX em câmera lenta, seguindo à combustão e um dos momentos que traz uma pitada de nostalgia ao longa.

Velozes & Furiosos 10

Foto: Reprodução/Universal Studios

Alguns buracos no roteiro eram de se esperar em um filme dos Toretto, mas desta vez as peripécias que aconteceram na sala dos escritores incomodam um tanto. Certo, este é o começo do fim de uma história que se constroe a duas décadas, mas a escolha de qual personagem morre ou permanece morto parece ser arbitrária.

No mais, Velozes e Furiosos 10 é um instigante começo de que virá a ser o final da fraquia tão esperado pelos haters. O que eles não podem dizer é que não teve qualidade e não foi um puro suco de entretenimento.

Por Deyse Carvalho
17/05/2023 17h34

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