Até agora, só falei aqui na IdentidArte de assuntos sobre os quais tenho um mínimo de conhecimento prático. Posso não ser especialista, mas já tive contato próximo com a dança, com a música e com a produção cultural. Para o texto de hoje, optei por me aventurar em uma área na qual o meu conhecimento é quase exclusivamente baseado na paixão que eu cultivei na infância pelas artes plásticas.
Adoro um museu, do tipo que for. Há algo no museu que nos convida a mergulhar nas obras expostas. É um passe livre para se deixar levar por pensamentos abstratos.
Não vou a um museu desde janeiro de 2020, e eu tinha o hábito de visitá-los uma vez por mês – ou, pelo menos, esse era meu objetivo autoimposto. Por isso, neste feriado, em plena bandeira vermelha, resolvi que iria experimentar visitar um museu virtual.
Minha primeira ideia foi recorrer ao MON. Já sabia que as exposições de lá estavam disponíveis também na plataforma Google Arts & Culture, um espaço que há tempos tinha vontade de explorar.
Quando acessei a plataforma, no entanto, descobri que o MON é o único museu curitibano por lá. Vários outros estão indicados no mapa, mas apenas é possível encontrar a informação de que estão fechados. Foi uma pequena decepção.
Acessando os sites dos outros museus, porém, minhas esperanças voltaram. Tem muita coisa legal rolando de forma independente. Além do MON, temos exposições virtuais nos sites do Museu de Arte da UFPR e no do Museu do Holocausto. Os sites do Museu Guido Viaro, do Museu Alfredo Andersen e do Museu Egípcio também possuem conteúdos em profundidade sobre as obras expostas, apesar de não serem exposições virtuais propriamente ditas.
Escolhi, então, focar em duas experiências, a Cenas de Interior, do Museu de Arte da UFPR, e um passeio pelo MON através do Google Arts & Culture.
Esta exposição me chamou a atenção pelo nome e pela proposta. A curadoria reúne, com olhar pandêmico, obras de artistas locais produzidas antes da pandemia. Todas elas refletem, de alguma forma, instabilidade, insegurança e distância.
Cada obra tem, no mínimo, duas interpretações possíveis. A que pode ser considerada “original”, dado seu contexto histórico, e a reinterpretada pós-2020. A exposição virtual é um prato cheio para quem se interessa pelas artes plásticas de uma forma geral.
Conforme o público navega pelas obras pode ler textos que explicam as técnicas utilizadas pelos artistas. Há também aspas dos autores e seus críticos, compartilhando suas próprias interpretações. Por fim, a seção “para refletir”, que coloca a obra em relação ao nosso contexto atual.
Se você, como eu, vivia embaixo de uma pedra até ontem e nunca acessou o Google Arts & Culture, fica aqui um alerta: a interface é feita para o computador. No celular funciona, mas os míopes sofrem um pouco. Projetar na Smart TV é contra intuitivo. A plataforma só permite projetar uma imagem por vez, o que, na minha opinião, afetou a atmosfera de “caminhar virtualmente pelo museu” a que se propõe o Google.
Feitas essas ressalvas, vamos ao conteúdo propriamente dito.
Passei virtualmente pelos corredores do museu, vi exposições que ainda não tinha visitado e revisitei exposições que já conhecia. Por último, como normalmente faço quando vou ao MON, fui para a área externa.
As obras expostas externamente são esculturas. Todas elas fazem parte do acervo de exposições permanentes, então já perdi as contas de quantas vezes já passei por ali. Uma experiência interessante, pois tenho em mim várias interpretações para as mesmas obras. Desde a primeira vez que fui ao museu, ainda criança, até a última, antes da pandemia.
Acho que minha experiência com a obra de Eliane Prolik, que está entre o estacionamento e a entrada do museu, resume essa trajetória. A obra se trata de uma placa de sinalização de trânsito que diz: “Não pare sobre os olhos”.
Quando eu era criança, eu imaginava que aquele sinal deveria indicar aos motoristas para não estacionarem em locais proibidos que, por se tratar do estacionamento do Museu do Olho, deveriam estar sinalizados com desenhos de olhos.
Quando adolescente, pensei que se tratava de uma obra de arte perdida, de uma exposição que já havia se encerrado. Talvez ela tivesse sido doada ao museu. Ou talvez alguém a fincou tão firme no solo, que não saía mais de lá.
Já adulta, na última vez que a vi, antes da pandemia, pensei, novamente, que se tratava de sinalização de trânsito. Quem sabe ela indicava aos motoristas o lugar correto para estacionar: os estacionamentos e não o gramado abaixo da Torre do Olho.
Dizem que, em qualquer forma de arte, o que vale é a interpretação do público. Pensando assim, todas as minhas interpretações anteriores estariam corretas e não é necessário um texto de algum estudioso para me dizer o que pensar.
Eu sou daquelas péssimas companhias para ir ao museu, pois tenho o costume de ler todos os textos de todas as exposições. Tem visita guiada? Ótimo! Onde me inscrevo? É áudio-guia? Quero!
Demoro horas para sair de uma exposição, pois quero sugar todo o conhecimento que foi colocado ali.
Normalmente, os curadores e curadoras fazem observações gerais, mas deixam espaços de silêncio junto a maioria das obras. Presumo que seja com a intenção de deixar o público livre para interpretação. Nas exposições virtuais, porém, essa regra é diferente.
Quase todas as obras acompanham seus textos. E ler esse material para obras que conheço desde sempre foi esclarecedor. Não que eu tenha aberto mão de minhas interpretações anteriores, ainda acho que há riqueza nos significados literais que encontrei na obra de Eliane Prolik, por exemplo. Mas a experiência virtual me ajudou a “não parar sobre os olhos”.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Em A Última Sessão, acompanhamos o menino Samay em sua descoberta do mundo mágico do cinema. Nessa história sensível, em uma cidade no interior da Índia, o menino de 9 anos assiste um filme no Galaxy Cinema e sua vida muda completamente e uma paixão feroz começa. Samay passa a faltar às aulas do colégio e a roubar um pouco de dinheiro da casa de chá de seu pai para assistir filmes. Com um desejo enorme de se tornar cineasta, Samay conhece Fazal, o projecionista do cinema e os dois fazem um acordo: Samay traz para Fazal as deliciosas comidas preparadas por sua mãe, enquanto Fazal permite que Samay veja infinitos filmes todos os dias na sala de projeção. Uma amizade profunda é forjada pelos dois e, logo, é colocada a teste graças a escolhas difíceis e transformações nacionais importantes. Agora, para perseguir seu sonho, Samay deve deixar tudo o que ama e voar para encontrar o que mais deseja.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Em Marcello Mio, Chiara (Chiara Mastroianni), filha dos icônicos Marcello Mastroianni e Catherine Deneuve (Catherine Deneuve), é uma atriz que vive um verão de intensa crise existencial. Insatisfeita com sua própria vida, ela começa a se questionar sobre sua identidade e, em um momento de desespero, afirma a si mesma que preferiria viver a vida de seu pai, uma lenda do cinema, do que enfrentar a sua realidade. Determinada, Chiara começa a imitar Marcello em tudo: veste-se como ele, adota seu jeito de falar, respira como ele. Sua obsessão é tamanha que, com o tempo, as pessoas ao seu redor começam a entrar nessa sua estranha transformação, passando a chamá-la de Marcello. Em um jogo de espelhos entre passado e presente, Marcello Mio explora a busca por identidade, legado e o impacto da fama na vida pessoal de uma mulher perdida em sua própria sombra.
Data de Lançamento: 11 de dezembro
O grupo de K-pop NCT DREAM apresenta sua terceira turnê mundial nesse concerto-documentário único. Gravada no icônico Gocheok Sky Dome, em Seul, a apresentação reúne um espetáculo vibrante, com coreografias e performances extraordinárias. O filme ainda conta com cenas de bastidores, mostrando o esforço depositado para dar vida a um show dessa magnitude. O concerto se baseia na história do Mystery Lab, um conceito cunhado pelo grupo. NCT DREAM Mystery Lab: DREAM( )SCAPE dá o testemunho de uma grandiosa turnê.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Queer é um filme de drama histórico dirigido por Luca Guadagnino, baseado na obra homônima de William S. Burroughs e inspirado em Adelbert Lewis Marker, um ex-militar da Marinha dos Estados Unidos. A trama segue a vida de Lee (Daniel Craig), um expatriado americano que se encontra na Cidade do México após ser dispensado da Marinha. Lee vive entre estudantes universitários americanos e donos de bares que, como ele, sobrevivem com empregos de meio período e benefícios do GI Bill, uma lei que auxiliou veteranos da Segunda Guerra Mundial. Em meio à vida boêmia da cidade, Lee conhece Allerton (Drew Starkey), um jovem por quem desenvolve uma intensa paixão. O filme explora temas de solidão, desejo e a busca por identidade em um cenário pós-guerra, com uma ambientação que retrata fielmente a atmosfera da Cidade do México nos anos 1950.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
A Different Man, é um thirller psicológico, dirigido e roteirizado por Aaron Schimberg, terá a história focada no aspirante a ator Edward (Sebastian Stan), no qual é submetido a passar por um procedimento médico radical para transformar de forma completa e drástica a sua aparência. No entanto, o seu novo rosto dos sonhos, da mesma forma rápida que veio se foi, uma vez que o mesmo se torna em um grande pesadelo. O que acontece é que, por conta da sua nova aparência, Edward perde o papel que nasceu para interpretar. Desolado e sentindo o desespero tomar conta, Edward fica obcecado em recuperar o que foi perdido.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
As Polacas é um drama nacional dirigido por João Jardim e selecionado para o Festival do Rio de 2023. O filme é inspirado na história real das mulheres que chegaram ao Brasil vindas da Polônia em 1867 com a esperança de uma vida melhor. Fugindo da perseguição aos judeus e da guerra na Europa, o longa acompanha a saga de Rebeca (Valentina Herszage), uma fugitiva polonesa que vem ao Brasil com o filho, Joseph, para reencontrar o esposo e começar a vida do zero. Porém, as promessas caem por terra quando, ao chegar no Rio de Janeiro, a mulher descobre que o marido morreu e, agora, está sozinha em um país desconhecido. Até que seu caminho cruza com o de Tzvi (Caco Ciocler), um dono de bordel envolvido com o tráfico de mulheres que faz de Rebeca seu novo alvo. Refém de uma rede de prostituição, Rebecca se alia às outras mulheres na mesma situação para lutar por liberdade.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Do aclamado diretor Alejandro Monteverde, conhecido por Som da Liberdade, Cabrini, narra a extraordinária jornada de Francesca Cabrini (Cristiana Dell’Anna), uma imigrante italiana que chega a Nova York em 1889. Enfrentando um cenário de doenças, crimes e crianças abandonadas, Cabrini não se deixa abater. Determinada a mudar a realidade dos mais vulneráveis, ela ousa desafiar o prefeito hostil em busca de moradia e assistência médica. Com seu inglês precário e saúde fragilizada, Cabrini utiliza sua mente empreendedora para construir um império de esperança e solidariedade. Acompanhe a ascensão dessa mulher audaciosa, que, enfrentando o sexismo e a aversão anti-italiana da época, se torna uma das grandes empreendedoras do século XIX, transformando vidas e deixando um legado de compaixão em meio à adversidade.
Data de Lançamento: 12 de dezembro
Em Kraven – O Caçador, acompanhamos a história de origem de um dos vilões da franquia Homem-Aranha. De origem russa, Kraven (Aaron Taylor-Johnson) vem de um lar criminoso e de uma família de caçadores. Seus poderes nascem de uma força sobrenatural e super humana que o faz um oponente destemido e habilidoso. A relação complexa com seu pai Nicolai Kravinoff (Russell Crowe) o leva para uma jornada de vingança e caos para se tornar um dos maiores e mais temidos caçadores de sua linhagem. De frente para questões familiares, Kraven mostra sua potência nesse spin-off.