Não Se Preocupe, Querida não se sustenta sem as polêmicas do set

Foto: Reprodução/Warner Bros

Depois de ganhar a crítica com Booksmart, Olivia Wilde infelizmente não consegue o mesmo resultado com o polêmico Não Se Preocupe, Querida. Apesar de ser bonito de se ver e da perigosa estratégia de marketing, o longa não passar de um grande quase com uma pitada de “e se”.

Não Se Preocupe, Querida acompanha o casal Jack e Alice, interpretados por Harry Styles e Florence Pugh, em uma comunidade planejada com ares dos anos 1960. Tudo corre bem até que Alice desconfia que algo não está certo.

Gemma Chan, Miss Flo (Pugh) e Chris Pine são as melhores coisas do filme. Mesmo não tendo o melhor roteiro em mãos, muito menos a melhor atmosfera de set, os atores dão o melhor de si, deixando seus personagens memoráveis numa produção facilmente esquecível.

A atuação de Harry Styles causa uma saudade do que não existiu e leva a imaginação a simular o que seria do personagem se Shia LaBeouf tivesse de fato interpretado o par romântico de Florence. O cantor, apesar de ter seus momentos “white man screaming” que normalmente são condecorados pela academia, não consegue ter sucesso em nenhuma cena em que seu personagem tem mais de duas linhas de diálogo.

Olivia, que também atua em seu filme, talvez não seja a principal falha no resultado. No final das contas, a direção, na qual é responsável, é interessante. Os visuais do filme são um de seus poucos acertos. Por outro lado, o roteiro de Katie Silberman, que também trabalhou com a diretora em Booksmart, é previsível e descartável.

Mesmo se propondo a ser um terror psicológico, o máximo que Não Se Preocupe, Querida consegue alcançar é a categoria de mistério de novela das seis. A trama se resume a uma constante crescente que no final cai de cara em um desfecho desinteressante e até mesmo cômico.

É uma pena que o filme não tenha o que dizer. Apesar de tentar enganar o público com suas metáforas visuais, a produção é carente de significado. A dupla Wilde & Silberman não consegue definir qual o objetivo final das duas longas horas de tela. Apesar de ser o segundo trabalho solo da diretora, este parece uma produção de faculdade com o budget de Hollywood.

Por Deyse Carvalho
23/09/2022 10h41

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