Nada além de uma obsessão juvenil em ‘Fica Comigo’ da Netflix

Talvez um dos temas mais abordados ultimamente nas obras fictícias é o debate de questões relacionadas aos jovens. Entre amor, doenças, drogas e demais assuntos, exemplares envolvendo obsessão estão sempre aparecendo por aí. Aproveitando disso e na corrida desenfreada para “povoar” seu catálogo com produções próprias, a Netflix lançou no final de junho o drama/suspense Fica Comigo.

Estrelado por Bella Thorne, Halston Sage e Taylor John Smith. O longa apresenta o relacionamento de um casal (Halson e Taylor) que sofre com a perseguição de uma novata (Bella). A trama principal de Fica Comigo inicia após uma noite de sexo, na qual Holly (Bella) acaba se apaixonando por Tyler (Taylor), ficando assim obcecada em conquistar o rapaz de qualquer forma possível.

É um filme de principiantes, em todos os sentidos. O diretor Brent Bonacorso e o roteirista Ben Epstein fazem aqui o primeiro trabalho de suas carreiras. O trio de atores principais se baseia em duas garotas que estão começando a conquistar espaço em Hollywood e um ator que está agora deixando a vida de total coadjuvante para trás. Importante saber disto, pois revela muito sobre Fica Comigo e como que a produção acaba se perdendo por medo de se arriscar.

Não é preciso pensar muito para puxar vários longas que se baseiam em problemas no relacionamento, causados por um terceiro. Traição e obsessão são tópicos usados em abundância na sétima arte. E normalmente fica só nisso, um clichê atrás do outro. Infelizmente Fica Comigo é isso, uma sequência de situações que já vimos anteriormente e que conseqüentemente transformam o filme numa obviedade só.

Em nenhum momento de Fica Comigo é perceptível a vontade de fazer algo de boa qualidade. Se existem alguns méritos, estão na trilha sonora e fotografia. Responsáveis por uma criação de tensão/ambientação interessantes e belas passagens de cena. Além disto, é realmente bem difícil ressaltar pontos positivos. Parece que a intenção sempre foi a de criar um filme adolescente, sem destaques e que sirva apenas pra ocupar despretensiosamente 90 minutos (para isso, até que serve e é só).

A abordagem do estado psicológico e da própria obsessão de Holly é muito superficial. Assim como as “ameaças” causadas por ela, que além de esperadas não geram muito do que apreensão momentânea. Desta forma, Fica Comigo é um filme que se torna previsível. Uma pena, pois nos minutos iniciais cria-se certa expectativa de que veremos algo diferente e talvez surpreendente. Bela ilusão.

Nota: 2,5

Trailer – Fica Comigo

https://www.youtube.com/watch?v=oF5Cg628wm4

Por Adalberto Juliatto
08/07/2017 16h47