Histórias dos botequins curitibanos saem da mesa de bar e ganham exposição

Um balcão, noite adentro, madrugada afora, dia que amanhece, outra saideira e tantas histórias que se contam e vivenciam em balcões de bar. No centro na cidade é possível se deparar muitas vezes com mais de dois bares em uma mesma rua. Sem levar em consideração alguns cantos boêmios da cidade como as ruas, Trajano Reis, São Francisco, Av. do Batel e Largo Da Ordem com botecos, armazéns, empórios e bares a se perder de vista.

Mas, pelo centro da cidade, e em atividade até hoje, bares centenários já foram abrigos de diversos artistas. E claro, falar da cultura de bar, sem rememorar Paulo Leminski, é quase uma blasfêmia. Afinal, a “turma dos cinco da Ghignone” , como era conhecida a patota do polaco que foi frequentador assíduo do reduto da Rua das Flores, e da região da Praça Osório tem retratos estampados de suas noitadas em vários bares de Curitiba.

E um destes locais frequentados por ele é um dos cinco bares mais antigos do Brasil e conhecido até hoje pela peculiaridade do seu prato chefe, os famosos testículos de touro. O Bar Stuart. Faz neste ano 116 anos de esquina, onde funciona no mesmo local desde 1904, a poucos passos do chafariz da  Praça Osório.

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Diversos outros bares emblemáticos e históricos de Curitiba como, o bar Casa Velha, no mesmo local há 88 anos e o Bar Palácio, no centro da cidade em funcionamento há 86 anos, caminhar pelo centro da cidade é se deparar com diversos balcões e mesas. E se por sorte, ainda haver algum garçom que acompanhou as décadas de funcionamento do botequim, com toda a certeza, diversas histórias peculiares serão narradas e comprovam a memória viva deste local de encontros, tido por muitos por ser sagrado, e para outros, profano.

E se “o Rio é mar. Curitiba é bar”, frase emblemática do poeta curitibano, Paulo Leminski, e frequentador de diversos bares da cidade, “Entre Mesas e Balcões” é o tema da exposição da pesquisadora, Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim. com registros fotográficos, notícias de jornais da época, acervos pessoais de proprietários e frequentadores de restaurantes e bares de Curitiba nas décadas de 1950 e 1960. A exposição traz a memória curitibana e fica em cartaz até o meio do ano na Casa Romário Martins, em pleno Largo da Ordem, a Montmartre do Paraná e  eterno cartão postal da vida noturna de Curitiba.

SERVIÇO

Onde: Casa Romário Martins
Quando: Terça a sexta das 9h às 12h e 13h às 18h.
Sábado e domingo das 9h às 14h.
Até junho de 2016
Preço:  Entrada franca

 

Por Lucas Cabana
27/01/2016 11h23