Godzilla e Kong: O Novo Império tem pouco kaiju e muita conversa

Foto: Reprodução/Warner Bros

A única coisa que eu posso dizer com certeza a respeito de Godzilla e Kong: O Novo Império é que isso é um filme. Com uma história sem rumo e um CGI sofrido, o novo capítulo do MonsterVerse falha em – pelo menos – entreter o público.

Apesar de sempre dar descontos aos grandes blockbusters e assisti-los pelo que são, foi bem difícil encontrar uma qualidade no novo filme de Adam Wingard. Mas vamos começar com a única que encontrei: a cena final. Durante quase todo o filme, um dos protagonistas, o Godzilla, está isolado recarregando, então as interações com Kong são reservadas para o fim. E como é bom ver dois – até quatro – bichões brigando. É pra isso que a grande parte dos fãs vai ao cinema e a cena não deixa a desejar.

No mais o lançamento é um exemplo de roteiro preguiçoso. O elenco humano do filme é tão útil quanto uma colher numa briga de faca – o que é normal mas não precisava ser tão ruim assim. Além de não serem necessários no desenrolar das coisas, os humanos servem apenas para narrar o que acontece. Assim, o filme se sustenta numa grande explicação de uma mitologia sem sentido e sem necessidade, já que ninguém espera uma aula de algo que não existe quando vai assistir um filme do King Kong.

Além disso, que desperdício de representação! Por algum motivo existe toda uma civilização debaixo da superfície terrestre aparentemente muito avançada. O problema é que ninguém fala com ninguém e a solução para a troca entre os personagens é a mais preguiçosa possível: telepatia. Imagina ter todo um núcleo indígena no filme e eles não terem sequer uma linha de diálogo.

E existe algo muito desencorajador na presença de profecias em filmes. Além do predição, todo o conflito deixa de ter o mínimo de suspense ou consequências. Kong vai brigar com outro “Big Ape” no meio do filme? Não tem problema, ele vai vencer no final com a ajuda de uma mariposa gigante. Ainda, essa profecia do povo subterrâneo serve unicamente para encaixar os humanos no conflito que provavelmente se resolveria sozinho sem “câmeras” apontadas.

Por Deyse Carvalho
28/03/2024 15h23

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