Foi uma noite sem sono para os fãs de Taylor Swift. A cantora lançou o aguardado “Midnights” nesta sexta-feira, 21 de outubro, décimo álbum da carreira. Co-produzido por Swift ao lado do grande colaborador Jack Antonoff, com créditos para Lana Del Rey, Zoë Kravitz e William Bowery (Joe Alwyn, namorado de Taylor), “Midnights” é um convite para uma atmosfera única, que de certa forma alinha tudo que a artista fez até então. De forma madura, captura a cadência de letras repletas de detalhes que nos levam ao universo imaginário de Swift com maestria.
A sonoridade do álbum lembra muito uma espécie de “1989” um pouco mais ameno – talvez um resquício da era “Folklore” e “Evermore”. É pop eletrônico, com letras muito bem desenvolvidas, e que resgatam as temáticas pelas quais Taylor é mais conhecida. A cantora descreveu o trabalho como uma jornada por “13 noites sem sono” ao longo de sua vida. Por muito tempo, Taylor batalhou contra críticas por colocar suas vivências nas letras de sua música. Nesse álbum, ela parece estar muito mais confiante e sem se preocupar com os outros – e apenas entrega tudo o que os fãs mais amam. Sentimentos honestos e sem medo de julgamentos que retratam amor, desilusões e vingança. Sabe aquelas coisas que muitas vezes temos medo de admitir que passam por nossa cabeça? Aqui Taylor foi clara e destemida.
Já nos primeiros acordes de “Lavender Haze”, que abre o álbum, percebemos que não estamos mais na era “Folklore”. As batidas pop voltam à tona, e embarcamos de vez na nova jornada de Taylor. Em “Anti-Hero”, primeira canção a ganhar um videoclipe, ela canta:
“I’m the problem, it’s me (Eu sou o problema, sou eu)
At teatime, everybody agrees (Na hora do chá, todos concordam)
I’ll stare directly at the sun, but never in the mirror (Eu vou olhar fixamente para o sol, mas nunca para o espelho)
It must be exhausting always rooting for the anti-hero (Deve ser exaustivo sempre torcer para o anti-herói)”
Fã de uma surpresa de última hora, a cantora divulgou horas antes do lançamento que “Midnights” seria um álbum visual. No primeiro de vários videoclipes a serem lançados, ela brinca com inseguranças e sentimentos. No teaser já divulgado, é possível capturar diversas referências com trabalhos anteriores da cantora. O projeto ainda conta com participação de nomes como as irmãs Haim, Pat McGrath, Dita Von Teese, Laura Dern e outros.
Este é o primeiro lançamento “tradicional” de Taylor desde “Lover”, de 2019. Em 2020, a cantora embarcou na era alternativa e folk ao lançar dois álbuns surpresas, que não tiveram a divulgação habitual dos seus antecessores. Em 2021, ela lançou duas regravações dos seus álbuns anteriores – “Fearless (Taylor’s Version”) e “Red (Taylor’s Version), com o objetivo de reclamar os direitos de suas composições. Com meses de dicas e viagens por títulos de músicas e letras, não sabíamos nada sobre a sonoridade de “Midnights” até o lançamento.
“Everything you lose is a step you take (Tudo o que você perde é um passo que você dá)
“So, make the friendship bracelets, take the moment and taste it (Então, faça bracelets de amizade, aproveite o momento e saboreie)
You’ve got no reason to be afraid (Você não tem razão para ter medo)” – “You’re On Your Own, Kid”
Um pouco mais sombrias, as composições dão aquela margem perfeita para que comecem as especulações sobre as inspirações por trás de cada uma delas – uma brincadeira interna de Taylor Swift com os fãs (e a mídia).
“He wanted it comfortable, I wanted that pain (Ele queria que fosse confortável, eu queria aquela dor)
He wanted a bride, I was making my own name (Ele queria uma noiva, eu estava fazendo meu próprio nome)
Chasing that fame, he stayed the same (Indo em busca daquela fama, ele se manteve o mesmo)
All of me changed like midnight (Tudo em mim mudou como meia-noite)” – “Midnight Rain”
O álbum ganhou uma espécie de “Bad Blood 2.0” com a sequência “Vigilante Shit” (a única música escrita apenas por Taylor no álbum) e “Karma”.
“I don’t dress for women (Eu não me visto para as mulheres)
I don’t dress for men (Eu não me visto para os homens)
Lately I’ve been dressin’ for revenge (Ultimamente eu tenho me vestido para a vingaça” – “Vigilante Shit”
Muito se especulou sobre um álbum perdido de Taylor Swift que deveria ter sido lançado antes de “reputation”, de 2017, intitulado “Karma”. Pois em “Midnights” os fãs receberam a canção com este nome.
“Ask me what I learned from all those years (Me pergunte o que eu aprendi por todos esses anos)
Ask me what I earned from all those tears (Me pergunte o que eu ganhei por todas essas lágrimas)
Ask me why so many fade, but I’m still here (Me pergunte porque tantos desaparecem, mas eu ainda estou aqui)” – “Karma”
Logo depois, entramos em uma balada tranquila co-escrita por Taylor e o atual namorado, Joe Alwyn (creditado como William Bowery nos álbuns de Taylor), “Sweet Nothing”, e fechamos a noite sem dormir com “Mastermind”.
“I’m only cryptic and Machiavellian (Eu só sou enigmática e Maquiavélica)
‘Cause I care (Porque eu me importo)” – “Mastermind”
Provavelmente inspirada pelos relançamentos dos álbuns anteriores, Taylor não parou por aí. “Midnights” é coeso, mas algumas músicas que talvez não se encaixariam na jornada não ficaram de fora. A exemplo das canções “From The Vault” de “Red” e “Fearless”, Taylor lançou outras sete faixas na “(3am Edition)” do álbum (versão das três da manhã). Para virar a noite embarcando em mais um lançamento delicioso de ouvir de Taylor.
Bônus
Assim como Taylor gosta de faixas bônus, deixo vocês com mais um pouquinho desta coluna. Uma coisa que a Taylor sempre me instiga a fazer ao ouvir um novo álbum dela é pegar o dicionário para aprender novas palavras que ela coloca em suas letras. Abaixo, compartilho algumas que aprendi ao ouvir “Midnights” – para além de ouvir um ótimo pop, ainda incrementar o inglês (risos).
Vocabulário por Taylor Swift
Haze (“Lavender Haze”) – neblina, bruma, névoa, nevoeiro.
Covert (“Anti-Hero”) – discreta, confidenciais, esconderijo, oculto, encoberto.
“Unbeknownst” (“Snow On The Beach”) – desconhecidos
“Hucksters” (“Sweet Nothing”) – pessoa que usa métodos agressivos e questionáveis de venda, pessoa que vende pequenos artigos na rua.
Ouça “Midnights” agora!
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