Despretensioso e cativante, Milky Chance desembarca em Curitiba

Milky Chance - Foto Anthony Molina Divulgação
Foto Anthony Molina/Divulgação

De uma pequena cidade alemã para o mundo. Com mais de 1,4 bilhões de streams no Spotify do hit “Stolen Dance”, Milky Chance desembarca em Curitiba no dia 18 de maio como um dos headliners do festival Coolritiba, e promete “uma grande celebração da música e da vida”. O vocalista e guitarrista Clemens Rehbein, que forma a banda ao lado do colega de colégio Philipp Dausch, conversou exclusivamente com o Curitiba Cult e falou sobre as expectativas para os shows no Brasil, a dinâmica da dupla, e também de sustentabilidade.

Estamos animados! Já faz algum tempo que viemos ao Brasil, acho que uns seis anos. Tivemos alguns dos nossos melhores shows na América do Sul, o público foi incrível”, conta Clemens. Em uma conversa despretensiosa, o vocalista exibe um pouco do que está por trás do som do Milky Chance – uma fusão de gêneros como indie-pop e música eletrônica, que reflete em músicas serenas e cativantes. “Trabalhamos muito intuitivamente. Não somos uma banda conceitual, não temos nenhum tema quando entramos no estúdio. Nós queremos nos expressar, criar algo que nos toca, nos move, que é divertido de fazer”, explica ele sobre o processo de criação.

A dupla se conheceu na época de colégio, e os dois se tornaram amigos antes de trabalharem juntos. Eles gravaram o álbum de estreia em um estúdio caseiro, e lançaram em 2012 a primeira versão de “Stolen Dance”, música que ganhou sua versão final no ano seguinte junto com um videoclipe que virou hit viral. Nesse ano veio “Sadnecessary”, álbum de estreia do grupo. Hoje com mais de 10 anos de estrada, Clemens diz que o relacionamento entre os dois evoluiu, mas a dinâmica não mudou.

Todo o tempo juntos, tocando juntos, vendo o mundo juntos, nos tornou ainda mais próximos. É legal não estar sozinho nisso, sabe? Ter alguém com quem você pode contar, com quem você pode dividir seus sentimentos e pensamentos, alguém que entende como é. Estamos no mesmo barco”, detalha ele ao refletir sobre a trajetória da dupla. “De alguma forma conseguimos não ter uma grande briga de término – dedos cruzados (risos)”, brinca Clemens. Ele explica que assim como em qualquer relacionamento, é preciso cuidar, conversar sobre as coisas, enfrentar problemas. “Dar espaço – deixar ir, mas ao mesmo manter-se próximo. É um balanço no final”, relata.

As canções do grupo ao longo dos anos – são quatro álbuns de estúdio, sendo que o mais recente, “Living in a Haze”, foi lançado em 2023 – evoluíram tanto em questão de temas quanto influências sonoras. Aos poucos, novos gêneros e parcerias surgiram, mas sempre mantendo a identidade da banda. Com letras em inglês, que não é a língua nativa de Clemens, ele conta que o processo para optar por escrever dessa forma foi algo natural e inconsciente – não como uma estratégia de negócios para tornar o som global. “Eu tentei escrever a minha primeira música quando tinha 14 anos, e sempre fiz em inglês. 90% a 95% das músicas que eu ouvia eram em inglês. Talvez seja por isso? Quando o artista que você admira ou ouve canta em inglês, a música que você faz acaba sendo em inglês também de forma natural”, explica ele sobre o processo.

Além de falar sobre a sonoridade e trabalho do grupo, Clemens conversou bastante sobre o projeto Milky Change (brincadeira com o nome da banda que troca “chance” por “change”, “mudança” em português) – iniciativa que começou em 2020 com o objetivo de tornar a banda e os processos do grupo mais sustentáveis. “No início fizemos muita pesquisa, era sobre entender todo o processo, o mundo em que vivemos, e também os processos da indústria da música. Mas entender as coisas não significa automaticamente que você vai ter soluções de imediato”, aponta Clemens.

Ele explica que o mais desafiador é o fato de que é um algo em andamento, está literalmente em todas as coisas da vida, e essa perspectiva “pode fazer você ficar um pouco louco”. “Pessoalmente, o maior desafio é se manter positivo, fazer disso um tema sem chegar no ponto de achar que já é tarde demais, mesmo que pareça assim às vezes”, reflete. Ele aponta que eles buscam conversar com cientistas, pessoas envolvidas em projetos, pessoas em poder, e assim manter a conversa ativa e tomar iniciativas que possam evoluir. “Tem muitas pessoas tendo ideias incríveis por aí”, finaliza.

Coolritiba 2024

Com realização da Seven Experience, o Coolritiba chega à sua sexta edição, ocupando um lugar fixo no calendário dos melhores eventos do país, e mais uma vez, está repleto de surpresas que tornam a experiência cada vez mais inesquecível. No line up, Lulu Santos, Milky Chance, Seu Jorge, Kevin O Chris, WIU, Marina Sena, BaianaSystem, Armandinho, Poesia Acústica, Papas da Língua, Supercombo, Rubel, Tasha e Tracie, FBC, Ana Frango Elétrico e Lou Garcia. O festival acontece no dia 18 de maio de 2024 e as vendas são somente pelo site oficial  coolritiba.art.br

Por Angela Antunes
06/05/2024 13h33

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