De onde vem o verdadeiro amor?

Você é feliz no Amor? Encontrou plenitude em um relacionamento amoroso estável e duradouro? Então eu posso afirmar com toda a certeza: Você recebeu o amor de sua mãe!

E antes que você reaja afirmando que esta é mais uma daquelas conversas culpando a mãe de todos os nossos problemas, já lhe digo de antemão, a culpa não é dela, mas sim, sua!

Mas sem dúvidas, a origem de nossa felicidade ou de nossa infelicidade, passa inevitavelmente pela nossa Mãe. É dela que recebemos o Amor de Graça, e é neste ato que aprendemos também a amar de graça, sem pedirmos ou exigirmos nada em troca. Quando ainda bebezinhos recebemos calor, colo e somos amamentados, somos então  supridos de um amor que ira nos acompanhar pelo resto de nossos dias, e por termos recebido deste amor, não faremos exigências a mais ninguém. Nossa alma esta saciada. Mas e quanto àquelas crianças que não tiveram a mesma oportunidade? Que perderam suas mães ao nascerem ou que não tiveram acesso a esse cuidado repleto do Amor de Graça?

A falta do amor da mãe nos leva a buscá-lo por toda a vida em todas as outras pessoas com as quais nos envolvemos numa cobrança interminável por algo que ninguém mais poderá nos dar. E o resultado é uma carência que não consegue ser suprida. Mas, sempre é tempo de termos uma infância feliz, como bem afirma a mestra em Constelações Familiares, Olinda Guedes.

Como adultos, não nos cabe mais ficarmos choramingando atrás do amor não recebido da mamãe. Mas como curar esta carência? Umas das possibilidades poderia ser, nós mesmos nos preenchermos deste amor, trazendo para nossa criança interior os momentos e sensações que desejava receber naquela época. Cuidar de nós mesmo, á sós, a fundo, de forma a satisfazermos nossos anseios de amor conosco mesmo para não mais projetarmos sobre nossos parceiros nossas carências não atendidas. Porque assim como nossa mãe não sabia ou simplesmente não podia nos dar aquilo que desejávamos, nossos parceiros igualmente não fazem a menor idéia de que desejamos algo dessa natureza.

Uma segunda possibilidade seria compreendermos que nossas mães, jamais poderiam ter nos dado nada além daquilo que elas já conheciam ou que já tivessem recebido. E ao lembrarmos dos modelos familiares de 50 anos atrás ou mais, entenderemos que realmente nossas mães não tinham mesmo como nos dar muito além do que deram, porque assim como nós, também foram vitimas de um modelo onde o amor, o carinho e a atenção não eram uma constante.

Curar nossos corações e almas não é um processo simples. É uma longa jornada, que começa sempre com muita aceitação e a tomada de consciência para o não julgamento de ninguém, buscando olhar o outro por aquilo que ele realmente é e pode nos oferecer, sem expectativas e projeções. Olhar para nossas mães e compreender que elas não são aquele ideal projetado pela mídia, e que como simples mulheres, não tinham realmente como atender as nossas expectativas, não por não queriam, mas porque simplesmente são seres humanos comuns e falhos assim como todos nós.

Então, nos libertamos de exigências inalcançáveis em relação ao amor, e poderemos viver momentos reais com pessoas reais e imperfeitas, assim como nós. Desta forma, aceitamos a realidade de nossa humanidade imperfeita, e podemos acessar a força que vem de nossas raízes, sem medo, nem expectativas infantis.

SPOILERS: Na próxima semana: De onde vem o sucesso…

Por Kelly Von Knoblauch
01/08/2021 21h33