Crítica – Ted 2 (Ted 2)

O ursinho de pelúcia mais mal-educado do cinema está de volta às telonas nesta quinta (27) com a chegada de Ted 2. A direção e roteiro continuam com Seth MacFarlane, o mesmo segue dando voz ao protagonista. Mark Wahlberg retorna no papel de John, melhor amigo de Ted, e a aquisição do elenco ficou por conta de Amanda Seyfreid como novo interesse amoroso de John.

Ted foi um dos maiores sucessos em 2012, tanto em bilheteria quanto em critica, e garantiu assim uma continuação que está sendo lançada agora. Porém, a comédia adulta recheada de humor negro gerou muito mais do que uma continuação. O nome de Seth MacFarlane foi lançado ao estrelato, reconhecido pelas animações ‘Family Guy’ e ‘American Dad’, ele se tornou referência em comédia. Apareceu como apresentador do Oscar e ganhou carta branca do estúdio Universal, entretanto não soube aproveitar tudo isso muito bem. Recebeu duras críticas pela apresentação na Academia e o filme ‘Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola’ fracassou em todos os sentidos. Ted 2 era a salvação que Seth precisava.

Só que não foi bem assim que aconteceu, já que essa continuação é falha em diversos fatores. Começando pela trama principal de Ted querer ser considerado uma pessoa, que é muito fraca para sustentar um filme. Os desfechos se mostram previsíveis e pouco fundamentados, fora a carga colocada em algo tão desnecessário. Todos os caminhos do roteiro se mostram iguais, independente do plot apresentado. O roteiro é fraquíssimo até mesmo no humor, as cenas se perdem em meio da história desconexa e acabam esquecendo do grande objetivo do longa que é fazer rir. Todas as passagens envolvendo a batalha judicial geram mais debates sociais do que risadas.

A grande sacada de Ted há três anos foi trazer algo inédito: um ursinho que usa drogas, abusa nas bobagens e tem um adulto como parceiro. Tal originalidade parece ter se perdido ao passar do tempo e o que recebemos agora nada mais é que um combinado de exageros. Exemplos como o excesso de maconha em cena, responsável por um único momento engraçado. Muitas repetições de enredos já apresentados em 2012, como o tal Flash Gordon (Sam Jones) que já não tem mais graça alguma e do vilão Donny (Giovanni Ribisi) que chega a entediar quando está em destaque. Se Mila Kunis já não era das melhores peças humorísticas antes, Amanda Seyfreid se mostra com menor desenvoltura ainda pro gênero. A participação de Morgan Freeman é totalmente sem sentido e descartável, assim como outras que surgem mais rapidamente. Wahlberg já não se mostra tão confortável no papel e incrivelmente parece ter perdido a química com o urso. Ted é mais incrível ainda, já que não chega perto do que se mostrou no antecessor e passa maior parte do filme choramingando do que fazendo coisa errada.

Ted 2 conta com quase duas horas de duração e isso é muito para um filme de comédia, ainda mais se for levar em conta a falta de sequências decentes presentes ao decorrer desses 120 minutos. A opção por humanizar Ted se mostra cada vez menos acertada, parece uma tentativa de se recuperar do excesso de humor adulto do primeiro filme (sendo que é por isso que ele se tornou tão famoso). É mais uma daquelas continuações desnecessárias que já estamos acostumados a ver, sem sentido e que pouco nos divertem.

Ponto fraco

A falta de ritmo é absurda, são minutos perdidos em conversas e drama besta para pequenas esquetes de real humor. Tem momentos que lembram produções pastelão de terceira categoria com danças, musicais e brigas horríveis.

Ponto forte

O humor negro, apesar de pouco aparecer quando dá as caras é bem feito. Algumas cenas isoladas rendem muito bem comicamente, uma pena é que são pouquíssimas.

Nota: 4,0

Trailer – Ted 2

Por Adalberto Juliatto
27/08/2015 03h21