Crítica – O Destino de Júpiter (Jupiter Ascending)

Enfim estreia nesta quinta-feira (6) o novo filme de ficção científica dos irmãos Wachowski intitulado O Destino de Júpiter. O filme, que conta com Mila Kunis e Channing Tatum nos papéis principais, era uma das apostas do ano de 2014, quando deveria ter sido lançado no mês de junho. Porém uma falha na colocação de efeitos especiais e a falta de divulgação necessária fizeram a produção atrasar quase oito meses.

A história é sobre Júpiter (Kunis), uma moça de vida simples, que um dia descobre fazer parte de uma linhagem que comanda o planeta Terra. Com a vida em perigo, um militar espacial chamado Caine (Tatum) é responsável por salva-lá e levá-la ao seu devido lugar. No decorrer da trama somos apresentados ao companheiro de Caine, Stinger (Sean Bean), e aos concorrentes do trono de Júpiter, os três irmãos Abrasax (Eddie Redmayne, Douglas Booth e Tuppence Middleton).

Na direção e roteiro estão os irmãos Lana e Andy Wachowski, os mesmos que trouxeram ao mundo a trilogia Matrix.  Além de “Speed Racer” e por último o “A Viagem”. O gosto deles pela ficção científica extrema é bem claro e apesar de grande parte destas obras serem de qualidade no mínimo duvidosa, eles permanecem como referencia no gênero e com fãs pelo mundo inteiro. Aqui são dois pontos bem opostos entre direção e o de roteiristas, que simplesmente não se encaixam. Enquanto o filme capricha nos visuais, nos efeitos gráficos, nas criaturas espaciais, naves e galáxia, nas cenas de ação e afins. A história que encaminha todas as sequências é muito ruim e mal elaborada, parece faltar tudo para se tornar algo decente.

Já as atuações não trazem nenhum acréscimo, simplesmente apostando no carisma dos protagonistas com o público para conquistar. Mila Kunis é a típica mocinha carismática que cai como uma luva em papéis assim e se falta jeito nas horas de ação, sobra nas partes descontraídas. Channing Tatum está em uma fase da carreira bem polivalente, os últimos três trabalhos do ator foram de gêneros bem opostos: comédia, drama e agora ação. O mais engraçado é ver que ele atua da mesma forma em todos e apenas se adapta ao meio. O único que esboça uma interpretação digna é o Eddie Redmayne, indicado ao Oscar de melhor ator por Stephen Hawking em “A Teoria de Tudo”, ele mantém o modo bem caricato de entrar no personagem e aqui se mostra um vilão razoável.

Ponto Forte

A boa utilização dos efeitos especiais. As batalhas tanto aqui na Terra quanto no espaço são muito bem produzidas, todas as armas e aparatos futurísticos também merecem destaque. As cidades espaciais têm um toque refinado que parecem até reais com palácios, rios e montanhas. Constelações, planetas e as naves recebem uma pitada digna de Star Wars. Tem tudo para agradar os amantes de ficção pela tamanha qualidade, afinal era de se esperar de um filme orçado na casa dos 200 milhões de dólares.

Ponto fraco

O grande problema de O Destino de Júpiter é a história clichê e pouco aprofundada. É a típica situação de conto de fadas transformada para uma ação futurística, onde a mocinha se apaixona pelo príncipe e fazem de tudo para ficar juntos. O enredo até tem umas sacadas geniais como o fator de apagar a memória dos humanos e reconstruir cidades destruídas após batalhas, tudo para não desconfiarem de nada. Além do modo utilizado pelos “alienígenas” durarem para sempre e a visão dos mesmos para com o restante do universo. Mas acaba deslizando em cenas mal desenvolvidas que não criam a tensão necessária e tampouco definem tamanha quantidade de informações novas.

Nota: 5,5

Trailer – O Destino de Júpiter (Jupiter Ascending)

Por Adalberto Juliatto
06/02/2015 17h36