Crítica – O Agente da U.N.C.L.E. (The Man From U.N.C.L.E.)

A espionagem está em alta na sétima arte e um novo representante surge nesta quinta (3) com O Agente da U.N.C.L.E. Baseado na famosa série de mesmo nome produzida pela MGM nos anos 60 e agora nas mãos da Warner, a trama aqui segue em épocas passadas quando agentes de países rivais precisam se unir para deter um rival em comum. A direção ficou por conta de Guy Ritchie e nomes como Henry Cavill, Armie Hammer e Alicia Vikander compõe o elenco.

A escolha de Guy Ritchie para a direção se mostra bem acertada, tanto pelo talento do inglês como pela a habilidade em fazer filmes desse estilo. Ação é a praia dele, só que de um modo bem especifico. Ritchie tem dois filmes iniciais que já o fizeram despontar no meio: ‘Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes’ e ‘Snatch – Porcos e Diamantes’, obras cults e primorosas do gênero. Na sequência veio o escrachado ‘Rock’n’Rolla’, boa pedida pra descontração e ação descabida, e então os dois ‘Sherlock Holmes’ que tem uma pegada histórica maravilhosa. Chegou a hora de juntar tudo que foi feito até então e transformar em um filme, e ai surgiu O Agente da U.N.C.L.E.

Guy é responsável pela adaptação e roteiro além de dirigir, fácil dizer que acertou a mão com capricho em quase tudo. Impossível não se prender em todos os desdobramentos que a trama nos mostra, desde o começo de vilania até a grande parceira dos dois principais e o modo como a moça inocente vai se tornando forte em meio ao agora trio. O mais incrível é a ambientação feita em todo detalhe, parecendo ser uma produção do tempo de II Guerra Mundial. Mas não é algo visto no figurino, locais e fotografia, e sim em todo o momento com uma trilha sonora explosiva e cortes de imagens em várias telas ao melhor estilo da série homônima.

A escalação de atores também se mostra caprichada e se encaixando em cada aspecto essencial. Henry Cavill conquistou certo estrelado ao virar o novo Super-Homem, o nível de atuação parece estar sendo aprimorado e vemos aqui uma interpretação de traçados que se acerta ao personagem sedutor/larápio dele. Quem se impõe em cena é Armie Hammer, adicionado de um sotaque russo excelente, ele capricha na dramatização do personagem quando se aprofunda de tensão e ao mesmo tempo se mostra calmo nos momentos de ação e humor. Outra bela aquisição é de Vikander, principalmente pela ascendente dada ao decorrer do longa, ela impressiona pela versatilidade em qualquer gênero imposto pelo enredo. O casal de vilões de Elizabeth Debicki e Luca Calvani não compromete, porém passa longe da vilania necessária para um filme de espiões. Hugh Grant surge para chefiar a nova equipe e fica nisso.

O Agente da U.N.C.L.E. é fácil uma das melhores produções do ano, conseguindo criar diversas reações em seus espectadores e todas na melhor forma possível. Os traços de Guy Ritchie estão bem colocados e fazem a diferença no encaminhamento da trama, a qual permanece em zona neutra sem exageros em ação ou drama. A escolha dos atores é excelente vista pelo trio principal que carrega qualquer situação sem o menor problema. É o tipo de filme que não exige muito do público e ainda em troca oferece uma produção de altíssima qualidade.

Ponto forte

São quase duas horas de filme que te prendem facilmente em meio à variada mudança de clima e encaminhamentos surpresa. Se você começa imaginando se deparar com um drama, logo vemos ação entre um enredo fascinante de espionagem que ao se desdobrar apresenta cenas hilariantes e desfechos surpreendentes.

Ponto fraco

Apesar de tudo, os desfechos se concluem de forma muito rápida e precipitada, principalmente ao notar que faltam cenas de briga/ação em questões de aprofundamento.

Nota: 9,0

Trailer – O Agente da U.N.C.L.E.

Por Adalberto Juliatto
03/09/2015 10h51