Crítica – Interestelar (Interstellar)

A grande estreia da semana é também uma das produções favoritas a levar várias estatuetas do Oscar: Interestelar. O filme é dirigido por Cristopher Nolan, o mesmo da última trilogia Batman e A Origem, e que agora investe numa trama futurística e espacial. Junto dele, atores do porte de Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Matt Damon e Michael Caine.

A história retrata uma população vivendo em um possível futuro onde os alimentos estão esgotando e sucessivas tempestades de pó ameaçam a vida de todos. Cooper (McConaughey) é um dos poucos fazendeiros restantes e um dos maiores pilotos de aeronave vivos, cabendo a ele a missão de encontrar um novo planeta apto para receber um povo já desacreditado de tudo.

A premissa lembra muito o clássico 2001: Uma Odisséia no Espaço de Kubrick, o qual Nolan revelou ser fã e até adapta alguns momentos aqui, e o mais recente Gravidade de Cuarón. Enquanto 2001 foca num lado mais “lunático” e Gravidade no espaço em si, Interestelar vai além com histórias mais pessoais. A trama da relação de Cooper como pai e sua filha Murph (Mackenzie Foy quando criança e Jessica Chastain na fase adulta) é o que da liga em boas partes no filme. Principalmente pela grandiosa atuação dos atores em questão.

A discussão envolvida é bem interessante, assim como as razões dadas pelo encaminhamento trágico do planeta e ideais para abandoná-lo. Os atores supostamente secundários são de grande porte e só engrandecem o resultado final, ao exemplo de Hathaway no papel da cientista e astronauta Brand. Quem merece destaque também são os computadores/ajudantes de viagem TARS e CASE que lembram um HAL-9000, trocando a maldade por bom humor.

Mesmo tendo 3h de duração, é um filme de difícil explicação sem acabar entregando algo importante. Vale destacar que Interestelar é favorito a ganhar algum Oscar em categorias principais e provavelmente levar todos na parte técnica. A direção de Nolan é excelente, o roteiro original consegue ser bem inovador, a atuação principal de Matthew certamente o coloca nos finalistas, assim como Hathaway entre as atrizes coadjuvantes. Mas provavelmente nada valha quanto a reflexão sobre vida em outros mundos e galáxias, das atitudes humanas e de poder imaginar como que tudo acontece lá longe no espaço.

Ponto forte

Certamente a qualidade gráfica é surpreendente, chega a ser inimaginável entender como que todas as cenas em outros mundos e no espaço são feitas. Se Gravidade surpreendeu pela qualidade nos detalhes espaciais, aqui vai muito além.

Ponto fraco

São muitas explicações físicas e raciocínios apurados que acabam se tornando confusos em grande parte das cenas. Somente um físico espacial de verdade para conseguir entender tudo que é colocado nas falas, fora que acaba por deixar algo meio cansativo e explicativo até demais para algo que cabia a imaginação de cada espectador.

Nota: 9,0

Trailer – Interestelar (Interstellar)

Por Adalberto Juliatto
07/11/2014 15h26