Crítica: Garota Exemplar (Gone Girl)

Garota Exemplar (Gone Girl) estreia nesta quinta-feira (02) nos cinemas brasileiros – e já com um pé no Oscar. O excelente filme dirigido por David Fincher é um thriller adaptado do livro homônimo da americana Gillian Flynn, que também assina o roteiro do longa.

Na trama, Nick Dunne (Ben Affleck) é casado com Amy (Rosamund Pike), uma escritora novaiorquina criada por pais ambiciosos e controladores. Ao descobrir que a mãe de Nick está doente, o casal se muda para o Mississipi e começa a vivenciar certos dramas. Com o desemprego de ambos, as brigas desgastam o relacionamento, até que, prestes a se divorciar, Amy some misteriosamente.

Conforme a história se desenrola, as investigações em torno do episódio apontam para Nick como principal suspeito. Enquanto isso, o espectador é imerso em flashbacks narrados com a voz de Amy, a partir de seu diário. Ela conta como conheceu o marido e explica os problemas que enfrentaram nos últimos anos.

Durante as duas horas e meia de duração do filme, fica impossível desgrudar os olhos da tela, já que há pelo menos dois aspectos muito instigantes na história. O primeiro é a psicologia de cada personagem, construída minuciosamente e que dá ao espectador as pistas do que poderia acontecer a seguir. A segunda é a crítica de Fincher à sociedade ocidental, ainda controlada pela mídia.

Sem me alongar para não contar muitos spoilers (cada dica estraga um pouco do prazer de assistir a esse belíssimo trabalho), concluo que vale à pena ir ao cinema, mas prepare-se psicologicamente para viver uma experiência intensa.

Nota: 9,5

Pontos fracos

Muito tem se falado sobre o filme ser longo demais, quando poderia ser resumido e surtir o mesmo efeito. Discordo categoricamente. O roteiro passou pela criadora da história e entrega todos os pontos importantes para que o espectador penetre na narrativa, mas é bom citar como um possível ponto desfavorável.

Pontos fortes

Grandes atuações, trama brilhante, bem construída, bem filmada e bem editada. Ben Affleck em mais um grande papel e reafirmando sua maturidade como ator, além de performances igualmente impressionantes de Rosamund Pike e Carrie Con, que vive Margo, a irmã de Nick. Não decepciona os fãs de Fincher, famoso por grandes obras como Clube da Luta e Seven.