Crítica – Debi e Lóide 2 (Dumb and Dumber To)

Debi-e-Lóide-2

Após 20 anos do lançamento de Debi e Lóide (1994), recebemos somente agora uma continuação intitulada – obviamente – Debi e Lóide 2. Repetindo os papéis principais estão Jim Carrey e Jeff Daniels, a direção também é a mesma, com os irmãos Bobby Farrelly e Peter Farrelly. Rob Riggle e Laurie Holden completam o elenco.

Assim como o primeiro filme, aqui não existe a necessidade de uma história e tudo gira tendo como foco o reencontro. Resumindo temos um Harry (Daniels) em busca da sua filha junto de seu grande amigo Lloyd (Carrey), e durante tal procura as maiores loucuras e idiotices acontecem. Tudo é muito sem noção e com a única intenção de divertir, às vezes numa boa e outras ousando no escrachado.

Antes de tudo é bom dar uma repassada nos ocorridos entre os 20 anos que separaram as duas produções. A palavra que melhor define o trajeto tanto dos atores quanto dos diretores nessas duas décadas é instabilidade. Seria Debi e Lóide 2 a salvação? A esperança de um recomeço? Difícil responder, provavelmente é algo que somente com o tempo saberemos.

Jeff Daniels já tinha certa fama quando estrelou o primeiro filme e de lá em diante se manteve em longas sérios e dramáticos de pouco reconhecimento. Porém sua última empreitada na televisão, com The Newsroom, rendeu a ele um Emmy de melhor ator em série dramática.

Os diretores e irmãos Farrelly estrearam na direção com Debi e Lóide e graças ao reconhecimento conquistaram certo espaço em Hollywood. Tal espaço rendeu boas comédias como Quem Vai Ficar Com Mary? e O Amor é Cego. Só que nos últimos anos uma sequência de filmes fracos acabou por colocar em cheque o futuro de ambos.

Jim Carrey teve em 1994 seu grande ano de estréia nos cinemas emplacando três sucessos com o próprio Debi e Lóide, O Maskára e Ace Ventura. E assim seguiu durante 10 anos, realizando grandes comédias e até mesmo dramas, como no caso dos premiados O Show de Truman, o Mundo de Andy e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. O problema foi a partir de 2004, quando o ator caiu em decadência e simplesmente sumiu dos bons filmes.

Debi e Lóide 2 representa, enfim, uma boa comédia nos cinemas após tempos de produções que se dizem comédias e não passam de um fracasso na hora de divertir. Não é um filme para ver esperando inovações, roteiro e propostas brilhantes. Longe disto, é um filme para assistir sem pretensões e deixar as idiotices dos dois simplesmente rolarem na tela.

Incrível como Carrey, mesmo demonstrando os efeitos do tempo, é um ator extremamente caricato. Diferente de Daniels, que até parece um pouco forçado, Jim Carrey tem o dom pro negócio. Ele é o cara do filme e consegue fazer o espectador rir a cada instante sem o mínimo esforço. A química dos dois é algo importante na construção das cenas, nem parece que ficaram tanto tempo separados.

As relações com o primeiro filme são várias. Temos o apartamento de Harry, o carro-cachorro, o menino dos pássaros que agora já é adulto e contracenado pelo mesmo ator, além de outras referências antigas. Durante os créditos são mostradas cenas dos dois filmes. Outro grande trunfo são os flashbacks e momentos de delírio dos personagens.

Ponto forte

É muito engraçado. Debi e Lóide 2 é leve e diverte facilmente. Merece destaque por ser um filme família, daqueles que agradam desde os mais novos até os velhinhos. Não é uma excelente produção, mas com certeza é uma excelente comédia.

Ponto fraco

Pode parecer exagero, mas você sai do cinema querendo mais Debi e Lóide. Após os 20 anos que separaram as duas produções, pensar que talvez não o veremos novamente em cena faz qualquer um querer que tal filme tenha 3 horas.

Nota: 8,0

Trailer – Debi e Lóide 2 (Dumb and Dumber To)

Por Adalberto Juliatto
14/11/2014 18h14