Crítica – Corações de Ferro (Fury)

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Após um longo período de escassez do gênero, Corações de Ferro surge nos cinemas nesta quinta (5) como exemplar do bom e velho filme de guerra. O diretor e roteirista David Ayer usou como inspiração histórias reais de tripulantes dos tanques de guerra na Segunda Guerra Mundial para montar o filme, que conta com um grande elenco encabeçado por Brad Pitt.

A trama é sobre um grupo de cinco soldados americanos nos dias finais da Segunda Guerra Mundial que tem a missão de acabar com todos os nazistas no próprio solo alemão. O quinteto desbrava o local a bordo de um tanque de guerra de nome Fury, título do filme em inglês. Além de Brad Pitt, os outros tripulantes são Logan Lerman, Shia LaBeouf, Michael Peña e Jon Bernthal.

Podemos dizer que David Ayer é novato ainda na direção, já que tinha apenas quatro obras no currículo antes de dirigir Corações de Ferro. Porém, o pequeno número não representa má qualidade. Ayer tem um nome sólido no gênero policial com ótimos filmes como “Marcados para Morrer” e “Reis da Rua”, além de ser roteirista de “Dia de Treinamento” e do primeiro “Velozes e Furiosos”. Não deve ter sido fácil sair das ruas e ir para a década de 40 no período de guerra, mas o diretor se saiu muito bem na dosagem entre excelentes batalhas e cenas de bons diálogos.

O elenco é fenomenal e totalmente bem escolhido para se encaixar em cada personagem. Brad Pitt deixou para trás aquele estereótipo de mocinho, cada vez mais aceita papéis fortes e aqui não é diferente. Na pele do sargento Wardaddy, Pitt é impecável na frieza. LaBeouf atua muito além do esperado de forma sutil e convincente, após vários problemas pessoais e filmes fracos. Michael Peña é o alivio cômico, algo bem comum na carreira do ator e que aqui gera um belo contraposto. Bernthal, que não é dos melhores atores, aproveita para ser o cara rude e grosseiro, nada mau. O mais novo do grupo é provavelmente o que mostra melhor evolução em cena: Logan Lerman, o eterno Percy Jackson, assume o papel de maior carga dramática da carreira e faz bonito. Longe de uma atuação brilhante, Lerman consegue incorporar o jovem ainda com medo da guerra e encaminhá-lo para aquele que se enraivece com a batalha ao ponto de se tornar um soldado exemplar.

Corações de Ferro pode não se comparar aos grandes filmes de guerra, só que diferentemente desses que apostam no lado mais humano, aqui o grande potencial é a batalha. Os efeitos são brilhantes nas explosões, bombas e tiros (mesmo parecendo um filme meio Star Wars em alguns momentos, devido aos traços coloridos das rajadas). Além de que os minutos finais trazem uma longa cena de batalha entre centena de nazistas contra o Fury, incrível.

Ponto fraco

Se for querer analisar profundamente o roteiro percebe-se que é um filme bem raso, que não te leva para muitos caminhos. Você capta a personalidade dos personagens, entretanto não tem noção nenhuma de quem eles são. Até mesmo todo o sentido das batalhas e situações é meio vago, fora a lógica de patriota dos americanos que está sempre presente.

Ponto forte

Ser um filme de guerra já ajuda bastante, mas um filme de guerra com várias batalhas e tiroteios é melhor ainda. Além de que é diferente dos demais por focar em um tanque de guerra e em inúmeras cenas dentro do mesmo, coisa pouco comum nos filmes do gênero.

Nota: 8,0.

Trailer – Corações de Ferro (Fury)

Por Adalberto Juliatto
05/02/2015 17h34