Uma das grandes “novidades” em Hollywood recentemente são os filmes voltados e classificado para maiores. Felizmente, é uma prática que vem se tornando cada vez mais presente graças ao sucesso absoluto obtido em suas produções. São longas com cenas que não se preocupam em serem extremamente fortes, violentas, com sangue e uma possível nudez. O estilo já é quase um novo gênero dentro da ação e acaba de ganhar um exemplar maravilhoso chamado Atômica.
Dentre as preciosidades que precederam este aqui temos ‘Kingsman: Agente Secreto’, ‘John Wick’ e os heróis ‘Logan’ e ‘Deadpool’. Coincidência ou não, David Leitch dirigiu ‘De Volta ao Jogo’ e vai dirigir a sequência do anti-herói mascarado. E é ele quem está na direção de Atômica, brilhantemente protagonizado pela divina Charlize Theron.
Conhecemos a agente Lorraine Broughton (Theron), que precisa recuperar uma lista contendo informações de agentes duplos. A trama se passa no território dividido alemão de 1989 durante os momentos finais do muro de Berlim. Lá ela precisa correr contra o tempo antes que seja tarde demais e segredos valiosos venham a ser descobertos. Acaba por receber ajuda de outros agentes infiltrados, interpretados por James McAvoy e Sofia Boutella.
O longa é uma adaptação da graphic novel The Coldest City de Antony Johnston e Sam Hart, lançada em 2012. Coube a Kurt Johnstad a missão de roteirizar tudo encima da refinada história em quadrinhos. E entre grandes acertos desta produção, é no roteiro que se encontra a maior falha. Acaba passando levemente despercebido em meio das magníficas cenas de ação, coloração e trilha sonora. Digamos que Johnstad não consegue sintetizar com exatidão a trama e seus contornos. Causando certo desparelho nos ápices de excitação e monotonia, como se fosse um produto mal balanceado.
Deixar de lado o que pode incomodar para focar no que realmente merece destaque e não é pouca coisa. As atuações são fabulosas e todos os holofotes vão obviamente para Charlize, que atriz fantástica temos aqui. Indo muito além do transparecer emoção e se mostrando muito versátil para cenas de briga, realista e nada coreografado. Chamando a atenção pelas performances cafajeste e sensual estão McAvoy e Boutella, respectivamente.
Certamente o que brilha é o modo que Atômica é guiado, em meio de toda uma fotografia contrastando entre cores frias e neon. Tendo uma trilha sonora total anos 80 incorporada, ora em alemão pelos fatores históricos, numa ambientação fenomenal. Tudo é retratado de forma bem fiel e a trama de espionagem sempre rende bem, com toda a questão de agentes duplos. Se peca por não manter um bom fio condutor, Atômica se agiganta nas cenas de ação magnificamente filmadas e violentas na medida certa.
Nota: 9,0
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