Ainda era começo de outono quando a poetisa, cantora e compositora Airô Barros esbanjava seu sorriso e carisma como uma boa pernambucana. Natural de Capoeiras, a artista expressa sua ancestralidade e devoção em seu canto e escrita. “Eu gosto muito desse passeio entre a música e a literatura. É um casamento perfeito. Elas se completam. Eu não acho que a música tenha mais importância, ou a letra menos. Elas se enriquecem juntas”, sobrepõe a mulher nordestina criada na tranquilidade da zona da mata.
Foi no sítio “Pau Ferro” onde Airô teve sua essência moldada. Neta de Manoel Grande, principal referência masculina em sua trajetória; Airô teve durante o processo de gravação de seus dois discos – “Terra em Transe” e o mais recente “Pausa”– a visceralidade de diversos homens, dos quais, possibilitaram o lançamento de suas obras: Jean e Paulo Garfunkel, Roberto Diamanso, Jorge Camargo, Gladir Cabral, Silvestre Kuhlmann, Fernando Merlino, entre outros. São amigos, compositores e parceiros que Airô nutriu ao longo do processo de concepção de seus discos. “Eu escolho as músicas pela poesia. Pra mim, é fundamental aquilo que eu digo. Eu quero passar uma mensagem, não quero cantar nheco-nheco. Tem que ter sentido, passar uma mensagem, trazer alegria e fazer as pessoas se sentirem bem. Senão, que graça tem?”, ensina a cantora que define o canto como alimento para a alma. “Recitar poemas e cantar é arretado demais da conta”.
Caçula da família, da infância até o atual momento de sua complacência autoral, Airô tem diversas peculiaridades que poucos artistas têm atualmente. Sabe do reconhecimento e importância de cada um deles na conjuntura de sua obra. Rememora, sempre que necessário, as curiosidades e motivos onde cada um deles se entrelaçaram em sua bagagem musical. As raízes de Airô estão além de harmonias e arranjos. Desde que se mudou para Curitiba, fez questão de ter o seu jardim, onde também se cultiva e nutre há cada dia.
Na capa do disco “Terra em Transe”, a arte figurativa, de sua autoria, retrata o sangramento da terra, onde há cada queimada o verde é encoberto pelas cinzas. Já em “Pausa”, a foto feita pela própria artista, convida o ouvinte para entrar em seu jardim, local de produção da foto e onde Airô cultiva 14 rosas, o mesmo número de faixas deste disco.
“No caminho que levava até o sítio do meu avô, eu sempre parava para observar uma grande árvore, um Pau Ferro. O vizinho, dono do terreno onde ficava a árvore, resolveu derrubá-la. Meu avô, Manuel Grande, quando soube de sua intenção, não permitiu. Negociou e comprou o terreno. Pagou um valor três vezes maior, mas o Pau Ferro continua lá, inabalável e fazendo história em toda região”.
ENTREVISTA
Curitiba Cult: Você é rodeada de diversos homens na trajetória da sua carreira. Dentre elas, uma das figuras emblemáticas e de extrema carisma, o Dominguinhos. Como se deu seu contato com ele?
Airô Barros: Eu conheci o Dominguinhos em 1994. Eu sempre fui apaixonada por ele e pelo que representava para todos nós nordestinos, com sua maravilhosa música. Teve um show dele na USP, um programa da TV Cultura. Eu fui com a minha família. Após o show, atrevida como sou, fui atrás dele. Cheguei falando que eu era de Pernambuco e que eu gostaria que ele conhecesse o meu trabalho. Dominguinhos pediu um papel, anotou seu endereço residencial e me deu. Simples assim! Nem acreditei. Dias depois, peguei meus guardadinhos de poemas, alguns recortes de entrevistas que dei à jornais, o LP do Festival de Música do Industriário do Nordeste, onde conquistei o primeiro lugar, e fui à casa dele. Toquei a campainha daquele sobrado. O próprio Dominguinhos abriu a porta. Ele se sentou na escada, na maior simplicidade do mundo. Começou a folhear meus escritos, olhar o encarte do disco e conversamos sobre os amigos que tínhamos em comum. Uma das pessoas mais generosas que eu conheci na minha vida. Eu fiz três shows com ele, uma liberdade no palco que ele te dava… Uma coisa de louco. Quando ele viu e ouviu o meu trabalho ficou espantado pela bagagem e disse que já tinha passado da hora de eu gravar um disco. Dominguinhos foi a primeira pessoa que me incentivou a fazê-lo. Disse que teria prazer em ceder uma canção sua para compor o repertório do disco e inclusive me colocou em contato com seus empresários (Codó e João Cícero). Quando eu estava preparando o repertório para o Terra em Transe, lembrei-me da promessa dele, procurei o João Cícero, que me informou que Dominguinhos estava hospitalizado há algum tempo. Achei melhor não incomodá-lo. Nos encontramos depois em um show, o presenteei com o “Terra em Transe”, e ele reclamou por não ter nenhuma música sua no cd. Combinamos que no segundin não faltaria. Infelizmente, ano passado, quando gravei o “Pausa”, ele já não estava mais entre nós. Até falei com o Eraldo Trajano, que tentou falar com a família do Dominguinhos para que liberassem uma música, mas não conseguimos.
Falando sobre o disco e outro homem da sua trajetória, Roberto Diamanso, teu parceiro desde de o “Terra em Transe”. É o cara que de fato te fez ir para estúdio?
Sem dúvida! Quando eu comecei o processo de concepção do “Terra em Transe”, o Diamanso, talentoso menestrel alagoano, uma pessoa espetacular, um cantador que gosta de cantar em praça pública, de estar perto do povo e que possui um coração do tamanho do mundo. Um cristão como poucos, um poeta. Ganhou em 2008 o Troféu Cata-Vento de Melhor Música Regional do Programa “A Nova Música do Brasil” – Solano Ribeiro. Ele insistia para eu gravasse logo o disco. Eu estava sem dinheiro e um belo dia ele chegou perguntando se eu tinha crédito na praça. Eu disse que sim, mas que não gostava de fazer dívidas. Quando eu fui pra Índia, eu fiquei traumatizada com cartão de crédito. Fiquei um bom tempo presa à parcelamentos. Gastei demais lá! Imagina, se eu morrer amanhã? Vou deixar dívidas pra outros pagarem? Eu falo isso sempre brincando, mas é sério! Diamanso tinha um amigo que era dono de um estúdio. Esse amigo precisava comprar uns equipamentos pra ampliar seu estúdio. E se eu assumisse essa dívida, ele transformaria meu crédito em horas de estúdio. Topei! Fomos à Rua Teodoro Sampaio, fizemos a compra e eu sai da loja com 56 horas de estúdio. Tive que pagar poucas horas, além dessas, para concluir o cd. “Terra em Transe” E o “Pausa” o mais recente foi feito em três dias e meio.
Mas, ainda falando sobre o “Terra em Transe” e seus parceiros. Robson Russo e os irmãos Garfunkel, qual a relação que existe entre eles neste disco?
Eu conheci o Robson Russo através de um grupo que ele participava. O “Poetas Urbanos”. É um violeiro maravilhoso, além de grande arranjador. Ele fez todas as violas do “Terra em Transe”. Já tocou com o Claudio Lacerda e muita gente boa por aí. E foi no cd dos “Poetas Urbanos” que ouvi “Mazzaropi”. Liguei pro Russo, e disse que a queria no meu disco. Tava doida pra gravá-la. Daí ele me deu o contato do Jean Garfunkel, um dos compositores, e me disse que ele tinha um estúdio na Vila Madalena. Liguei lá, e me passaram pra ele. Me apresentei, disse do meu interesse, falei das dificuldades financeiras, se ele podia liberar sem eu ter que pagar, porque ia ficar muito alto todo o custo do cd…que era uma produção independente e, dependente da boa vontade e generosidade de todos os compositores. Ele disse que queria me conhecer e falou que não passava música pra ninguém sem conhecer antes e perguntou se eu poderia ir ao estúdio. Eu fui na mesma hora. Cheguei com algumas coisas minhas, levei o LP do festival, conversamos uns 20 minutos e ele liberou. Como a música já estava editada, fizemos a tramitação com a gravadora na época e deu tudo certo. Paguei apenas as despesas administrativas. Jean é muito gente boa!
Já há algum tempo, eu ouvia no som do carro um cd do Renato Braz. Nele havia uma música que era a minha favorita: “Cruzeiro do Sul”. E voltando para casa naquele dia, lá estava eu novamente ouvindo-a. Eu não andava com a capa do cd no carro, e sempre que chegava em casa, esquecia de olhar de quem era a música. Já tinha decidido que também tentaria gravá-la. Disse a mim mesma: De hoje não passa! Quando eu chegar, verei de quem é essa música e tentarei descobrir o contato do compositor, ou compositores. Eu cheguei em casa, peguei a capa do cd, e fui ver de quem era afinal aquela obra-prima. Caramba! Não acredite no que vi. “Cruzeiro do Su”l (Jean e Paulo Garfunkel). Eu comecei a rir, de forma descontrolada. Inacreditável! Parti da máxima, bom, o não eu já tenho, buscarei o sim! Liguei de novo no estúdio do Jean, expliquei pra secretária a incrível coincidência. Comentei que ouvia e cantava aquela música sempre no carro, já há vários meses. Ela disse pra eu voltar lá. E, novamente, saio eu do Pacaembu pra Vila Madalena. No meio do caminho a secretária me liga e diz pra eu ir com calma porque ele ia liberar também “Cruzeiro do Su”l. Tudo isso aconteceu em menos de duas horas. A gente riu muito. Ele disse que tava honrado em ter duas músicas deles no meu disco. Imagina! Quem estava honrada era eu. E depois disso muitos encontros com ele. Figura apaixonante!
O “Terra em Transe” tem melodias e arranjos muito bem construídos. E a percussividade das faixas são muito bem elaboradas. São devidamente construídas em todo o arranjo…
O Jica, talentosíssimo, que tocou muito tempo com o Tarancón fez a maior parte da percussão e dos efeitos sonoros, mas tivemos também a participação do Zito do Trio Sabiá, na zabumba, além do Roberto Diamanso tocando triângulo e chocalho e o Silvestre Kuhlmann também tocou alguns instrumentos de percussão. Todos os violões, cavaquinho e bandolins foram tocados por ele. Inclusive, foi também o produtor e arranjador do cd. Temos o inigualável Cézar do Acordeon tocando seu instrumento em algumas faixas, o Daniel Cavalcanti as flautas transversais e o Alexandre Viriato o baixo acústico. Nos vocais, os afinadíssimos Daiane e Toninho Neto. Como primeiro disco, fiquei bem satisfeita com o resultado.
Você construiu laços muito importantes ao longo da sua vida. Isso se dá muito pelo fato da sua criação. Tanto que em seus escritos é nítido essa referência…
É importante a gente valorizar nossas raízes, de onde a gente veio, se orgulhar do que nós construímos para a história da gente, todos nossos passos. Meu avô, pai da minha mãe, morou em casa de taipa, era agricultor, fazia sua própria farinha e vendia o que sobrava. Faziam mutirões entre os familiares e vizinhos. Lembro-me, eu era bem pequena, e ajudava a descascar a mandioca até tarde da noite, para que os adultos, de madrugada fossem para a casa de farinha ralá-las e concluir o trabalho fazendo finalmente a farinha de mandioca Tudo isso está na minha memória afetiva. Dessas memórias, veio a inspiração e escrevi o poema “Sertanejo”, que inclui no primeiro cd. Depois, brilhantemente, o Gladir Cabral o ampliou, musicou e mudamos o nome para “Palha do Coqueiro”.
Que faz parte do disco “Pausa”. E outro homem que te acompanha neste disco. Inclusive, esta faixa, também com a presença de Jorge Camargo. Como se deu essa dobradinha?
Eu e Gladir somos cristãos. Jorge Camargo também. Além de professor de literatura, Gladir é pastor presbiteriano. Uma pessoa comprometida com a justiça, a igualdade, a tolerância e o amor. Eu me apaixonei pelas composições dele, bem antes de conhecê-lo. Sua maneira de escrever e de se expressar, me encantam. Eu sonho, poder um dia, fazer um disco só com as composições dele. Em 2007 fui convidada pelo Diamanso para um trabalho, em Brasília. Ao chegar lá, Gladir também estava. Foi uma grata surpresa. Dei-lhe um abraço de cinco minutos e falei da minha admiração e gratidão por seu trabalho. Num dado momento, Gladir nos apresenta uma música que acabara de fazer. Era “Terra em Transe”. Nisso eu pensei: Pronto esse será o título do meu cd. Assim que Gladir acabou de tocar a música, eu me aproximei e de chofre, pedi que liberasse a música para eu gravar. Que seria a música título do cd. Ele nem titubeou, liberou na hora. E assim, cada vez mais nossa amizade, respeito e carinho só tem crescido.
Já Jorge Camargo, conheço-o, pessoalmente, de longa data. Desde 1991. É um compositor diferenciado, ousado e único. Em 2011, fizemos um sarau na casa dele. Naquela ocasião, sugeri que ele dedicasse tempo e atenção as suas parcerias com Gladir. Que eles juntos são imbatíveis. Ele, por sua vez, sugeriu que o meu próximo cd fosse produzido pelo Fernando Merlino. Comentou um pouco da bagagem musical dele, que toca com Chico Buarque, Gilberto Gil, Carlinhos Lira, Luiz Melodia, somente para citar alguns. Naquele momento, eu estava sem grana, estava, literalmente, sobrevivendo da música. Show aqui e ali, alguns bares, enfim. Mas fiquei com aquilo na cabeça. Em 2012, mandei uma mensagem pro Merlino e ele foi uma gracinha, muito gentil. Mas com a grana curta eu tive que fazer uma pausa. Tanto é que esse é o nome do meu segundin. E quando Gladir gravou Pausa, eu disse pra ele que também queria gravá-la e que novamente colocaria uma música dele como título do meu trabalho. Em 2014, eu fiz um jardim, e eu cultivava lá todos os dias as minhas esperanças.
Fui fechando os valores, falando com amigos, e o Carlinhos Veiga, sugeriu que eu fizesse um financiamento coletivo. Fiz, mas com o pé atrás. É complicado criar expectativa, acreditar que as pessoas do seu círculo de amizade, parentes, etc., irão lhe apoiar num projeto de vida…e de repente, perceber que isso não ocorre. É frustrante! Foi frustrante! E diante da falta de envolvimento de vários amigos, parentes e ditos admiradores, tive que dar meu jeito. Afinal, já havia assumido compromissos financeiros e precisava honrá-los. Com o Merlino, com os músicos, com o estúdio…enfim, com o projeto. Conversei com minha grande amiga e gerente da conta Rebeca Stella. Consegui o empréstimo, vendi o carro, juntei com o que arrecadei no financiamento coletivo do Catarse e, felizmente, honrei todos os meus compromissos.
Sonho e quero viver da minha música, da minha arte. Mudei para Araucária, onde o custo de vida, em relação a São Paulo, é menor.
Quero enfatizar que tenho consciência do grande privilégio que foi ter o Fernando Merlino produzindo o cd, escolhendo os músicos, escrevendo carinhosamente cada arranjo, além de tocar o piano. E além de tudo, sabe comandar, traz leveza e riso para o estúdio, que em alguns momentos poderia ser pesado e enfadonho. Com Merlindrin, não corremos esse risco!
Eu sei de gente que o contratou no ano passado e, por incrível que pareça, até agora, não pagou pelos serviços dele. ISSO É UM ABSURDO!!! Como é que faz uma coisa dessa! Eu até gostava dessa pessoa, mas depois que soube disso, cruzes!!! Já não gosto mais. Merlino é um gênio. E além de merecer todo nosso respeito e admiração, também merece que seu trabalho seja pago! Não é justa nem correta uma atitude dessa!
É evidente o trabalho de Merlino neste disco. Diferente do anterior, onde a percussão estava muito presente. Em “Pausa” as impressões são outras…
Exatamente, o Merlino tem um cuidado todo especial com cada detalhe. É minucioso. Você consegue ouvir todos os instrumentos. Você percebe uma nova essência ao ouvir o disco novamente. Se cria uma relação com o CD. A presença luxuosa do querido Jaime Alem, fazendo todos os violões e viola. A inconfundível guitarra do Léo Amuedo, que toca com o Ivan Lins, a sanfona do Zé Américo Bastos, que foi maestro de Elba Ramalho por muitos anos, o Bororó que fez os baixos. Ele é uma graça. Aos poucos lançaremos os vídeos das gravações no estúdio. Ver Bororó tocando é lindo demais. Eu não deixava ele sentar. Ele tocando de pé, é performático. O Pantico Rocha, que fez todas as baterias e grande parte da percussão. O João Bani, uma graça de pessoa, que também fez a percussão, o cello do Luciano Correia que é da Orquestra Sinfônica Brasileira. Nas flautas, o Julio Merlino e o Daniel Garcia. Além da preparação vocal de Ricardo Ribeiro e o Alexandre Hang como engenheiro de som. Um time de encher de orgulho qualquer pessoa.
E selecionar estas músicas para o disco, foi complicado? Porque, eram 40 inicialmente. E você chegou em 14…
Cara, foi um parto. Eu recebi muita coisa boa que eu queria gravar. Cheguei até a pensar em fazer um cd duplo. Mas cadê dindin? Grandes compositores que deveriam ocupar o horário nobre das rádios e canais de tv em todo Brasil e fora dele. Trazer qualidade e dignidade para a nossa música. Trazer conteúdo. Não vou citar nomes. Sempre evito fazê-lo, para não correr o risco de esquecer algum.
À princípio, seriam apenas 13 faixas. Thiago Viana é um amigo querido, um grande compositor e instrumentista. Ele fez uma canção, em parceria com Mário Coutinho, que eu já havia escolhido para estar entre as 13. A bela canção “Na Janela”. E aí, conheci Ricardo Ribeiro, paraibano que mora aqui, e duas de suas canções. A letra de “Pessoa Rara” que ele fez pra mãe, é lindíssima. E “Arribaçã” fala muito sobre minha terra, é meu canto. Peguei e mandei pra Merlino. Comentei que acabara de conhece-las e que estava dividida. Ele ouviu todas novamente e disse que aquelas duas não podiam ficar de fora. E sugeriu que eu tirasse “Na Janela”. E que gravasse 14, e não 13 faixas no cd. E assim foi feito.
E no envolto de todas estas pessoas, quando é que você deixa Airônete pra trás e passa a se chamar Airô?
Você é muito perspicaz. Foi um ex-noivo. Marcos Almeida. Meu primeiro noivo, porque eu tive vários…risos… É muito bom ser livre! Quero continuar sendo. Se eu encontrasse alguém que, como eu, tivesse esse mesmo desejo de liberdade e aceitasse fazer uma experiência de compromisso, fidelidade, parceria…mas em casas separadas, como eternos namorados numa relação que não corre o risco de cair na rotina, que não corre o risco de desenvolver o sentimento de posse, coisa que corro à léguas. Tenho certeza que relacionamentos assim tem muito mais chance de darem certo. A liberdade é fundamental. Enfim, voltando ao Marcos, quando eu o conheci entre 1978 e 1979, eu tinha apenas 16 anos…e ele já queria casar-se…fiquei assustada e fugi do compromisso. Foi ele que carinhosamente me deu o apelido de Airô. Ele se foi e o apelido, que eu adoro, ficou!
Data de Lançamento: 30 de janeiro
O ano é 1976 e um casal entra numa rota sem volta em direção ao caos e à loucura. Armando (Carlos Ramirez) é um imigrante latino-americano casado com Sonja (Gilda Nomacce). A relação dos dois passa a viver em meio a insanidade quando Sonja se debruça cada vez mais em sua gestação, querendo descobrir cada detalhe do processo de geração de seu filho Ivan. Enquanto a loucura toma conta da mulher, Armando precisa sobreviver sua realidade disfuncional e viver entre as fraturas abertas e que os cercam, obrigando-o a entender de onde parte esse delírio.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Inspirado na obra de Domingos Oliveira e no filme Todo Mundo Tem Problemas Sexuais (2008), Todo Mundo (Ainda) Tem Problemas Sexuais apresenta uma divertida e reflexiva abordagem sobre as complexidades dos relacionamentos amorosos. A trama reúne quatro histórias curtas e independentes, que exploram as delícias, os desafios e os dilemas do cotidiano das relações. Com humor afiado e sem pudores, o filme aborda temas como infidelidade, ciúmes, inseguranças e desejos, mergulhando em situações que revelam tanto a fragilidade quanto a intensidade do amor. Cada narrativa é construída com uma mistura de sensibilidade e descontração, evidenciando as particularidades dos laços humanos e suas consequências emocionais. A obra convida o público a refletir sobre as diferentes formas de amar e sobre as imperfeições que tornam os relacionamentos únicos e, muitas vezes, irresistíveis.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
(G)I-DLE WORLD TOUR [IDOL] é o registro cinematográfico da emocionante apresentação em Seul que deu início à turnê mundial 2024 do grupo de K-pop (G)I-DLE. Reconhecido como um dos grupos femininos mais influentes da quarta geração do K-pop, o (G)I-DLE conquistou fãs globais com hits como “TOMBOY”, “Nxde”, “Queencard” e “LATATA”. Desde sua estreia em 2018, o grupo acumula prêmios e consolidou sua popularidade com performances marcantes e criatividade musical. A experiência traz o público para o universo único do (G)I-DLE, destacando a energia vibrante do show, com figurinos deslumbrantes, coreografias poderosas e um setlist repleto de sucessos. A turnê “[IDOL]” reforça a conexão emocional do grupo com seus fãs, proporcionando momentos inesquecíveis e interações emocionantes. O filme é uma celebração da trajetória e do impacto global do (G)I-DLE, levando aos cinemas uma produção que combina música, dança e emoção em um espetáculo visual impressionante.
Data de lançamento: 30 janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Alma do Deserto explora os desafios de Georgina Epiayu por reconhecimento em meio a um ambiente preconceituoso. Já aos setenta anos, Georgina é uma mulher trans da etnia Wayúu que perde todos os seus documentos após ter sua casa queimada num incêndio criminoso, provocado por seus vizinhos intolerantes, que não aceitam sua presença. Atrás de afirmar sua identidade, a idosa tenta se virar para obter novos registros, agora com as devidas correções com relação ao seu gênero. O documentário de Mônica Taboada-Tapia acompanha o longo e desafiador caminho que se apresenta à frente de Georgina para obter seus direitos civis fundamentais, incluindo o de votar nas eleições colombianas. A jornada da anciã reflete as dúvidas e a luta de um grupo marginalizado a partir de um olhar sensível e de uma experiência resiliente.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Parque de Diversões aborda a trama de figuras anônimas que percorrem pelas ruas de Belo Horizonte, Minas Gerais, em busca de encontros, até que uma delas quebra o portão de um parque municipal e, a partir daí, o grupo começa a explorar o espaço vazio e proibido abrindo as suas portas para o desejo. Parque de Diversões aborda a experiência do “cruising”, um termo que descreve jogos e atos sexuais gratuitos, consensuais e anônimos praticados em locais públicos. Explorando esse universo como um território de excitação, adrenalina, segredo e alteridade, o filme reúne uma performance que aborda o corpo e as sexualidades, voyeurismos e exibicionismos, fetiches, práticas sexuais não-heterocentradas, desafiando os conceitos de identidade e gênero. Entre a poesia das imagens e a dança dos corpos, o longa-metragem traz cenas de sexo explícito, abordando sem tabus ou normas as múltiplas possibilidades do desejo.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Música e política se misturam nesse documentário sobre o processo de descolonização do Congo. Trilha Sonora para um Golpe de Estado reconstitui os últimos meses antes de Patrice Lumumba, primeiro presidente eleito democraticamente do Congo, ser assassinado em 1961. Em protesto, os músicos Abbey Lincoln e Max Roach invadem o Conselho de Segurança da ONU. Ao mesmo tempo, Louis Armstrong é enviado para o país como uma cortina de fumaça dos planos norte-americanos de depor Patrice. É a partir desse episódio, um bom representante das conexões entre imperialismo, capitalismo e jazz, que o diretor Johan Grimonprez traz o panorama das artimanhas políticas que incendiaram o contexto internacional da época. Marcado pela Guerra Fria, pelo movimento de independência pan-africanista, pelas mudanças no quadro de poder das Nações Unidas e pelas lutas por direitos civis nos EUA, o século XX e suas revoluções são o mote para um documentário ávido em entender os dilemas de uma história em disputa.
Data de lançamento:30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Viva a Vida! é uma comédia dramática brasileira que segue a trajetória de Jessica (Thati Lopes), uma jovem dedicada ao trabalho e às responsabilidades, que leva uma vida regrada e cheia de contas a pagar. Ela trabalha em uma loja de antiguidades e parece não ter tempo para si mesma, sempre colocando suas obrigações à frente de seus desejos e sonhos. No entanto, sua rotina monótona sofre uma reviravolta quando, um dia, no trabalho, ela encontra um medalhão idêntico à joia deixada para ela por sua mãe, que faleceu quando ela era ainda muito jovem. Com o coração acelerado pela descoberta, Jessica vê o medalhão como um sinal do passado que finalmente se conecta com seu presente. Determinada a desvendar o mistério, ela se junta a Gabriel (Rodrigo Simas), um homem que afirma ser seu primo, mas cuja identidade e relação com ela permanecem incertas. Juntos, partem para Israel, onde começam uma jornada em busca das origens do medalhão e das pistas que ele pode revelar sobre sua família e sua história. À medida que exploram a terra cheia de mistérios e memórias, Jessica vai se deparando com mais surpresas do que imaginava: ela encontra parentes perdidos, descobre segredos de família guardados por gerações e, no meio dessa aventura, acaba se apaixonando. O que começa como uma busca por respostas sobre seu passado, acaba sendo uma jornada de autodescoberta, onde Jessica encontra não só suas raízes, mas também um lugar onde se sente completa e feliz.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Kasa Branza, dirigido e roteirizado por Luciano Vidigal, conta a história de Dé (Big Jaum), Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), três adolescentes negros que vivem na periferia da Chatuba, em Mesquista, no Rio de Janeiro. O filme inspirado em histórias reais apresenta a relação de cuidado e amor entre Dé e sua avó Dona Almerinda. Sem nenhuma estrutura familiar, o rapaz é o único encarregado de cuidar da idosa, que vive com Alzheimer, e da subsistência dos dois. Vivendo sob o peso dos aluguéis atrasados e do preço dos medicamentos da avó, um dia, Dé recebe a triste notícia de que Dona Almerinda está em fase terminal da doença. O jovem, então, decide aproveitar os últimos dias da vida dela junto com os seus outros dois melhores amigos.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
A Verdadeira Dor, com roteiro e direção de Jesse Eisenberg, é uma comédia dramática que explora as complexidades das relações familiares e a busca por identidade. A trama acompanha David (Jesse Eisenberg), um pai reservado e pragmático, e Benji (Kieran Culkin), seu primo excêntrico e boêmio. Apesar de suas diferenças, eles embarcam juntos em uma viagem à Polônia para homenagear a avó recentemente falecida, participando de uma excursão que revisita memórias do Holocausto e conecta o grupo às raízes familiares. Durante a jornada, antigas tensões entre os primos ressurgem, transformando a viagem em uma experiência emocionalmente intensa. À medida que exploram o passado da família e enfrentam as diferenças que os separam, David e Benji são forçados a confrontar suas próprias escolhas e perspectivas de vida. Com momentos de humor e melancolia, o filme oferece uma reflexão profunda sobre memória, legado e reconciliação, equilibrando leveza e emoção em uma narrativa envolvente.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Em O Maravilhoso Mágico de Oz, a clássica história ganha uma nova adaptação, acompanhando a jornada de Ellie (Ekaterina Chervova) e seu fiel cachorro, Totoshka, após serem levados por um furacão conjurado pela bruxa malvada Gingema (Vasilina Makovtseva). Transportados para o país mágico dos Munchkins, Ellie descobre que sua única chance de voltar para casa é buscar a ajuda do poderoso Mágico na Cidade das Esmeraldas. Seguindo a estrada de tijolos amarelos, ela encontra companheiros igualmente determinados: o Espantalho, que deseja um cérebro; o Homem de Lata, que sonha em ter um coração; e o Leão Covarde, que almeja coragem. Juntos, enfrentam desafios e perigos, enfrentando forças sombrias enquanto criam um vínculo de amizade e descobrem sua força interior. Essa releitura traz uma visão encantadora e emocionante da jornada de Ellie e seus amigos, destacando temas como coragem, autodescoberta e o poder dos laços que formamos. A história é uma celebração atemporal de esperança, perseverança e magia, ideal para todas as idades.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Uma troca de lealdade coloca Big Nick (Gerard Butler) e Donnie (O’Shea Jackson Jr.) do mesmo lado numa operação perigosa. Em Covil de Ladrões 2, Big Nick está à procura de Donnie, que escapou da Europa e está planejando seu próximo plano: roubar uma carga de diamantes que equivale a mais de 800 milhões de euros do Centro de Diamantes, o prédio mais seguro da Europa Continental. Dessa vez, porém, Big Nick não está atrás de capturá-lo, mas sim está determinado a fazer parte do elaborado assalto organizado por Donnie e seu grupo, Os Panteras, deixando para trás seus dias de policial e xerife. O que ninguém imaginava era que, mergulhados no mundo complexo e imprevisível dos ladrões de pedras preciosas, o esquema deles envolveria os diamantes de outra máfia. Agora, é preciso escapar com vida de uma caçada letal com outros criminosos enquanto organizam o maior plano de suas carreiras.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
5 de Setembro, dirigido por Tim Fehlbaum, é um drama histórico que reconta o trágico Massacre de Munique de 1972 sob a perspectiva única da equipe de transmissão da ABC Sports. Durante os Jogos Olímpicos de Verão na Alemanha, a tranquilidade da Vila Olímpica é interrompida quando o grupo terrorista Setembro Negro invade o local e faz 11 atletas israelenses reféns. O que deveria ser uma celebração esportiva se transforma no maior atentado terrorista da história dos eventos esportivos. A trama acompanha os jornalistas esportivos que, de forma inesperada, precisam abandonar a cobertura das competições para reportar ao vivo os desdobramentos de uma tragédia em tempo real. Em meio à tensão e à incerteza, eles enfrentam dilemas éticos e emocionais enquanto o mundo inteiro assiste. O filme explora a transição de uma cobertura esportiva leve para uma reportagem de crise, evidenciando a pressão, os perigos e o impacto humano por trás das câmeras. Com uma narrativa intensa e emocionante, 5 de Setembro oferece uma visão diferente de um dos eventos mais marcantes da história moderna, mostrando o poder e os desafios da imprensa em momentos de crise global.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Uma lenda feita para assustar crianças malcriadas pode não ser apenas uma fábula no fim das contas. Em O Homem do Saco, uma família vive um pesadelo após serem perseguidos por uma criatura mitológica maligna, o Homem do Saco. Patrick McKee (Sam Claflin) acaba de retornar para sua cidade natal com seu filho Jake (Caréll Rhoden) e sua mulher Karina (Antonia Thomas). Quando era criança, o pai de Patrick costuma contar, para ele e seu irmão Liam, a história desse monstro que levava crianças inocentes numa sacola e as devorava. Convencido de que escapou de um encontro com o homem do saco na juventude, Patrick permanece com os traumas desse dia assombroso até os dias de hoje. Agora, a entidade parece estar de volta, ameaçando a paz e a segurança de sua família e com o menino Jake na sua mira.
Data de lançamento: 30 de janeiro.