A ignorância é mãe de todos os males, irmã do preconceito, sobrinha da burrice, madrinha da intolerância, casada com o desrespeito, pula a cerca com a violência em um affair lésbico, frequenta o mesmo clube de verão que a incompetência, sai beber com a burrice toda sexta-feira, montou um clube do livro com o obscurantismo, no qual só leem os livros de E. L. James, e passa os domingos com seu filho, bullying, assistindo aos filmes de Rob Scheneider, em versão dublada, na Netflix.
Como sou contrário ao movimento de que é melhor já ir se acostumando a esse tipo de pensamento simplista, resolvi embarcar em um experimento para descobrir todo um novo modo de pensar o alimento e seus desdobramentos sociais, ambientais e salubres. O desafio auto-imposto era manter uma alimentação totalmente vegana durante o período de 7 dias. Uma semana toda em que eu não poderia ingerir nenhum tipo de alimento que tivesse qualquer origem animal. E eu não estou falando de uma dieta ovolactovegetariana, em que ovos e leite são aceitos. A ideia era eliminar todo e qualquer resquício animal das refeições para perceber quais seriam os efeitos.
Mas afinal, o que é esse clube secreto vegano que transforma totalmente a cabeça e a vida de seus membros?
Para quem não sabe, o veganismo é uma seita satânica criada pelo comunismo, durante a revolução cubana de 59, que tem o intuito de derrubar o capitalismo ao desestruturar a indústria pecuária para, dessa forma, instaurar uma ditadura verde do brócolis e do alecrim.
Ou, na verdade, como define a britânica The Vegan Society, primeira entidade voltada ao veganismo do mundo, ser vegano é:
“A philosophy and way of living which seeks to exclude—as far as is possible and practicable—all forms of exploitation of, and cruelty to, animals for food, clothing or any other purpose; and by extension, promotes the development and use of animal-free alternatives for the benefit of humans, animals and the environment. In dietary terms it denotes the practice of dispensing with all products derived wholly or partly from animals.”
Em tradução livre:
“Uma filosofia e um estilo de viver que busca excluir – na medida do possível e do praticável – todas as formas de exploração e de crueldade contra animais, seja para a alimentação, vestuário ou para qualquer outro propósito; e, por conseguinte, promover o desenvolvimento e uso de alternativas sem origem animal para benefício dos seres humanos, dos animais e do meio ambiente. Em termos alimentares, isso significa substituir todos os produtos derivados inteiramente ou em parte de animais.
Substituir todos os produtos alimentícios derivados inteiramente ou em parte de animais. É esse o grande e único mandamento vegano. A pedra fundamental que guia toda uma cultura de aproximadamente 5 milhões de pessoas só no Brasil, segundo estimativa da Sociedade Vegetaria Brasileira, um mercado que cresce 40% ao no país e um faturamento de 55 bilhões de reais no setor de produtos naturais, em 2015, de acordo com a Associação Franquia Sustentável. No entanto, decidi que outros aspectos do veganismo, como o uso de vestuários e utensílios que tenham alguma origem animal, não seriam o meu foco e que me ateria apenas à prática alimentar.
Dia 1
O Veganismo e a Pedra Fundamental
No início tudo era escuridão. E sendo fã inveterado de carne de porco – e faço questão de salientar que uso aqui “inveterado” no sentido “firmemente estabelecido por longa persistência” –, nunca dei muita atenção ao conceito por trás do vegetarianismo ou veganismo. Então, antes de tudo, era preciso chegar à luz e, como ensinou Bilu, buscar conhecimento. E no começo são muitas questões. O que comer? Só pode vegetais? Quais as fontes de proteína? O Devorador de Mentes voltará na terceira temporada?
Animado, saio em busca de um café da manhã. Passei na panificadora e perguntei o que havia de opção vegana. A única coisa era um pãozinho, todos os demais produtos continham traços de ovos ou leite. Comprei duas unidades. O pãozinho era, na verdade, um agregado sólido mineral rochoso feito com grão de bico. Impossível de mastigar e provavelmente mortal ao seu ingerido. Assim começava minha saga vegana.
Resolvi então conversar com três amigos, cada qual em um degrau diferente de conversão ao veganismo, para pegar dicas de lugares, receitas, substituições e, principalmente, entender o que os impelia a adotar esses novos hábitos de vida.
O primeiro foi Pedro Henrique Bavaresco. O Pedro se considera vegan-friendly, ele ama tudo relacionado a este estilo de vida, contudo, por conta dos exercícios físicos que pratica e da necessidade de realizar entre 7 a 9 refeições por dia, tem algumas dificuldades em colocar em andamento seu plano de dominação mundial veganista. “Força no grão de bico ou na lentilha. Amaranto ou quinoa também. Caso contrário, sentirá o peso do carboidrato” ele me diz, logo no início da conversa. A princípio, não entendo inteiramente o que quer dizer, mas lembrarei dessa penosa dica mais pra frente. “Vá o GreenGo. Melhor custo benefício”, ele me indica.
Sigo o conselho e vou lá para almoçar. O Greengo Vegetarino é um pequeno restaurante, na região do Batel, bem decorado, com uma boa variedade de pratos e que faz bastante sucesso no Instagram. Já havia visto inúmeros stories e fotos dos pratos, sempre recheados de folhas, leguminosas e grãos. O prato sensação da casa é o Buda Bowl, uma combinação de proteínas vegetais, carboidratos, legumes, salada, molho e crocante personalizado pelo cliente. Monto minha Cumbuca do Buda (já fiz aqui nesta coluna o comentário ufanista de que cumbuca é uma palavra muito mais legal do que bowl) e peço um delicioso suco de melancia com canela.
Visualmente, a combinação que monto não é a mais eficaz para angariar likes no Insta, mas, no sabor, é um ótimo prato, capaz de agradar todos os paladares. O prato é equilibrado, com sabores ricos e tem opção de batata rústica. Uma refeição com batata é sempre um refeição feliz. Esqueço a pedra do café da manhã e volto a me animar com o experimento.
Dia 02
O Veganismo e as Paradas Secretas
Começo a descobrir alguns segredos da maçonaria vegana como, por exemplo, veganos jantam.
Passei o jantar da noite anterior apenas com banana e aveia, porque me esqueci de me planejar direito. Por isso, resolvo criar um cronograma do que farei nos próximos dias.
Para tal, sigo alguns conselhos de outra pessoa que me ajudou durante a semana, a produtora cultural Ana Hupfer, que já é grã-mestra da loja vegetariana e aos poucos evolui para o degrau máximo do veganismo. “Em geral, é muito difícil comer fora de casa”, começa ela. “Há vários pães que são veganos. É importante olhar a composição deles na embalagem. Tofumelete é outra opção de café da manhã e fica delicioso com sal negro. E abacate é ótimo para comer com pão”, são algumas das várias dicas que ela me passa.
Olho a geladeira e os armários. Nada. Só banana e aveia. Vou ao Templo Vegano mais próximo, o sacolão da Anita Garibaldi, e escolho frutas, vegetais e raízes que servirão para a semana, principalmente para os momentos entre refeições maiores.
No almoço, tenho uma reunião em um buffet convencional, no centro. Chegando lá, lembro de outra dica da Ana: “Pergunte tudo. Se tem algum tipo de origem animal, quais os ingredientes e etc.”. Às vezes o feijão parece indefeso, mas pode ter porco ou caldo de carne. É uma tarefa árdua comer em um lugar não vegano. As opções se restringem basicamente a carboidrato, fritura e salada. Quase nada de proteína. Nada de grãos, como o Pedro Henrique indicou.
Após o almoço, passo em um café e pergunto se há alguma opção de doce vegano. As atendentes parecem não compreender as palavras que saem da minha boca. Explico vagarosamente que quero alguma sobremesa que não tenha nenhum traço de origem animal entre os ingredientes. Elas conversam entre elas, por um tempo, depois perguntam a outra atendente, que parece mais experiente, e retornam, dizendo que tem uma opção de sobremesa apenas, mas que é salgada. Agradeço e saio com um sorriso amarelo.
É aquele tipo de situação quando oferecem salsicha ou embutidos como opção vegetariana. De modo geral, as pessoas parecem não entender o que é veganismo e poucos estabelecimentos estão preparados para atender essa parcela consumidora.
Um doce depois do almoço é essencial, por isso, passo na FunFit, uma franquia especializada em doces fits, funcionais e veganos, e pego um pote de verrine de uva, feito com uma massa de castanha, uva verde e chocolate. O sabor e a textura são ótimos. O preço nem tanto.
Para o jantar, compro um sanduíche no Brooklyn Café. Não há opções veganas no cardápio, mas é possível retirar alguns ingredientes e substituí-los por outros para atingir o objetivo. Alertado por alguns seguidores dos stories da saga, acabo descobrindo sobre algo chamado contaminação cruzada. Cozinha em que se prepara carne, não é boa cozinha para se preparar comida vegetariana/vegana. Os utensílios – como chapas, talheres e tábuas – podem ser compartilhados e carregar traços de origem animal às refeições.
É realmente muito difícil comer fora de casa quando se é vegano. A não ser que seja um lugar preparado e estruturado para isso.
Dia 3
O Veganismo e o Prisioneiro do Capitalismo
“O Veganetes tem uma coisa revolucionária pela causa. A tia faz marmitinha gostosa a cinco reais. Para mostrar que comida vegana não é para ricos”. Esta é a mensagem que recebo do Luiz Bertazzo, ator e roteirista que já atingiu o grau de vegetariano completo e, aos poucos, galga os próximos para o veganismo, quando pergunto sobre os lugares que ele frequenta.
A relação entre hábitos veganos e política é muito forte e começo a perceber que é impossível dissociá-las. Isso fica evidente quando posto que comprei uma caixa de leite vegetal, feito à base de arroz e baunilha. “Leite vegetal a gente faz em casa. Comprar incentiva um tipo de consumo desnecessário”, me corrige o Pedro Henrique. Recebo outros comentários nos stories concordando com esse pensamento. Não é apenas sobre trocar o leite de vaca pelo vegetal, é sobre não incentivar certos tipos de produção igualmente nocivos, mesmo que vendidos com o selo vegano. “Você começa a ter mais cuidado para quem você dá o seu dinheiro”, conclui Bertazzo.
Mesmo o veganismo criado como lifestyle para redes sociais e já absorvido pelo capitalismo, mantêm os traços originais de combate ao sistema. Mas como atesto em uma passada no shopping, essa absorção é ainda muito lenta. De todos restaurantes da praça de alimentação e dos cafés, nenhum tem opção de almoço ou lanche vegano. Soa como um erro grosseiro um shopping desconsiderar essa parcela de público. Apenas a Gelateria Freddo dispõe de alguns sorvetes preparados sem traços animais, incluindo um gostoso Vanilla Bourbon. Ou o negócio é se contentar com salada de folhas.
Desisto de almoçar no shopping e vou ao Viva La Vegan – Bike Café, um restaurante próximo ao Passeio Público de visual underground e atitude contestadora marcante. Lá eles servem todos os dias um prato especial, além dos salgados e doces no balcão e de artigos para ciclistas numa lojinha anexa. O lugar me parece a primeira experiência vegana autêntica completa. Eles não servem apenas comida, eles querem transmitir uma mensagem. O prato do dia é baião de dois, servido com mate, ao preço de R$ 15,00. É um prato BB, bom e barato. O terceiro B, de bonito, não se adequa muito, mas isso não tira o mérito de forma alguma.
Em seguida, passo no Veganetes e pego uma marmita para comer mais tarde, no jantar. A pequena lanchonete fica escondida dentro do corredor de um prédio e serve todos os dias a tal marmita de R$ 5,00, além de pastéis, pães de queijos e produtos sazonais. A tia que faz a comida, mencionada pelo Bertazzo, se chama Sibila, ou Si, como prefere, prepara todos os dias arroz, feijão, salada, farofa e um acompanhamento, que pode ser nhoque, bife vegetal e o que a criatividade sugerir. A comida é excelente e instantaneamente me torno fã do lugar, da proposta acessível e do humor da Si.
Dia 4
O Veganismo e o Cálice com Traços Animais
O quarto dia é reservado para grandes e determinantes revelações.
Como na noite anterior participei de um evento e postei que tomei algumas taças de vinho, me assusto ao receber um alerta da Ana. Certos vinhos podem não ser veganos!
Como assim?!
Vou pesquisar e descubro que muita coisa aparentemente inocente pode conter traços animais. E isso inclui bebidas alcoólicas. Cervejas industrializadas, que encontramos no mercado diariamente, são praticamente todas não veganas. A cor avermelhada do Campari vem de um inseto chamado conchonilha.
Ou seja, para ser vegano é preciso anos e mais anos de estudo e treinamento até o nível jedi. Ou dar um Google em tudo que você vai comer.
Como álcool é algo pelo qual tenho muito apreço, fico preocupado com o andamento da experiência, visto que o final de semana se aproxima. Por sorte, descubro que existe um site chamado Barnivore, que identifica se uma bebida é ‘Vegan Friendly’, ou ‘Has Some Vegan Options’ ou ainda ‘Not Vegan Friendly’.
Ele funciona bem se você toma bebidas não fabricadas no Brasil, como vários destilados, cervejas importadas e vinhos, e ainda lista uma série de apps para ter a mão um meio mais ágil de identificar e pesquisar sobre bebidas vegan.
Dia 5
O Veganismo e o Largo da Ordem
Sábado. É o dia pelo qual mais anseio.
Começo com um café da manhã no Largo da Ordem, mais especificamente no Natural da Ordem, que serve almoço, lanches, sucos e doces. Este já é um lugar conhecido há tempos por mim e o qual frequento assiduamente, desde que era uma micro-lanchonete de 4 m². Peço um smoothie, que serve como uma refeição completa.
De lá, sigo para o Dom Veggie. Dia de feijoada!
A esta altura, já me acostumei à dieta e não sofro pela ausência de carne nas refeições. Mas como amo porco, resolvo experimentar a feijoada para enganar um pouco os sentidos. O restaurante serve um enorme buffet aos sábados, com a opção de feijoada vegana completa inclusa. É uma grande variedade de pratos, que provam que há um universo de texturas e sabores no vegetarianismo/veganismo. Alguns pratos contêm ovos ou leite, no entanto, todos são devidamente identificados. Sirvo-me de feijoada, que se assemelha muito à tradicional, e o efeito alcançado é o mesmo da versão clássica: depois de comer você fica pesado, sonolento e desejando só cair num sofá para dormir a tarde toda. Não deixou nada a desejar.
Na sequência, vou à Doces e Cores, uma confeitaria totalmente vegana, na região do Bom Retiro. O lugar tem uma variedade enorme de cafés, doces, salgados, sucos e cervejas. Pego uma fatia de bolo de morango com chocolate e um café com leite de amêndoas.
Os doces veganos comumente têm aspecto farelento no paladar, similar a cereais integrais, mas começar a gostar e apreciar esse detalhe é só uma questão de costume. O bolo é delicioso e bem equilibrado no açúcar. Mas o café é a sensação. Leite de amêndoas é uma das invenções mais incríveis da história humana e combina com café de um jeito que leite de vaca jamais vai conseguir igualar.
Pra fechar o dia das gordices, meu jantar é um cachorro-quente do SuperDog. Criado em 2004, o SuperDog, situado no Cabral, foi um dos primeiros estabelecimentos de Curitiba a incluir opções vegetarianas no seu cardápio. Eu conheci o lugar há mais de 10 anos, quando era administrados pelos donos originais, o casal Paulo e Mamá. Foi a primeira vez que escutei sobre veganismo e pude experimentar algo desse tipo e começar a entender o conceito por trás. Em paralelo ao estabelecimento, os dois mantinham uma banda de hardcore punk com letras incisivamente políticas. Na época, ainda adolescente, não compreendia totalmente o discurso, mas considerava-o o melhor cachorro-quente da cidade, por isso estava sempre lá e, aos poucos, fui abrindo a cabeça para o discurso promovido pelos dois. De lá pra cá, o lugar passou por outros donos e acabou perdendo qualidade e personalidade, mas ainda é um bom lanche.
Dia 6
O Veganismo e o Enigma do Príncipe (Não consegui pensar em um trocadilho)
Domingo. Dia internacional da ressaca.
Pulo o café da manhã e vou direto ao Straveganzza para almoçar. Confesso que demorei entender o trocadilho por trás do nome do restaurante, com um ‘vegan’ no meio. E demoro mais ainda para entender a decoração do lugar, com cores pesadas, arquitetura de gosto duvidoso e objetos decorativos feitos com cortiça.
Como diz o ditado, quem vê fachada, não vê cozinha. E a comida é uma grande surpresa. Criativa, com sabores bem destacados e apresentadas com muita elegância. As entradas são o destaque. Bolinhos de batata-roxa com recheio de jaca desfiada e pastéis de cogumelo. Duas opções cheias de cores e sabor.
O prato principal é polenta frita com cogumelos de vários tipos. Você realmente sente o sabor dos cogumelos. E essa parece ser uma vantagem em estabelecimentos veganos e vegetarianos sobre os demais, os chefs conseguem tirar o máximo de proveito dos ingredientes que podem usar, dando o destaque devido a vegetais, legumes, frutas e fungos e não os colocando como coadjuvante.
Pra compensar, o jantar é uma vitamina de leite vegetal, com castanha, banana e farinha de chia. Uma receita rápida, fácil e eficaz para momentos de preguiça.
Dia 7
O Veganismo e as Relíquias da Dieta Vegana
Último dia da dieta.
Já consigo comer coisas rápidas e pequenas sem ter que me planejar ou pesquisar muito. Rotina é uma coisa imprescindível em toda e qualquer dieta.
Resolvo almoçar em outro restaurante que frequento regularmente, o VegLev. Mas dessa vez, não ficarei nas opções Lev, geralmente com frango ou peixe. A cada dia há pratos diferentes no almoço. Tenho a sorte de ir no dia que tem o Chili Vegano, prato que sempre me despertou curiosidade. Salada de entrada, mate para acompanhar e o prato chega. O chili de proteína de soja é praticamente idêntico ao original. Já as tortilhas veganas são mais gostosas e crocantes.
Para tudo no universo carnívoro, existe um substituto vegano. É possível se tornar vegano sem mudar muito seus hábitos e preferencias. O importante é saber aonde ir ou conseguir boas receitas.
Isso me lembrou de um questionamento antigo, a eterna tentativa de compreender o porquê de vegetarianos e veganos insistirem em manter nomenclaturas como ‘carne de soja’, ‘bacon vegano’ ‘omelete de tofu’. Em Nova York, por exemplo, existe até um restaurante que serve um hambúrguer vegetal que emula o sangramento da carne. Parecia masoquismo associar toda uma dieta livre de carne e ovos à carne e ovos.
Só que os veganos têm uma questão ética com o abuso e sofrimento animal. Eles não necessariamente tem problema com o sabor defumado de um grelhado. E qual é nome que se dá a um bife grelhado envolto em salada, molho e pão? Se o bife é de alcatra, costela ou mandioquinha faz diferença? E o bacon não é propriamente a barriga do porco, mas sim um processo de cura da carne que envolve temperos e tempo. Por que o mesmo não pode ser feito com produto de origem vegetal?
Além disso, muitas pessoas se tornam veganas ao longo da vida, seja por inclinação moral ou questões de saúde. Manter nomes e aspectos de comidas as quais já estão habituadas facilita o processo de conversão.
Mas acima de tudo, aprendi que eles colocam esses nomes porque não dói. Não dói chamar PTS de carne de soja. E não agride ninguém diretamente. É só um nome.
E esse foi apenas um dos aprendizados.
Mesmo a curto prazo, os benefícios de uma dieta vegana foram evidentes. Perda de gordura abdominal, a sensação de cansaço e peso após refeições é quase inexistente e uma economia financeira foram alguns deles. No entanto, é certo de que não me tornarei vegano. Eu considero o ato de cozinhar um processo químico e físico de extrema beleza, que, de certa forma, presta uma homenagem a cada ingrediente utilizado no preparo, independente da origem.
Mas esta semana vegana, comendo, vivendo e lendo sobre, me fez rever processos. Se o resultado gastronômico do ingrediente é tão importante, por que o início/origem dele não pode ser? Existem formas de comer carne que sejam menos nocivas? O que é possível substituir totalmente no dia a dia?
O experimento começou com várias questões e dúvidas e terminou com inúmeras outras. A diferença está na qualidade das questões e das dúvidas. Aquelas que se fazia por ignorância foram substituídas pelas que se faz por ter o conhecimento. E acredito que esse já seja um passo para se considerar um jovem padawan dentro desse universo.
Sendo um niilista, não acredito que essas micro-revoluções possam surtir algum efeito no mundo. Contudo, assim como a evolução humana consiste em minúsculos passos de cada vez, talvez o vegetarianismo e o veganismo sejam etapas seguintes da condição humana. E estudo apontam isso.
No momento, algumas pessoas vão continuar comendo carne, outras não. E no final, independente da crença, todas elas só querem algo que lhes traga paz de espírito.
O importante é se informar e não ser o chato que atrapalha a paz de espírito do outro.
Em tempo, compilei todos os stories da semana vegana no meu Instagram. Você pode rever tudo lá no @dimisssssssss e acompanhar os próximos, dar dicas de lugares, temas e memes engraçados.
Também agradeço à Ana, ao Pedro Henrique, ao Bertazzo e a todos os outros que foram me dando dicas e conselhos. Veganos são pessoas muito solicitas.
A seguir, tem a lista dos lugares visitados, caso queria conhecer e experimentar. Indico principalmente um jantar no Straveganzza e uma marmita do Veganetes:
GreenGo
FunFit
Brooklyn Café
Freddo
Veganetes
Viva La Vegan
Natural da Ordem
Dom Veggie
Doces e Cores
Straveganzza
VegLev
Data de Lançamento: 30 de janeiro
O ano é 1976 e um casal entra numa rota sem volta em direção ao caos e à loucura. Armando (Carlos Ramirez) é um imigrante latino-americano casado com Sonja (Gilda Nomacce). A relação dos dois passa a viver em meio a insanidade quando Sonja se debruça cada vez mais em sua gestação, querendo descobrir cada detalhe do processo de geração de seu filho Ivan. Enquanto a loucura toma conta da mulher, Armando precisa sobreviver sua realidade disfuncional e viver entre as fraturas abertas e que os cercam, obrigando-o a entender de onde parte esse delírio.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Inspirado na obra de Domingos Oliveira e no filme Todo Mundo Tem Problemas Sexuais (2008), Todo Mundo (Ainda) Tem Problemas Sexuais apresenta uma divertida e reflexiva abordagem sobre as complexidades dos relacionamentos amorosos. A trama reúne quatro histórias curtas e independentes, que exploram as delícias, os desafios e os dilemas do cotidiano das relações. Com humor afiado e sem pudores, o filme aborda temas como infidelidade, ciúmes, inseguranças e desejos, mergulhando em situações que revelam tanto a fragilidade quanto a intensidade do amor. Cada narrativa é construída com uma mistura de sensibilidade e descontração, evidenciando as particularidades dos laços humanos e suas consequências emocionais. A obra convida o público a refletir sobre as diferentes formas de amar e sobre as imperfeições que tornam os relacionamentos únicos e, muitas vezes, irresistíveis.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
(G)I-DLE WORLD TOUR [IDOL] é o registro cinematográfico da emocionante apresentação em Seul que deu início à turnê mundial 2024 do grupo de K-pop (G)I-DLE. Reconhecido como um dos grupos femininos mais influentes da quarta geração do K-pop, o (G)I-DLE conquistou fãs globais com hits como “TOMBOY”, “Nxde”, “Queencard” e “LATATA”. Desde sua estreia em 2018, o grupo acumula prêmios e consolidou sua popularidade com performances marcantes e criatividade musical. A experiência traz o público para o universo único do (G)I-DLE, destacando a energia vibrante do show, com figurinos deslumbrantes, coreografias poderosas e um setlist repleto de sucessos. A turnê “[IDOL]” reforça a conexão emocional do grupo com seus fãs, proporcionando momentos inesquecíveis e interações emocionantes. O filme é uma celebração da trajetória e do impacto global do (G)I-DLE, levando aos cinemas uma produção que combina música, dança e emoção em um espetáculo visual impressionante.
Data de lançamento: 30 janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Alma do Deserto explora os desafios de Georgina Epiayu por reconhecimento em meio a um ambiente preconceituoso. Já aos setenta anos, Georgina é uma mulher trans da etnia Wayúu que perde todos os seus documentos após ter sua casa queimada num incêndio criminoso, provocado por seus vizinhos intolerantes, que não aceitam sua presença. Atrás de afirmar sua identidade, a idosa tenta se virar para obter novos registros, agora com as devidas correções com relação ao seu gênero. O documentário de Mônica Taboada-Tapia acompanha o longo e desafiador caminho que se apresenta à frente de Georgina para obter seus direitos civis fundamentais, incluindo o de votar nas eleições colombianas. A jornada da anciã reflete as dúvidas e a luta de um grupo marginalizado a partir de um olhar sensível e de uma experiência resiliente.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Parque de Diversões aborda a trama de figuras anônimas que percorrem pelas ruas de Belo Horizonte, Minas Gerais, em busca de encontros, até que uma delas quebra o portão de um parque municipal e, a partir daí, o grupo começa a explorar o espaço vazio e proibido abrindo as suas portas para o desejo. Parque de Diversões aborda a experiência do “cruising”, um termo que descreve jogos e atos sexuais gratuitos, consensuais e anônimos praticados em locais públicos. Explorando esse universo como um território de excitação, adrenalina, segredo e alteridade, o filme reúne uma performance que aborda o corpo e as sexualidades, voyeurismos e exibicionismos, fetiches, práticas sexuais não-heterocentradas, desafiando os conceitos de identidade e gênero. Entre a poesia das imagens e a dança dos corpos, o longa-metragem traz cenas de sexo explícito, abordando sem tabus ou normas as múltiplas possibilidades do desejo.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Música e política se misturam nesse documentário sobre o processo de descolonização do Congo. Trilha Sonora para um Golpe de Estado reconstitui os últimos meses antes de Patrice Lumumba, primeiro presidente eleito democraticamente do Congo, ser assassinado em 1961. Em protesto, os músicos Abbey Lincoln e Max Roach invadem o Conselho de Segurança da ONU. Ao mesmo tempo, Louis Armstrong é enviado para o país como uma cortina de fumaça dos planos norte-americanos de depor Patrice. É a partir desse episódio, um bom representante das conexões entre imperialismo, capitalismo e jazz, que o diretor Johan Grimonprez traz o panorama das artimanhas políticas que incendiaram o contexto internacional da época. Marcado pela Guerra Fria, pelo movimento de independência pan-africanista, pelas mudanças no quadro de poder das Nações Unidas e pelas lutas por direitos civis nos EUA, o século XX e suas revoluções são o mote para um documentário ávido em entender os dilemas de uma história em disputa.
Data de lançamento:30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Viva a Vida! é uma comédia dramática brasileira que segue a trajetória de Jessica (Thati Lopes), uma jovem dedicada ao trabalho e às responsabilidades, que leva uma vida regrada e cheia de contas a pagar. Ela trabalha em uma loja de antiguidades e parece não ter tempo para si mesma, sempre colocando suas obrigações à frente de seus desejos e sonhos. No entanto, sua rotina monótona sofre uma reviravolta quando, um dia, no trabalho, ela encontra um medalhão idêntico à joia deixada para ela por sua mãe, que faleceu quando ela era ainda muito jovem. Com o coração acelerado pela descoberta, Jessica vê o medalhão como um sinal do passado que finalmente se conecta com seu presente. Determinada a desvendar o mistério, ela se junta a Gabriel (Rodrigo Simas), um homem que afirma ser seu primo, mas cuja identidade e relação com ela permanecem incertas. Juntos, partem para Israel, onde começam uma jornada em busca das origens do medalhão e das pistas que ele pode revelar sobre sua família e sua história. À medida que exploram a terra cheia de mistérios e memórias, Jessica vai se deparando com mais surpresas do que imaginava: ela encontra parentes perdidos, descobre segredos de família guardados por gerações e, no meio dessa aventura, acaba se apaixonando. O que começa como uma busca por respostas sobre seu passado, acaba sendo uma jornada de autodescoberta, onde Jessica encontra não só suas raízes, mas também um lugar onde se sente completa e feliz.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Kasa Branza, dirigido e roteirizado por Luciano Vidigal, conta a história de Dé (Big Jaum), Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), três adolescentes negros que vivem na periferia da Chatuba, em Mesquista, no Rio de Janeiro. O filme inspirado em histórias reais apresenta a relação de cuidado e amor entre Dé e sua avó Dona Almerinda. Sem nenhuma estrutura familiar, o rapaz é o único encarregado de cuidar da idosa, que vive com Alzheimer, e da subsistência dos dois. Vivendo sob o peso dos aluguéis atrasados e do preço dos medicamentos da avó, um dia, Dé recebe a triste notícia de que Dona Almerinda está em fase terminal da doença. O jovem, então, decide aproveitar os últimos dias da vida dela junto com os seus outros dois melhores amigos.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
A Verdadeira Dor, com roteiro e direção de Jesse Eisenberg, é uma comédia dramática que explora as complexidades das relações familiares e a busca por identidade. A trama acompanha David (Jesse Eisenberg), um pai reservado e pragmático, e Benji (Kieran Culkin), seu primo excêntrico e boêmio. Apesar de suas diferenças, eles embarcam juntos em uma viagem à Polônia para homenagear a avó recentemente falecida, participando de uma excursão que revisita memórias do Holocausto e conecta o grupo às raízes familiares. Durante a jornada, antigas tensões entre os primos ressurgem, transformando a viagem em uma experiência emocionalmente intensa. À medida que exploram o passado da família e enfrentam as diferenças que os separam, David e Benji são forçados a confrontar suas próprias escolhas e perspectivas de vida. Com momentos de humor e melancolia, o filme oferece uma reflexão profunda sobre memória, legado e reconciliação, equilibrando leveza e emoção em uma narrativa envolvente.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Em O Maravilhoso Mágico de Oz, a clássica história ganha uma nova adaptação, acompanhando a jornada de Ellie (Ekaterina Chervova) e seu fiel cachorro, Totoshka, após serem levados por um furacão conjurado pela bruxa malvada Gingema (Vasilina Makovtseva). Transportados para o país mágico dos Munchkins, Ellie descobre que sua única chance de voltar para casa é buscar a ajuda do poderoso Mágico na Cidade das Esmeraldas. Seguindo a estrada de tijolos amarelos, ela encontra companheiros igualmente determinados: o Espantalho, que deseja um cérebro; o Homem de Lata, que sonha em ter um coração; e o Leão Covarde, que almeja coragem. Juntos, enfrentam desafios e perigos, enfrentando forças sombrias enquanto criam um vínculo de amizade e descobrem sua força interior. Essa releitura traz uma visão encantadora e emocionante da jornada de Ellie e seus amigos, destacando temas como coragem, autodescoberta e o poder dos laços que formamos. A história é uma celebração atemporal de esperança, perseverança e magia, ideal para todas as idades.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Uma troca de lealdade coloca Big Nick (Gerard Butler) e Donnie (O’Shea Jackson Jr.) do mesmo lado numa operação perigosa. Em Covil de Ladrões 2, Big Nick está à procura de Donnie, que escapou da Europa e está planejando seu próximo plano: roubar uma carga de diamantes que equivale a mais de 800 milhões de euros do Centro de Diamantes, o prédio mais seguro da Europa Continental. Dessa vez, porém, Big Nick não está atrás de capturá-lo, mas sim está determinado a fazer parte do elaborado assalto organizado por Donnie e seu grupo, Os Panteras, deixando para trás seus dias de policial e xerife. O que ninguém imaginava era que, mergulhados no mundo complexo e imprevisível dos ladrões de pedras preciosas, o esquema deles envolveria os diamantes de outra máfia. Agora, é preciso escapar com vida de uma caçada letal com outros criminosos enquanto organizam o maior plano de suas carreiras.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
5 de Setembro, dirigido por Tim Fehlbaum, é um drama histórico que reconta o trágico Massacre de Munique de 1972 sob a perspectiva única da equipe de transmissão da ABC Sports. Durante os Jogos Olímpicos de Verão na Alemanha, a tranquilidade da Vila Olímpica é interrompida quando o grupo terrorista Setembro Negro invade o local e faz 11 atletas israelenses reféns. O que deveria ser uma celebração esportiva se transforma no maior atentado terrorista da história dos eventos esportivos. A trama acompanha os jornalistas esportivos que, de forma inesperada, precisam abandonar a cobertura das competições para reportar ao vivo os desdobramentos de uma tragédia em tempo real. Em meio à tensão e à incerteza, eles enfrentam dilemas éticos e emocionais enquanto o mundo inteiro assiste. O filme explora a transição de uma cobertura esportiva leve para uma reportagem de crise, evidenciando a pressão, os perigos e o impacto humano por trás das câmeras. Com uma narrativa intensa e emocionante, 5 de Setembro oferece uma visão diferente de um dos eventos mais marcantes da história moderna, mostrando o poder e os desafios da imprensa em momentos de crise global.
Data de lançamento: 30 de janeiro.
Data de Lançamento: 30 de janeiro
Uma lenda feita para assustar crianças malcriadas pode não ser apenas uma fábula no fim das contas. Em O Homem do Saco, uma família vive um pesadelo após serem perseguidos por uma criatura mitológica maligna, o Homem do Saco. Patrick McKee (Sam Claflin) acaba de retornar para sua cidade natal com seu filho Jake (Caréll Rhoden) e sua mulher Karina (Antonia Thomas). Quando era criança, o pai de Patrick costuma contar, para ele e seu irmão Liam, a história desse monstro que levava crianças inocentes numa sacola e as devorava. Convencido de que escapou de um encontro com o homem do saco na juventude, Patrick permanece com os traumas desse dia assombroso até os dias de hoje. Agora, a entidade parece estar de volta, ameaçando a paz e a segurança de sua família e com o menino Jake na sua mira.
Data de lançamento: 30 de janeiro.