Começar pelo começo nunca é fácil. E é por isso que a primeira decisão em torno de uma coluna é também a mais difícil: dar a ela um nome. Antes de outras angústias se anunciarem – será que vou arranjar assunto toda semana? Será que vou acertar o tom do texto? Será que vou conseguir escrever sem usar tantos travessões? –, é essa a grande questão que, unhas roídas, sobrancelhas desfalcadas, um colunista (que chique, meu deus) precisa ser capaz de enfrentar.
Primeiro, portanto, as coisas primeiras: o nome desta coluna será O Que Eu Temia Chegou. Sim, provavelmente longo demais e sonoro de menos, mas, me defendo logo, não tão cínico quanto possa parecer. É que, em sua versão original, a frase vem com um plot twist: o que Belchior temia bem que chegou, mas, contrariando todas as expectativas, não trouxe nem calamidades, nem agouros. Muito ao contrário, por sinal: agora ele estava em paz. O que ele temia havia chegado e, ainda assim, ou tanto mais por isso, agora ele estava em paz.
Pelo visto, além de gênio, Belchior era também um ansioso. Só um ansioso poderia escrever algo assim, só a um ansioso essa frase não soaria como um contrassenso. Eu sei porque ser cearense não é nossa única característica em comum – e infelizmente não estou falando da parte da genialidade. O que acontece é que, unhas roídas, sobrancelhas desfalcadas, eu também sou um ansioso.
E o que martiriza qualquer ansioso é, no fundo, o tempo. Antecipar tragédias, desenhar conversas inteirinhas em fluxogramas imaginários, gestar mágoas por semanas ou meses. Há sempre um descompasso, um desajustamento cronológico entre a realidade das coisas e a expectação das coisas. Estar no tempo presente é um desafio constante, abrir mão de buscar controlar o futuro ou desentortar o passado é tarefa quase impossível.
É nesse ponto, então, que chegamos ao título da coluna. Se a antecipação é a tortura de qualquer coraçãozinho ansioso, a atualização é o melhor (ou talvez o único) remédio. Parar, respirar, observar, escrever, tudo numa intenção de (res)sincronia entre mim e o mundo. Os textos que serão publicados aqui são crônicas apenas nesta medida: a de uma precária tentativa de acerto de contas com o tempo. Ou melhor: de um acerto de contas com o meu tempo. Não pretendo aqui escrever tratados filosóficos e, verdade seja dita, só consigo escrever sobre mim (fica o alerta).
Parar, respirar, observar, escrever. Parar, respirar, observar, escrever. Depois é torcer para entregar algo minimamente decente. E, claro, rezar para que os herdeiros dos direitos autorais do Belchior não me processem. De resto, peito aberto: que o que eu temo chegue logo de uma vez.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.