O verdadeiro Amor, o Amor de Graça

Você sabe como aprendemos a Amar? Em qual momento de nossa caminhada entramos em contato com o Verdadeiro Amor? E ainda, você sabe o que é o Amor de Graça?

Apesar de comumente pensarmos que encontraremos (ou encontraríamos) o nosso Verdadeiro Amor nos anos incríveis de nossa juventude, que o reconheceríamos de imediato porque nossas almas ressoariam em uníssono já no primeiro olhar, esse evento raramente acontece e passamos nossas vidas buscando o Amor Verdadeiro bem longe do lugar onde ele verdadeiramente se encontra.

A sociedade contemporânea supervaloriza o Amor Romântico, fazendo-nos crer que apenas este modelo de Amor nos faz felizes e satisfeitos, enquanto as demais formas, e até mesmo as mais importantes formas de Amor Primordial e que deveria se apresentar para nós como o Verdadeiro Primeiro Amor, estão passando desapercebidas e gerando problemas extremamente danosos em nossos filhos e jovens.

Temos gastado muito de nosso tempo, esforço e energia em garantir aos nossos filhos uma vida tranqüila, segura e repleta de recursos e estímulos, mas percebemos na contramão o crescimento acelerado de jovens, e mesmo  crianças passando por momentos gravíssimos de depressão, ansiedade e solidão.

Ao analisarmos a vivencia e as realidades cotidianas desta faixa etária, verificamos que possuem excelente infra-estrutura doméstica, escolas e instrutores qualificados e lamentavelmente na mesma proporção, pais ausentes.

A manutenção materialista da vida tem afastado os pais de suas proles e abrindo espaço a uma geração que não recebeu Amor de Graça de seus genitores, que passam a buscar o preenchimento deste vazio em estímulos nem sempre saudáveis, como por exemplo, o uso de medicamentos, estimulantes e até mesmo recorrendo as drogas.

O Amor de Graça, do qual nossa Alma tem necessidade vital, chega até nós através daquilo que nos é oferecido “de graça”. É o tempo gasto conosco, o afeto, o abraço, o toque, o aconchego, o olhar de validação, a presença desinteressada, o colo, o cheiro, o beijo. E quem nos agracia e nos preenche com esse Amor é a nossa Mãe e o nosso Pai… E no máximo até os 18 anos de idade… Depois disso, caso não tenhamos recebido este Amor de Graça, iremos buscá-lo em vão em nossos parceiros, em nossos relacionamentos, sempre exigindo que nos dêem aquilo que até agora não recebemos…

Mas o que fazer quando não nos foi dado esse Amor até os 18 anos e agora sentimos em nosso peito, em nossa alma esse vazio?

Felizmente sempre é tempo de sermos felizes! E agora, como adultos que somos não podemos mais permanecer na postura da criança birrenta a exigir dos outros, aquilo que meus genitores não nos deram, e passemos nós mesmos, a encher os nossos corações do mais puro e genuíno amor que é dado e sentido de graça, o Amor Próprio! Aquele que dou a mim mesma, com atitudes de respeito e muita consideração por todo sofrimento já vivenciado, e me preenchendo de perdão e compaixão, ir me preenchendo a mim mesmo, pois nesse processo de abandono amoroso, fomos vítimas. Somos inocentes!

Não nos cabe julgar ou condenar ninguém, pois sem previsões, poderemos inconscientemente reproduzir o que antes nos causou tanta dor. Sempre é tempo de ser feliz, sempre é tempo de curar nossas dores. A cada novo dia podemos reescrever nossa história resignificando nosso passado e trazendo para a nossa vida mais amor, mais carinho. E como amorosamente afirma a mestra em Constelações Familiares Olinda Guedes: “Sempre é tempo de termos uma infância Feliz!” e recomeçarmos sem tanta dor.

Por Kelly Von Knoblauch
05/09/2021 10h47