Se você tem um livro que interessa a alguém, seja para leitura obrigatória ou por prazer, pode ter certeza de que o sujeito vai dar um jeito de ir ao seu encontro para realizar o empréstimo. O mesmo jamais vai acontecer na hora da devolução do livro, se é que algum dia ela acontecerá — eu particularmente acredito que essa ideia de que as pessoas realmente devolvam livros emprestados seja uma lenda urbana, visto que não me lembro da última vez em que recebi de volta um livro que emprestei a alguém.
Mas caso o tratante resolva te devolver o livro, o mais provável é que a devolução fique sendo remarcada por meses a fio, e que ela envolva tempo e deslocamento de sua parte. Na melhor das hipóteses, vocês vão marcar um drink, um café, talvez uma ida ao cinema para realizar a devolução. Na pior, o desgraçado deixará o exemplar na portaria do prédio onde mora para que você mesmo busque em algum dia em que estiver casualmente passando pelo bairro dele.
Vejam bem, eu não estou exatamente isenta de culpa no cartório. Em 2015, eu peguei emprestado um exemplar de Reprodução, de Bernardo Carvalho, de um amigo próximo e o levei na mala para umas três viagens diferentes antes de finalmente devolvê-lo, dois anos depois, com um sorriso amarelo e sem sequer terminar a leitura – não era exatamente meu tipo de livro. O dono me cobrava com frequência, mas por sorte, minha falta de vergonha na cara não abalou muito a amizade.
Eu tenho também um hábito meio questionável de trocar livros em viagens, algumas vezes, confesso, sem que a vítima do livro trocado sequer saiba a respeito da transação. Sempre que me hospedo em algum hostel ou AirBnb dotado de uma biblioteca à disposição dos hóspedes, troco o exemplar que estiver comigo por algum outro com uma aparência de esquecido na coleção empoeirada do anfitrião — mesmo que seja em um idioma que eu sequer domine.
Nessa brincadeira, o mais comum é que eu saia perdendo. Em um AirBnb em que me hospedei em Perúgia, por exemplo, cometi o erro de aceitar trocar — dessa vez, com consentimento da dona — um exemplar de Amor nos Tempos de Cólera por um livro em italiano que, nas dez primeiras páginas, se revelou um romance água com açúcar desses de banca de revista.
Mesmo assim, não sou exatamente apegada a meus livros — a maioria deles eu empresto sem dó ou cerimônias, e só me lembro do empréstimo quando me dou conta no rombo na minha pilha de livros durante uma faxina pesada. No fim das contas, colecionar e acumular livros que nunca leremos novamente é um preciosismo meio besta, visto que livros são melhor aproveitados quando passados de mãos em mãos, até que se esqueça quem era o dono original.
Já aceitei que estou doando meus livros por aí. O calo só aperta quando me pedem algum dos meus favoritos – uma coleção de cerca de dez exemplares, a maioria de autoria de Elena Ferrante, Patti Smith, ou livros que trouxe de viagens. E esteja avisado que caso algum dia você me peça um livro desta pilha específica emprestado, vou me sentir obrigada a mentir que o exemplar já está prometido a outra pessoa, que é para não ter que dizer na sua cara que eu tenho certeza que você, como quase toda pessoa para quem eu já emprestei um livro na vida, jamais irá devolvê-lo.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.