Há alguns meses, comecei a estudar o tarot. Eu fiquei um mês de molho em casa em decorrência de um acidente doméstico e resolvi usar todo aquele tempo de repouso obrigatório para estudar, por livros e vídeos, tudo que eu encontrava sobre o oráculo – arcanos maiores, arcanos menores, a ligação com a astrologia, tipos de decks. Em cerca de três semanas, eu já tinha comprado três baralhos diferentes e passado a seguir seis contas no Instagram sobre o tema.
Minha página inicial do Youtube virou um mar de sugestões de influencers de good vibes (isso existe e é um ramo altamente lucrativo, pelo que entendi) e eu achei de bom tom dar um tempo – era hora de exercer a autocrítica. Veja bem, o tarot é lindo – sua história, simbologias, ilustrações, interpretações. Mas quando você começa a ser bombardeado por ads de lojas que vendem pedras energizadas e até mesmo de tarólogos oferecendo consultas online, talvez você tenha ido longe demais, e passado do status de pessoa mística moderada a pessoa mística sem autocrítica.
Acho que é seguro afirmar que mundo tem um ou vários amigos meio místicos em 2019. Afinal, a facilidade de encontrar informações sobre todos esses temas chega a ser absurda se pensarmos que tínhamos que comprar revistinhas do João Bidu pra calcular qual era nosso signo ascendente no ensino fundamental. Além disso, temos que colocar nessa conta o sucesso de livros sobre a lei da atração, que quando mal interpretados, são a desculpa perfeita pro jovem místico (às vezes nem tão jovem assim) que não quer assumir as responsabilidades sobre as próprias decisões. Mas para o bem de nossas interações cotidianas, é importante saber diferenciar a pessoa good vibes inofensiva da pessoa da pessoa mística sem autocrítica. Veja bem, não é que a pessoa mística sem autocrítica seja ruim – ela só está um pouco empolgada demais e ainda não conseguiu maneirar seu recém adquirido interesse por esoterismo e encaixá-lo no momento certo das conversas, então ela acaba sendo meio sem noção. Até aí tudo bem. O problema é quando a pessoa mística sem autocrítica usa seus conhecimentos recém adquiridos no EAD de misticismo da universidade do youtube pra extrapolar a barreira do bom senso e justificar qualquer arroz queimado com karma de vidas passadas.
A pessoa mística com bom senso, por exemplo lê o horóscopo da Susan Miller, faz piadinhas sobre mercúrio retrógrado e confere em sites de astrologia se o signo dela bate com o do parzinho. A pessoa mística sem autocrítica, por sua vez, justifica suas falhas de caráter com o posicionamento da lua no seu mapa, tenta ligar qualquer pequena desventura normal da vida adulta a algum trânsito astrológico e tira conclusões precipitadas e preconceituosas sobre a personalidade de um desconhecido com base apenas no signo solar dele.
Quando o assunto é energia, a pessoa mística com bom senso acredita que ser legal com as pessoas é sempre uma boa ideia, evita discussões que não levarão a nada, e acha que um banhozinho de sal grosso com arruda de vez em quando não faz mal a ninguém. O místico sem autocrítica, por sua vez, se acha totalmente capaz de distinguir o “padrão vibratório” de pessoas que mal conhece, julga com força os amigos quando eles cometem cagadas na vida pessoal – como se eles próprios fossem anjos espirituais sem defeitos -, mas quando são eles os autores das cagadas da própria vida, acreditam que foi uma lição do universo para a evolução pessoal deles.
Não sei bem quais são os primeiros sinais de que uma pessoa está cruzando a linha entre o misticismo saudável de ter uma rotina de pensamentos e atitudes good vibes para ter um dia a dia melhor para a linha perigosa da pessoa que evita a companhia amigos que estão passando por maus bocados para que não “baixem suas energias”, mas na dúvida, dê uma olhadinha nesta página criada pra debochar sobre esse tema (acho inclusive que o termo “jovem místico nasceu aí). Caso você se identifique com muitos prints que eles publicam, talvez esteja na hora de dar uma maneirada na leitura de auras alheias e ir ler sobre outro tema por uns tempos.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.