Eu acordei com uma baita dor de garganta e minha amiga ligou dizendo que, por um imprevisto, não poderia ir ao show do BaianaSystem comigo. Quase não fui também. Que erro, irmãos! Quase perdi o melhor show da minha vida.
Pela primeira vez em Curitiba, a banda pode ter se surpreendido com o público que encontrou: longe de uma recepção calorosa como a dos fãs baianos, mas muito distante daquela típica plateia curitibana, conhecida pela maioria dos músicos como a que interage pouco e canta timidamente. Aos gritos convocatórios de Russo Passapusso, o público da festa de encerramento do festival de criatividade urbana Subtropikal pulou-muito-o-show-inteiro. Não sei vocês, mas essa Curitiba eu raramente vejo.
Com uma hora e meia de “cabeças pensantes a serviço da arte dançante” (como o próprio vocalista gosta de descrever a banda), o Baiana System levou rock, samba-reggae, chula, samba duro, axé, pagode, arrocha, hip-hop, samba do recôncavo e os graves do sound system jamaicano (ufa!) para a Ópera de Arame. Arriscaria dizer que só mesmo uma mescla assim de ritmos diferentes para trazer alguns destes gêneros pela primeira vez àquele teatro.
Aliás, os arcos elegantes da Ópera de Arame, que sempre ajudam a compor o cenário, viraram meras estruturas suportando o palco, que deu lugar a um show de projeções hipnotizantes, com fotografias em p&B e corpos mascarados dançantes, referência aos “caretas”, personagens tradicionais do Carnaval da Bahia, já bem conhecidos pelos vídeos e identidades gráficas do Baiana.
Quem só conhece o segundo disco da banda (“Duas Cidades”) pelo Spotify não imagina a potência do som dos caras em cena. E não falo da potência da guitarra, da percussão, dos instrumentos propriamente ditos, mas da presença de palco dos artistas, desde a interação com o público ao peso das críticas sociais quando gritadas ao vivo por Passapusso. Tudo é amplificado, intenso e genuíno. O single “Terapia” de 2013, por exemplo, toma uma nova forma na performance ao vivo, muito mais animada, muito mais dançante. Com a presença dos DJ, o mesmo aconteceu com as já agitadas “Lucro: Descomprimindo”, “Duas Cidades” e “Playsom”, que ainda por cima fizeram todo mundo esquecer que havia cadeiras no teatro. Não vi ninguém sentado.
Energético, político e plural. Em um país de tantos contrastes, BaianaSystem não causou nenhuma estranheza ao trazer faces da Bahia à Curitiba, pelo contrário: se sentiu em casa e fez sua primeira passagem pela capital ser memorável. Que o sucesso crescente não demore muito para trazê-los de volta. E que sejam sempre recepcionados pelos mesmos e novos (raros) corpos dançantes em transe coletivo como os de ontem.
Texto por Sofia Ricciardi, especial para o Curitiba Cult
Data de Lançamento: 02 de janeiro
O ano é 1978 e o Camboja, que foi renomeado como Kampuchea Democrático, está sob o domínio de Pol Pot e do seu Khmer Rouge há três anos. O país está economicamente devastado e quase 2 milhões de cambojanos morreram durante um genocídio ainda não declarado. Três franceses aceitaram o convite do regime na esperança de conseguir uma entrevista exclusiva com Pol Pot – um repórter que conhece o país, um fotojornalista e um intelectual que se sente próximo da ideologia revolucionária. Mas à medida que descobrem uma realidade diferente por trás da propaganda e recebem tratamento especial por parte do regime, todas as suas convicções são gradualmente viradas de cabeça para baixo.
Data de Lançamento: 02 de janeiro
Uma nova adaptação do clássico do terror, Nosferatu é um conto gótico sobre a obsessão de um terrível vampiro por uma mulher assombrada. A história se passa nos anos de 1800 na Alemanha e acompanha o rico e misterioso Conde Orlok (Bill Skarsgård) na busca por um novo lar. O vendedor de imóveis Thomas Hutter (Nicholas Hoult) fica responsável por conduzir os negócios de Orlok e, então, viaja para as montanhas da Transilvânia para prosseguir com as burocracias da nova propriedade do nobre. O que Thomas não esperava era encontrar o mal encarnado. Todos ao seu redor lhe indicam abandonar suas viagens, enquanto, longe dali, Ellen (Lily-Rose Depp) é continuamente perturbada por sonhos assustadores que se conectam com o suposto homem que Thomas encontrará e que vive sozinho num castelo em ruínas nos Cárpatos. A estranha relação entre Ellen e a criatura a fará sucumbir a algo sombrio e tenebroso?