Airô Barros: “Eu quero passar uma mensagem, não quero cantar nheco-nheco”

Ainda era começo de outono quando a poetisa, cantora e compositora Airô Barros esbanjava seu sorriso e carisma como uma boa pernambucana. Natural de Capoeiras, a artista expressa sua ancestralidade e devoção em seu canto e escrita. “Eu gosto muito desse passeio entre a música e a literatura. É um casamento perfeito. Elas se completam. Eu não acho que a música tenha mais importância, ou a letra menos. Elas se enriquecem juntas”, sobrepõe a mulher nordestina criada na tranquilidade da zona da mata.

Foi no sítio “Pau Ferro” onde Airô teve sua essência moldada. Neta de Manoel Grande, principal referência masculina em sua trajetória; Airô teve durante o processo de gravação de seus dois discos – “Terra em Transe” e o mais recente “Pausa”– a visceralidade de diversos homens, dos quais, possibilitaram o lançamento de suas obras: Jean e Paulo Garfunkel, Roberto Diamanso, Jorge Camargo, Gladir Cabral, Silvestre Kuhlmann, Fernando Merlino, entre outros. São amigos, compositores e parceiros que Airô nutriu ao longo do processo de concepção de seus discos. “Eu escolho as músicas pela poesia. Pra mim, é fundamental aquilo que eu digo. Eu quero passar uma mensagem, não quero cantar nheco-nheco. Tem que ter sentido, passar uma mensagem, trazer alegria e fazer as pessoas se sentirem bem. Senão, que graça tem?”, ensina a cantora que define o canto como alimento para a alma. “Recitar poemas e cantar é arretado demais da conta”.

Caçula da família, da infância até o atual momento de sua complacência autoral, Airô tem diversas peculiaridades que poucos artistas têm atualmente. Sabe do reconhecimento e importância de cada um deles na conjuntura de sua obra. Rememora, sempre que necessário, as curiosidades e motivos onde cada um deles se entrelaçaram em sua bagagem musical. As raízes de Airô estão além de harmonias e arranjos. Desde que se mudou para Curitiba, fez questão de ter o seu jardim, onde também se cultiva e nutre há cada dia.

Na capa do disco “Terra em Transe”, a arte figurativa, de sua autoria, retrata o sangramento da terra, onde há cada queimada o verde é encoberto pelas cinzas. Já em “Pausa”, a foto feita pela própria artista, convida o ouvinte para entrar em seu jardim, local de produção da foto e onde Airô cultiva 14 rosas, o mesmo número de faixas deste disco.

 

Sem título

“No caminho que levava até o sítio do meu avô, eu sempre parava para observar uma grande árvore, um Pau Ferro. O vizinho, dono do terreno onde ficava a árvore, resolveu derrubá-la. Meu avô, Manuel Grande, quando soube de sua intenção, não permitiu. Negociou e comprou o terreno. Pagou um valor três vezes maior, mas o Pau Ferro continua lá, inabalável e fazendo história em toda região”.

ENTREVISTA

Curitiba Cult: Você é rodeada de diversos homens na trajetória da sua carreira. Dentre elas, uma das figuras emblemáticas e de extrema carisma, o Dominguinhos. Como se deu seu contato com ele?

Airô Barros: Eu conheci o Dominguinhos em 1994. Eu sempre fui apaixonada por ele e pelo que representava para todos nós nordestinos, com sua maravilhosa música. Teve um show dele na USP, um programa da TV Cultura. Eu fui com a minha família. Após o show, atrevida como sou, fui atrás dele. Cheguei falando que eu era de Pernambuco e que eu gostaria que ele conhecesse o meu trabalho. Dominguinhos pediu um papel, anotou seu endereço residencial e me deu. Simples assim! Nem acreditei. Dias depois, peguei meus guardadinhos de poemas, alguns recortes de entrevistas que dei à jornais, o LP do Festival de Música do Industriário do Nordeste, onde conquistei o primeiro lugar, e fui à casa dele. Toquei a campainha daquele sobrado. O próprio Dominguinhos abriu a porta. Ele se sentou na escada, na maior simplicidade do mundo. Começou a folhear meus escritos, olhar o encarte do disco e conversamos sobre os amigos que tínhamos em comum. Uma das pessoas mais generosas que eu conheci na minha vida. Eu fiz três shows com ele, uma liberdade no palco que ele te dava… Uma coisa de louco. Quando ele viu e ouviu o meu trabalho ficou espantado pela bagagem e disse que já tinha passado da hora de eu gravar um disco. Dominguinhos foi a primeira pessoa que me incentivou a fazê-lo. Disse que teria prazer em ceder uma canção sua para compor o repertório do disco e inclusive me colocou em contato com seus empresários (Codó e João Cícero). Quando eu estava preparando o repertório para o Terra em Transe, lembrei-me da promessa dele, procurei o João Cícero, que me informou que Dominguinhos estava hospitalizado há algum tempo. Achei melhor não incomodá-lo. Nos encontramos depois em um show, o presenteei com o “Terra em Transe”, e ele reclamou por não ter nenhuma música sua no cd. Combinamos que no segundin não faltaria. Infelizmente, ano passado, quando gravei o “Pausa”, ele já não estava mais entre nós. Até falei com o Eraldo Trajano, que tentou falar com a família do Dominguinhos para que liberassem uma música, mas não conseguimos.

Falando sobre o disco e outro homem da sua trajetória, Roberto Diamanso, teu parceiro desde de o “Terra em Transe”. É o cara que de fato te fez ir para estúdio?

Sem dúvida! Quando eu comecei o processo de concepção do “Terra em Transe”, o Diamanso, talentoso menestrel alagoano, uma pessoa espetacular, um cantador que gosta de cantar em praça pública, de estar perto do povo e que possui um coração do tamanho do mundo. Um cristão como poucos, um poeta. Ganhou em 2008 o Troféu Cata-Vento de Melhor Música Regional do Programa “A Nova Música do Brasil” – Solano Ribeiro. Ele insistia para eu gravasse logo o disco. Eu estava sem dinheiro e um belo dia ele chegou perguntando se eu tinha crédito na praça. Eu disse que sim, mas que não gostava de fazer dívidas. Quando eu fui pra Índia, eu fiquei traumatizada com cartão de crédito. Fiquei um bom tempo presa à parcelamentos. Gastei demais lá! Imagina, se eu morrer amanhã? Vou deixar dívidas pra outros pagarem? Eu falo isso sempre brincando, mas é sério! Diamanso tinha um amigo que era dono de um estúdio. Esse amigo precisava comprar uns equipamentos pra ampliar seu estúdio. E se eu assumisse essa dívida, ele transformaria meu crédito em horas de estúdio. Topei! Fomos à Rua Teodoro Sampaio, fizemos a compra e eu sai da loja com 56 horas de estúdio. Tive que pagar poucas horas, além dessas, para concluir o cd. “Terra em Transe” E o “Pausa” o mais recente foi feito em três dias e meio.

Mas, ainda falando sobre o “Terra em Transe” e seus parceiros. Robson Russo e os irmãos Garfunkel, qual a relação que existe entre eles neste disco?

Eu conheci o Robson Russo através de um grupo que ele participava. O “Poetas Urbanos”. É um violeiro maravilhoso, além de grande arranjador. Ele fez todas as violas do “Terra em Transe”. Já tocou com o Claudio Lacerda e muita gente boa por aí. E foi no cd dos “Poetas Urbanos” que ouvi “Mazzaropi”. Liguei pro Russo, e disse que a queria no meu disco. Tava doida pra gravá-la. Daí ele me deu o contato do Jean Garfunkel, um dos compositores, e me disse que ele tinha um estúdio na Vila Madalena. Liguei lá, e me passaram pra ele. Me apresentei, disse do meu interesse, falei das dificuldades financeiras, se ele podia liberar sem eu ter que pagar, porque ia ficar muito alto todo o custo do cd…que era uma produção independente e, dependente da boa vontade e generosidade de todos os compositores. Ele disse que queria me conhecer e falou que não passava música pra ninguém sem conhecer antes e perguntou se eu poderia ir ao estúdio. Eu fui na mesma hora. Cheguei com algumas coisas minhas, levei o LP do festival, conversamos uns 20 minutos e ele liberou. Como a música já estava editada, fizemos a tramitação com a gravadora na época e deu tudo certo. Paguei apenas as despesas administrativas. Jean é muito gente boa!

Já há algum tempo, eu ouvia no som do carro um cd do Renato Braz. Nele havia uma música que era a minha favorita: “Cruzeiro do Sul”. E voltando para casa naquele dia, lá estava eu novamente ouvindo-a. Eu não andava com a capa do cd no carro, e sempre que chegava em casa, esquecia de olhar de quem era a música. Já tinha decidido que também tentaria gravá-la. Disse a mim mesma: De hoje não passa! Quando eu chegar, verei de quem é essa música e tentarei descobrir o contato do compositor, ou compositores.  Eu cheguei em casa, peguei a capa do cd, e fui ver de quem era afinal aquela obra-prima. Caramba! Não acredite no que vi. “Cruzeiro do Su”l (Jean e Paulo Garfunkel). Eu comecei a rir, de forma descontrolada. Inacreditável! Parti da máxima, bom, o não eu já tenho, buscarei o sim! Liguei de novo no estúdio do Jean, expliquei pra secretária a incrível coincidência. Comentei que ouvia e cantava aquela música sempre no carro, já há vários meses. Ela disse pra eu voltar lá. E, novamente, saio eu do Pacaembu pra Vila Madalena. No meio do caminho a secretária me liga e diz pra eu ir com calma porque ele ia liberar também “Cruzeiro do Su”l. Tudo isso aconteceu em menos de duas horas. A gente riu muito. Ele disse que tava honrado em ter duas músicas deles no meu disco. Imagina! Quem estava honrada era eu. E depois disso muitos encontros com ele. Figura apaixonante!

O “Terra em Transe” tem melodias e arranjos muito bem construídos. E a percussividade das faixas são muito bem elaboradas. São devidamente construídas em todo o arranjo…

O Jica, talentosíssimo, que tocou muito tempo com o Tarancón fez a maior parte da percussão e dos efeitos sonoros, mas tivemos também a participação do Zito do Trio Sabiá, na zabumba, além do Roberto Diamanso tocando triângulo e chocalho e o Silvestre Kuhlmann também tocou alguns instrumentos de percussão. Todos os violões, cavaquinho e bandolins foram tocados por ele. Inclusive, foi também o produtor e arranjador do cd. Temos o inigualável Cézar do Acordeon tocando seu instrumento em algumas faixas, o Daniel Cavalcanti as flautas transversais e o Alexandre Viriato o baixo acústico. Nos vocais, os afinadíssimos Daiane e Toninho Neto. Como primeiro disco, fiquei bem satisfeita com o resultado.

Você construiu laços muito importantes ao longo da sua vida. Isso se dá muito pelo fato da sua criação. Tanto que em seus escritos é nítido essa referência…

É importante a gente valorizar nossas raízes, de onde a gente veio, se orgulhar do que nós construímos para a história da gente, todos nossos passos. Meu avô, pai da minha mãe, morou em casa de taipa, era agricultor, fazia sua própria farinha e vendia o que sobrava. Faziam mutirões entre os familiares e vizinhos. Lembro-me, eu era bem pequena, e ajudava a descascar a mandioca até tarde da noite, para que os adultos, de madrugada fossem para a casa de farinha ralá-las e concluir o trabalho fazendo finalmente a farinha de mandioca Tudo isso está na minha memória afetiva. Dessas memórias, veio a inspiração e escrevi o poema “Sertanejo”, que inclui no primeiro cd. Depois, brilhantemente, o Gladir Cabral o ampliou, musicou e mudamos o nome para “Palha do Coqueiro”.

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Que faz parte do disco “Pausa”. E outro homem que te acompanha neste disco. Inclusive, esta faixa, também com a presença de Jorge Camargo. Como se deu essa dobradinha?

Eu e Gladir somos cristãos. Jorge Camargo também. Além de professor de literatura, Gladir é pastor presbiteriano. Uma pessoa comprometida com a justiça, a igualdade, a tolerância e o amor. Eu me apaixonei pelas composições dele, bem antes de conhecê-lo. Sua maneira de escrever e de se expressar, me encantam. Eu sonho, poder um dia, fazer um disco só com as composições dele. Em 2007 fui convidada pelo Diamanso para um trabalho, em Brasília. Ao chegar lá, Gladir também estava. Foi uma grata surpresa. Dei-lhe um abraço de cinco minutos e falei da minha admiração e gratidão por seu trabalho. Num dado momento, Gladir nos apresenta uma música que acabara de fazer. Era “Terra em Transe”. Nisso eu pensei: Pronto esse será o título do meu cd. Assim que Gladir acabou de tocar a música, eu me aproximei e de chofre, pedi que liberasse a música para eu gravar. Que seria a música título do cd. Ele nem titubeou, liberou na hora. E assim, cada vez mais nossa amizade, respeito e carinho só tem crescido.

Já Jorge Camargo, conheço-o, pessoalmente, de longa data. Desde 1991. É um compositor diferenciado, ousado e único. Em 2011, fizemos um sarau na casa dele. Naquela ocasião, sugeri que ele dedicasse tempo e atenção as suas parcerias com Gladir. Que eles juntos são imbatíveis. Ele, por sua vez, sugeriu que o meu próximo cd fosse produzido pelo Fernando Merlino. Comentou um pouco da bagagem musical dele, que toca com Chico Buarque, Gilberto Gil, Carlinhos Lira, Luiz Melodia, somente para citar alguns. Naquele momento, eu estava sem grana, estava, literalmente, sobrevivendo da música. Show aqui e ali, alguns bares, enfim. Mas fiquei com aquilo na cabeça. Em 2012, mandei uma mensagem pro Merlino e ele foi uma gracinha, muito gentil. Mas com a grana curta eu tive que fazer uma pausa. Tanto é que esse é o nome do meu segundin. E quando Gladir gravou Pausa, eu disse pra ele que também queria gravá-la e que novamente colocaria uma música dele como título do meu trabalho. Em 2014, eu fiz um jardim, e eu cultivava lá todos os dias as minhas esperanças.

Fui fechando os valores, falando com amigos, e o Carlinhos Veiga, sugeriu que eu fizesse um financiamento coletivo. Fiz, mas com o pé atrás. É complicado criar expectativa, acreditar que as pessoas do seu círculo de amizade, parentes, etc., irão lhe apoiar num projeto de vida…e de repente, perceber que isso não ocorre. É frustrante! Foi frustrante! E diante da falta de envolvimento de vários amigos, parentes e ditos admiradores, tive que dar meu jeito. Afinal, já havia assumido compromissos financeiros e precisava honrá-los. Com o Merlino, com os músicos, com o estúdio…enfim, com o projeto. Conversei com minha grande amiga e gerente da conta Rebeca Stella. Consegui o empréstimo, vendi o carro, juntei com o que arrecadei no financiamento coletivo do Catarse e, felizmente, honrei todos os meus compromissos.
Sonho e quero viver da minha música, da minha arte. Mudei para Araucária, onde o custo de vida, em relação a São Paulo, é menor.

Quero enfatizar que tenho consciência do grande privilégio que foi ter o Fernando Merlino produzindo o cd, escolhendo os músicos, escrevendo carinhosamente cada arranjo, além de tocar o piano. E além de tudo, sabe comandar, traz leveza e riso para o estúdio, que em alguns momentos poderia ser pesado e enfadonho. Com Merlindrin, não corremos esse risco!

Eu sei de gente que o contratou no ano passado e, por incrível que pareça, até agora, não pagou pelos serviços dele. ISSO É UM ABSURDO!!! Como é que faz uma coisa dessa! Eu até gostava dessa pessoa, mas depois que soube disso, cruzes!!! Já não gosto mais. Merlino é um gênio. E além de merecer todo nosso respeito e admiração, também merece que seu trabalho seja pago! Não é justa nem correta uma atitude dessa!

É evidente o trabalho de Merlino neste disco. Diferente do anterior, onde a percussão estava muito presente. Em “Pausa” as impressões são outras…

Exatamente, o Merlino tem um cuidado todo especial com cada detalhe. É minucioso. Você consegue ouvir todos os instrumentos. Você percebe uma nova essência ao ouvir o disco novamente. Se cria uma relação com o CD. A presença luxuosa do querido Jaime Alem, fazendo todos os violões e viola. A inconfundível guitarra do Léo Amuedo, que toca com o Ivan Lins, a sanfona do Zé Américo Bastos, que foi maestro de Elba Ramalho por muitos anos, o Bororó que fez os baixos. Ele é uma graça. Aos poucos lançaremos os vídeos das gravações no estúdio. Ver Bororó tocando é lindo demais. Eu não deixava ele sentar. Ele tocando de pé, é performático. O Pantico Rocha, que fez todas as baterias e grande parte da percussão. O João Bani, uma graça de pessoa, que também fez a percussão, o cello do Luciano Correia que é da Orquestra Sinfônica Brasileira. Nas flautas, o Julio Merlino e o Daniel Garcia. Além da preparação vocal de Ricardo Ribeiro e o Alexandre Hang como engenheiro de som. Um time de encher de orgulho qualquer pessoa.

E selecionar estas músicas para o disco, foi complicado? Porque, eram 40 inicialmente. E você chegou em 14…

Cara, foi um parto. Eu recebi muita coisa boa que eu queria gravar. Cheguei até a pensar em fazer um cd duplo. Mas cadê dindin? Grandes compositores que deveriam ocupar o horário nobre das rádios e canais de tv em todo Brasil e fora dele. Trazer qualidade e dignidade para a nossa música. Trazer conteúdo. Não vou citar nomes. Sempre evito fazê-lo, para não correr o risco de esquecer algum.

À princípio, seriam apenas 13 faixas. Thiago Viana é um amigo querido, um grande compositor e instrumentista. Ele fez uma canção, em parceria com Mário Coutinho, que eu já havia escolhido para estar entre as 13. A bela canção “Na Janela”. E aí, conheci Ricardo Ribeiro, paraibano que mora aqui, e duas de suas canções. A letra de “Pessoa Rara” que ele fez pra mãe, é lindíssima. E “Arribaçã” fala muito sobre minha terra, é meu canto. Peguei e mandei pra Merlino. Comentei que acabara de conhece-las e que estava dividida. Ele ouviu todas novamente e disse que aquelas duas não podiam ficar de fora. E sugeriu que eu tirasse “Na Janela”. E que gravasse 14, e não 13 faixas no cd. E assim foi feito.

E no envolto de todas estas pessoas, quando é que você deixa Airônete pra trás e passa a se chamar Airô?

Você é muito perspicaz. Foi um ex-noivo. Marcos Almeida. Meu primeiro noivo, porque eu tive vários…risos… É muito bom ser livre! Quero continuar sendo. Se eu encontrasse alguém que, como eu, tivesse esse mesmo desejo de liberdade e aceitasse fazer uma experiência de compromisso, fidelidade, parceria…mas em casas separadas, como eternos namorados numa relação que não corre o risco de cair na rotina, que não corre o risco de desenvolver o sentimento de posse, coisa que corro à léguas. Tenho certeza que relacionamentos assim tem muito mais chance de darem certo. A liberdade é fundamental. Enfim, voltando ao Marcos, quando eu o conheci entre 1978 e 1979, eu tinha apenas 16 anos…e ele já queria casar-se…fiquei assustada e fugi do compromisso. Foi ele que carinhosamente me deu o apelido de Airô. Ele se foi e o apelido, que eu adoro, ficou!

Por Lucas Cabana
19/07/2016 10h34