Mulher em fúria no corpo de um homem com olhos marejados de lágrimas: um pouco de Johnny Hooker em Curitiba

Era 1 da madrugada quando o pernambucano Johnny Hooker subiu ao palco para tirar o fôlego do público presente no Music Hall, mas antes disso ele já tinha recebido a nossa equipe no camarim para um papo gentil e extremamente agradável, atmosfera bem característica daquele tipo de artista que aquece o coração da gente.

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No camarim, Johnny Hooker recebeu nossos repórteres. Entrevista em vídeo ainda essa semana aqui no site.

Para quem ainda não conhece o artista, nós adiantamos: vale muito a pena! Vencedor do Prêmio da Música Brasileira como Melhor Cantor na categoria Canção Popular, Hooker também é compositor, roteirista e ator, e o Brasil já teve a oportunidade de conferir uma dessas suas facetas no personagem Thales Salgado, da novela global Geração Brasil, interpretado por ele em 2014.

Mas o que realmente queremos falar sobre Johnny vai além dos pontos técnicos e profissionais que o artista domina – só quem já ouviu a voz que a garganta rasgada dele emite pode compreender do que estamos falando. Johnny Hooker faz parte de um seleto grupo que, mesmo em tempos tão controversos e com manifestações conservadoras em ascensão, resiste e leva a público o desbunde geral da discussão política sobre as relações de gênero, e também sobre as diversas formas de expressão do amor, temática sempre presente em suas músicas e clipes, como “Amor Marginal”, que inclusive foi trilha da novela Babilônia, também da Rede Globo.

Quando subiu ao palco com os olhos pintados, uma malha rendada tranparentíssima e ultra sensual e começou o show com a música “Eu vou fazer uma macumba para te amarrar, maldito”, Johnny Hooker arrebatou até mesmo os corações mais descrentes. Com letras à flor da pele a respeito das relações conflituosas e sobre tudo aquilo que nós sentimos quando “alguém não nos procura nem mais para saber se existimos”, o artista arrancou de nós todas aquelas mágoas atravessadas e nos faz reviver até mesmo aqueles sentimentos que escondemos de nós mesmos por puro medo de senti-los. Hooker não só nos encorajou a encará-los de frente, mas também a viver o suficiente para aprender com a experiência o que cada um deles significa.

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Johnny Hooker lacrando no palco do Music Hall. Foto: Igor Francisco/ Curitiba Cult

E, como se não bastasse tudo isso, o artista ainda cumprimentou Curitiba com um sonoro “Fora, Temer!”, que foi seguido pelo apoio no coro de todos os presentes. Johnny, não saberemos mais lidar com a vida depois de tê-lo por aqui. Obrigado!

Ainda essa semana, acompanhe a entrevista exclusiva que o Curitiba Cult fez com o cantor.

Por Igor Francisco
29/05/2016 18h24