Ah, e uma senhora de 60 anos também! Ontem eu fui a uma das exposições da Bienal de Curitiba 2015 e, de quebra, levei meus dois sobrinhos e a minha mãe — acreditem, esta informação é relevante.
No sábado, antes de ontem, eu visitei a Bienal no Museu Oscar Niemeyer com alguns amigos e fiquei encantado com as instalações deste ano, tendo em vista principalmente o tema escolhido para o evento: Luz do Mundo. Levando em consideração todos os estímulos que as obras possibilitam, principalmente os visuais, tive certeza de que as crianças amariam tudo. Logo, voltei com elas e com a minha mãe no domingo.
Passeando com eles por lá me dei de conta: caraca, as pessoas precisam ouvir a opinião destes minicríticos. Então, cá estou!
Mais de 10 lugares na cidade estão recebendo a Bienal, incluindo o MON — local onde se passa este relato —, o Museu Municipal de Arte (MUMA) e o Palacete dos Leões, por exemplo. Do famoso “Museu do Olho”, escolhi sete produções que te convencerão a dar aquela passadinha por lá. O critério: a análise dos meus sobrinhos e da minha mãe. Lá vai:
Fomos primeiro à sala 2 e nos deparamos com as obras dos estadunidenses Dan Flavin e Doug Wheeler e a tendência minimalista presente no trabalho de ambos, que é exposta através do tema principal da Bienal, a luz. As duas obras com que tivemos contato não podiam ser fotografadas, mas achei imagens na internet (amo a internet <3 ) e disponibilizei aqui para vocês, ó.
Dedicada para Helen (sei lá quem é Helen, e juro que pesquisei), esta obra consiste em lâmpadas fluorescentes azuis, verdes e amarelas dispostas em uma espécie de degradê. A peça possui mais de 2 metros de altura.
Ao se deparar com esta peça, minha mãe não se conteve: GENTE, QUERO UMA DESSAS NA MINHA SALA!
Para visualizar a segunda obra, de Doug Wheeler, tivemos de calçar botinhas descartáveis por cima de nossos sapatos porque a sala consiste em um cubo completamente branco, cujas junções entre as paredes, o teto e o chão formam uma espécie de “fundo infinito”, causando aos visitantes a impressão de que o local realmente “não tem fim”, ou seja, a impressão é de uma profundidade infinita.
Em uma das paredes um quadrado branco se ilumina em forma de moldura, transformando a atmosfera que, por causa da instalação, beira o celestial.
Minha mãe sobre a obra: estou com as pernas moles, deu tontura, quero sair!
Meu sobrinho Miguel:
– Tio, a gente vai passar por aquela porta?
– Aquilo é uma parede, Miguel.
– Ah, tá!
Logo após esses dois ambientes, chegou a hora de nos depararmos com a produção encantadora da sul coreana Jeongmoon Choi. A obra consiste em um fio 100% algodão, sem cortes, que desenha diferentes formas em um espaço iluminado com luz negra. Esta eu pude fotografar, UEBA!
Ao entrarmos na sala, Miguel, do alto de seus 6 anos, destaca: NOOOSSA, TIO, TAMO EM UM UNIVERSO “PALALELO”. Gargalhei!
Depois de um tempinho admirando o encantamento das crianças, passamos para o último espaço daquela parte da Bienal, a fim de nos encontrarmos com Helga Griffths e a sua IMPRESSIONANTE instalação “Análise de Identidade”.
Uma aspiral suspensa por uma rede de nylon exibe tubos de ensaio fluorescentes em uma sala escura e rodeada por espelhos. No líquido dos tubos encontra-se o líquido do DNA da artista, e os tubos também formam o desenho de parte do código genético de Helga. Sensa, né?
A Julia, obviamente, não resistiu: dá vontade de beber essa aguinha, né, tio?
SOCORRO!
Após este primeiro momento sensacional, fomos ao olho. Quando eu falei que entraríamos no olho a primeira pergunta foi: a gente vai se sujar de sangue, tio? Ri pra trás e disse que não. (Pensei em mentir e assustá-los, mas desisti haha).
Chegamos lá e, mais uma vez, fomos surpreendidos. O ambiente totalmente escuro com obras por todos os lados deixou as crianças um pouco receosas, mas, aos poucos, elas foram se entregando e experimentando cada estímulo.
As obras de Julio Le Parc, artista homenageado nesta edição da Bienal, são singulares, cósmicas, siderais e até mesmo fantasmagóricas. Assim que subimos as escadas nos deparamos com uma foto do artista projetada e vibrando sem parar, o que chamou a atenção da minha sobrinha:
– Olha só, o gordinho não para de se mexer!
COMO NÃO AMAR, GENTE?
Desta parte da exposição eu gostaria de citar tudo, mas destacarei apenas 3 de todas as obras maravilhosas que estão por lá.
A foto abaixo ilustra a obra Lumière Alternée. Nela, fachos de luz incidem sobre a superfície, alternando o movimento. Veja só a referência feita pelo minícritico Miguel:
– Aqui que é o show, tio? Parece aquelas luzes de show!
A segunda obra da nossa curadoria infantil é a Mobile Sphere ou, como diriam os meus sobrinhos, o “coraçãozão” – suspeito que foi a cor vermelha deste conjunto de lâminas suspensas que os levaram a fazer a comparação. De qualquer maneira, sendo uma esfera ou um coração, eles adoraram, e eu, tiozão, também!
Vocês não sabem, mas eu tenho um grau leve de labirintite, o que desde de pequeno me faz enjoar até jogando vídeo game. Sim, é um horror.
Estou contando isso porque, quando entrei no espaço reservado para a instalação Lumière en Vibration, quase morri. Fiquei tontão e só cuidei para não perder os meus sobrinhos pelo labirinto de telas suspensas que parecem vibrar por causa da maneira como a luz se movimenta e incide sobre elas.
“Tio não me pega, tio não pega!”, caçoava a pirralhada.
Realmente, Julio Le Parc merece a homenagem. O pouco que vi da obra deste artista me surpreendeu, instigou, me fez questionar algumas coisas e refletir sobre outras. Se a arte não se presta a minimamente nos fazer questionar a realidade, ela não é arte, é manutenção do que poucas pessoas – aquelas que têm acesso à produção de renomados artistas – dizem ser belo. Aliás, sobre isso, sugiro a leitura do livro “Arte, inimiga do Povo”, de Roger L. Taylor. (Um pouco de cultura para essa gente, diria Debóra, migona da Mc Melody dos falsetes <3)
Se levarem crianças, segurem todas pela mão porque, eu juro, se eu não tivesse feito isso nesta visitinha que acabei de narrar, não teria mais exposição no MON. Sim, crianças sendo crianças.
Agora, para finalizar, uma foto minha com essa turminha que apronta altas confusões (e que ama ser fotografada).
Bienal Internacional de Curitiba 2015 – Luz do Mundo
MON, MUMA, Palacete dos Leões, Centro Cultural FIEP, Pátio Batel, MUSA/UFPR, Catedral Metropolitana de Curitiba e vários outros locais.
Até 6 de dezembro.
Informações no site oficial.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.