Há 13 bilhões de anos uma bola de fogo de tamanho infinitesimal explodiu. Essa grande explosão, o Big Bang, gerou uma expansão mais rápida que a velocidade da luz. E assim surgia toda a matéria, energia, espaço e tempo. A origem do universo. Uma coisa curiosa sobre o Big Bang é a percepção de que tudo está intimamente ligado. Quer dizer, todas as pessoas que você ama, que você conhece, todos os seres vivos que já habitaram a Terra. Ainda mais, toda construção, mineral, metal, gás. Todo cometa, lua, planeta. Toda costelação, toda galáxia. Tudo, em algum momento remoto, foi a mesma coisa. Tudo é poeira das estrelas que surgiram daquele ponto de energia. Tudo foi feito pelo sol.
Bilhões de anos depois, esse misterioso e organizado caos fascina os seres humanos. Nós, que vivemos nos mais recentes segundos dessa incrível jornada cósmica, olhamos para o céu desde o início da nossa existência. Dos egípcios aos incas. Dos índios aos navegadores. Do Carl Sagan aos Mutantes. Afinal, como disse o Sérgio Dias, ‘Tudo Foi Feito Pelo Sol’.
Em 1974, Os Mutantes eram uma banda bem diferente daquela que surgira em 1966. É possível separar esta história por fases. Inicialmente, a Rita Lee, o Sérgio Dias e o Arnaldo Baptista formaram um trio absolutamente genial e presentearam o mundo com os seus dois primeiros discos. Após a entrada do Liminha e do Dinho Leme é possível notar uma diferença na sonoridade. Os discos ‘Ando Meio Desligado’ (1970), ‘Jardim Elétrico’ (1971) e ‘País dos Baurets’ (1972) trazem mais rock e ainda mais psicodelia. Em 1973, já sem a Rita, o disco ‘O A e o Z’ mostra a banda no auge do rock progressivo e das suas experimentações psicodélicas.
O ‘O A e o Z’ foi o último disco d’Os Mutantes com a participação do Arnaldo. O Liminha e o Dinho também deixariam a banda. Assim, das formações originais, só restava o Sérgio. Ele, que seria o único membro a manter relação com a banda até hoje, não desistiu naquele momento. Agora, Os Mutantes eram Túlio Mourão com suas teclas e sintetizadores, Antônio Pedro com seu baixo e Rui Motta com sua bateria.
Cercado de excelentes músicos, Sérgio Dias, um genuíno guitar-hero, continuou explorando as influências do rock progressivo, mas agora se descolando da pegada Yes do disco anterior. O ‘Tudo Foi Feito Pelo Sol’ não foi tão revolucionário quantos os clássicos da discografia d’Os Mutantes. Mas isso, de forma alguma, é um demérito. Músicas audaciosas, extensas e elaboradas, com instrumentais bem construídos, precisos e harmoniosos. Conta-se que, no estúdio, o disco foi gravado de uma vez só. Sérgio Dias, em grande forma, transforma esse rock progressivo numa música atraente para muitos amantes da psicodelia setentista através de sua voz, guitarra e letras que preservam a espiritualidade presente no álbum.
O disco começa em alto ritmo e envolvente. A bateria de Rui Motta puxa o riff que, após alguns instantes, já tem todos os instrumentos conversando. Já em ‘Deixa Entrar Um Pouco d’Água no Quintal‘ é possível notar o cuidado com que os arranjos foram feitos. As variações de dinâmica, progredindo em diferentes partes da música, aliada aos timbres bem colocados, ajudam a criar diferentes climas numa mesma música. ‘Pitágoras‘, composição do Túlio Mourão, também é um exemplo disso. O piano hipnótico repete-se ao passo que cresce em certos momentos. Enquanto isso, Sérgio Dias mostra sua capacidade de fazer viajar com seus solos. Sutilmente, a bateria começa a rufar, roubando o lugar da guitarra. O baixo, forte e preciso, aparece cavalgando e, de repente, temos a companiha de um sintetizador. O ápice resulta com todos instrumentos sendo acompanhandos pela bateria. A música segue com variações e surpresas.
https://www.youtube.com/watch?v=6MEkKoaUzHU
E, depois dessa viagem, o transe de ‘Desanuviar‘. Uma balada sombria e piscodélica, com um gosto de Pink Floyd, explosões e sitaras. ‘Eu Só Penso Em Te Ajudar’ trás mais do rock n’ roll. A guitarra distorcida e o piano dão o tom para a bateria e o baixo marcaram o tempo com precisão. Essa é pra tocar moog e dançar boogie boogie. ‘Cidadão da Terra‘ começa com o seu riff quebradeira, anunciamento a pancada que está por vir. As viradas de Rui Motta, que rompe a métrica dos versos, dão ritmo para a ótima letra dessa pedrada. Essa música, assim como ‘Deixa Entrar Um Pouco d’Água no Quintal’, ‘Desanuviar’ e ‘Eu Só Penso Em Te Ajudar’ também são assinadas pelo Liminha. Em ‘O Contrário de Nada é Nada‘ aquela pegada rock n’ roll feita pra dançar ao solo do piano e das guitarras. E, fechando o disco, a faixa que da nome a obra. ‘Tudo Foi Feito Pelo Sol’ começa gentilmente e fala sobre o amor, esperança e, claro, sobre o sol.
Mesmo não sendo um dos disco mais lembrados d’Os Mutantes – até por causa da sua formação bem diferente – esse disco marca a fase de maior sucesso comercial da banda. E este é um dos nossos grandes discos de rock. Excelentes músicos, em grande forma e em sintonia, explorando sua habilidades artísticas e criando um som sempre surpreendente sem soar excessivamente técnico. Um discão.
Por essas e outras que sempre é bom escutar Mutantes. Porque se tudo foi feito pelo sol, de certa forma, somos todos uma pessoa só.
https://www.youtube.com/watch?v=8DjDC19QeY0
https://www.youtube.com/watch?v=oNuX7bs2qAM
Data de Lançamento: 21 de novembro
Retrato de um Certo Oriente, dirigido por Marcelo Gomes e inspirado no romance de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, explora a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. A história começa no Líbano de 1949, onde os irmãos católicos Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour) decidem deixar sua terra natal, ameaçada pela guerra, em busca de uma vida melhor. Durante a travessia, Emilie conhece e se apaixona por Omar (Charbel Kamel), um comerciante muçulmano. Contudo, Emir, tomado por ciúmes e influenciado pelas diferenças religiosas, tenta separá-los, o que culmina em uma briga com Omar. Emir é gravemente ferido durante o conflito, e Emilie é forçada a interromper a jornada, buscando ajuda em uma aldeia indígena para salvar seu irmão. Após a recuperação de Emir, eles continuam rumo a Manaus, onde Emilie toma uma decisão que traz consequências trágicas e duradouras. O filme aborda temas como memória, paixão e preconceito, revelando as complexas relações familiares e culturais dos imigrantes libaneses em um Brasil desconhecido e repleto de desafios.
Data de Lançamento: 21 de novembro
A Favorita do Rei é um drama histórico inspirado na vida de Jeanne Bécu, filha ilegítima de uma costureira humilde, que alcança o auge da corte francesa como amante oficial do rei Luís XV. Jeanne Vaubernier (interpretada por Maïwenn) é uma jovem ambiciosa que, determinada a ascender socialmente, utiliza seu charme para escapar da pobreza. Seu amante, o conde Du Barry (Melvil Poupaud), enriquece ao lado dela e, ambicionando colocá-la em um lugar de destaque, decide apresentá-la ao rei. Com a ajuda do poderoso duque de Richelieu (Pierre Richard), o encontro é orquestrado, e uma conexão intensa surge entre Jeanne e Luís XV (Johnny Depp). Fascinado por sua presença, o rei redescobre o prazer da vida e não consegue mais se imaginar sem ela, promovendo-a a sua favorita oficial na corte de Versailles. No entanto, esse relacionamento escandaloso atrai a atenção e o desagrado dos nobres, provocando intrigas e desafios que Jeanne terá de enfrentar para manter sua posição privilegiada ao lado do monarca.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Em A Linha da Extinção, do diretor Jorge Nolfi, nas desoladas Montanhas Rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Unidos por um objetivo comum, eles embarcam em uma jornada repleta de perigos, enfrentando criaturas monstruosas que habitam esse novo mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.
Data de Lançamento: 21 de novembro
Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Data de Lançamento: 20 de novembro
No suspense Herege, Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher) são duas jovens missionárias que dedicam seus dias a tentar atrair novos fiéis. No entanto, a tarefa se mostra difícil, pois o desinteresse da comunidade é evidente. Em uma de suas visitas, elas encontram o Sr. Reed (Hugh Grant), um homem aparentemente receptivo e até mesmo inclinado a converter-se. Contudo, a acolhida amistosa logo se revela um engano, transformando a missão das jovens em uma perigosa armadilha. Presas em uma casa isolada, Paxton e Barnes veem-se forçadas a recorrer à fé e à coragem para escapar de um intenso jogo de gato e rato. Em meio a essa luta desesperada, percebem que sua missão vai muito além de recrutar novos seguidores; agora, trata-se de uma batalha pela própria sobrevivência, na qual cada escolha e cada ato de coragem serão cruciais para escapar do perigo que as cerca.