Foto: Reprodução/ Youtube
Pirou de vez. O que a Operação Lava Jato tem a ver com feminismo? Olha, amigos, vejam vocês: tudo tem a ver com feminismo. Hoje, vamos retratar um pouquinho o machismo no jornalismo, na política e até mesmo em atividades criminosas. Essa coluna foi construída por meio de conversas de bar com minha grande amiga Katna Baran (<3) que participou dos depoimentos da CPI da Petrobras em Curitiba e trouxe, entre uma cerveja e outra, várias discussões que não vimos por aí. Portanto, além de Laurices, teremos Katnices. Se arruma na cadeira que lá vem textão. Agora, vamos aos fatos:
A Operação Lava Jato escancarou (ou vem escancarando) um dos maiores esquemas de corrupção do Brasil. A investigação inicial mirou nos principais doleiros do país, mas logo chegou a grandes empreiteiras e diretores da Petrobras, revelando uma fonte de recurso que abasteceu campanhas eleitorais e partidos políticos. Tudo leva a crer que muita água (leia-se gente) vai passar por essa lavanderia.
Com as denúncias pipocando pra lá e pra cá, prontamente, os parlamentares montaram a CPI da Petrobras. Na teoria, apesar de possuir grandes poderes, como de quebra de sigilos, a Comissão tem como objetivo geral encaminhar suas conclusões ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos acusados. Na prática, é uma boa tática de promoção da imagem dos próprios parlamentares. E só.
No início de maio, alguns deputados membros da CPI da Petrobras estiveram em Curitiba para coletar depoimentos de 14 investigados da operação que estão presos na capital. Compreensível. Realmente sairia muito caro para os cofres públicos providenciar transporte e escolta de cada um deles para Brasília. Pode-se questionar, porém, a real relevância dos depoimentos, visto que a maioria se calou diante dos parlamentares.
Uma das “vítimas” dessa insistência foi a doleira Nelma Kodama. Ao contrário da maioria, ela topou falar, mas ninguém a ouviu de verdade. Se estivessem de fato investigando, atentariam para a importância do seu depoimento. Apontada como chefe de um dos núcleos investigados pela Lava Jato, Nelma operava no mercado negro de câmbio e chegou a oferecer ajuda aos parlamentares para identificar os “furos” na legislação financeira do Brasil.
Em três horas de depoimento, ela citou pelo menos cinco vezes os “problemas do sistema”. “Qual é o maior doleiro: eu, o Banco Central ou as instituições financeiras? Enquanto não tirar o mal pela raiz, que está no sistema, isso não vai acabar”, soltou. Ninguém ouviu. Mas quando ela cantou “Amada Amante” (em coro com alguns deputados, diga-se de passagem) para tratar de sua relação com o doleiro Alberto Youssef, todo mundo ouviu.
Mesmo representando 1% do depoimento, a sentimentalidade da doleira-amante foi destaque na mídia nacional e alvo de reflexões psicológico-amorosas. Flávio Freire, do O Globo, destacou que ali estava uma mulher que não queria falar sobre os crimes que cometeu, mas chamar a atenção para o seu “coração partido”. “O foco era o homem que parece ter-lhe abandonado”, escreveu. Xico Sá, no El País, perguntou: “Os corruptos também amam?”.
Vamos, agora, à resposta:
Olha, se os corruptos amam, não vem ao caso. Sabemos que, em meio a tantas besteiras ditas na Lava Jato, o tratamento dedicado à doleira Nelma Kodama mostra exatamente como são tratadas as mulheres na sociedade – na mídia, no crime, na esquina de cada rua. Nas palavras de uma amiga, “é aquela velha história de exotificar uma mulher que comete um crime, que ela fez aquilo por impulso do coração, por amar ou odiar algum homem”. Mas será possível que, até mesmo para realizar operações fraudulentas que exigem, no mínimo, um amplo conhecimento do sistema financeiro e político brasileiro, uma mulher precisa fazê-las por um homem? Não existiram outras dezenas de razões?
Exaltaram sua magreza, já que o próprio Google completa com Nelma emagreceu quando se pesquisa o nome da doleira, seu cabelo Joãozinho – especularam se havia piolhos na cadeia –, falaram sobre sua fé, ao vê-la com um terço nas mãos e trataram dos euros na calcinha. “Na calcinha, não!”, respondeu Nelma, que acredita que, “como já havia uma história de dólar na cueca”, precisavam enfiar algo na calcinha de uma mulher. Sugestivo.
Não cabe aqui julgar seus atos ilícitos – isso a Justiça já está fazendo (ela já foi condenada por alguns crimes e responde por tantos outros). Tudo aponta que ela era uma das cabeças do esquema, fez centenas de operações fraudulentas, movimentando muito dinheiro. Fato é que, ao resolver escancarar a palhaçada de uma CPI, diminuíram seu depoimento em estereótipos como o da mulher fatal, fútil, que age por impulso, a conhecida mulher-instrumento. Há dois fatos aí: primeiro, o da mulher-doleira-apaixonada-fútil-instrumento e, segundo, a tentativa clara de esconder algo de extrema relevância para a CPI da Petrobras. Quem é o maior doleiro: a Nelma ou o sistema?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Dirigido e roteirizado por Pat Boonnitipat, a trama dessa ficção emocionante, Como Ganhar Milhões Antes que a Vó Morra, acompanha a jornada do jovem When M (Putthipong Assaratanakul), que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah (Usha Seamkhum), instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, assim será o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, When resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, When descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Um aspirante a escritor utiliza um alter ego para desenvolver seu primeiro romance. Em Sebastian, Max é um jovem de 25 anos que vive como escritor freelancer em Londres trabalhando com artigos para uma revista. Ter um livro publicado fala alto na lista de desejos do rapaz e, então, ele encontra um tema para explorar: o trabalho sexual na internet. Se a vida é um veículo de inspiração para um artista, Max corre atrás das experiências necessárias para desenvolver a trama de seu livro. Com isso, durante a noite, Max vira Sebastian, um trabalhador sexual com um perfil em um site no qual se oferece pagamentos por uma noite de sexo. Com essa vida dupla, Max navega diferentes histórias, vulnerabilidades e os próprios dilemas. Será que esse pseudônimo é apenas um meio para um fim, ou há algo a mais?
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Uma comédia em que grandes segredos e humilhações se cruzam e vem à tona. Histórias Que é Melhor Não Contar apresenta situações com as quais nos identificamos e que preferimos não contar, ou melhor, que preferimos esquecer a todo custo. Encontros inesperados, momentos ridículos ou decisões sem sentido, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções. Na primeira história, uma mulher casada se vê atraída por um rapaz que conheceu em um passeio com o cachorro. Em seguida, um homem desiludido com seu último relacionamento se vê numa situação desconfortável na festa de um amigo. Na terceira, um grupo de amigas atrizes escondem segredos uma da outra. Por último, um professor universitário toma uma decisão precipitada; e um homem casado acha que sua mulher descobriu um segredo seu do passado. Com uma estrutura episódica, as dinâmicas do amor, da amizade e de relacionamentos amorosos e profissionais estão no cerne desse novo filme de Cesc Gay.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Lee, dirigido pela premiada cineasta, Ellen Kuras, vai contar a história da correspondente de guerra da revista Vogue, durante a Segunda Guerra Mundial, Elizabeth Lee Miller. O filme vai abordar uma década crucial na vida dessa fotógrafa norte-americana, mostrando com afinco o talento singular e a tenacidade dela, o que resultou em algumas das imagens de guerra mais emblemáticas do século XX. Isso inclui a foto icônica que Miller tirou dela mesma na banheira particular de Hitler. Miller tinha uma profunda compreensão e empatia pelas mulheres e pelas vítimas sem voz da guerra. Suas imagens exibem tanto a fragilidade quanto a ferocidade da experiência humana. Acima de tudo, o filme mostra como Miller viveu sua vida a todo vapor em busca da verdade, pela qual ela pagou um alto preço pessoal, forçando-a a confrontar um segredo traumático e profundamente enterrado de sua infância.
Data de Lançamento: 19 de dezembro
Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.