Caetano Veloso dá um abraçaço ousado em Curitiba

Na última quinta-feira (24), Caetano Veloso e a BandaCê voltaram a se apresentar no Teatro Positivo pela turnê Abraçaço – nome de seu último disco. Na ocasião, o baiano foi recebido por um público caloroso, que mostrou conhecer bem sua obra.

Foto: Jéssica Carvalho/Curitiba Cult

Foto: Jéssica Carvalho/Curitiba Cult

O show durou cerca de 1h40. A setlist – bastante semelhante à da apresentação da mesma turnê que o artista fez em Curitiba no ano passado – foi composta por uma junção de canções de seus últimos álbuns e seus sucessos mais antigos, tudo apresentado com iluminação e qualidade de áudio impecáveis.

Reafirmando que superou os banquinhos e violões, Caetano abriu o espetáculo com A Bossa Nova é Foda – faixa que reflete bem sua fase “roqueira”. Em seguida, ganhou a afeição do público ao tocar Quando O Galo Cantou, que também faz parte de seu novo repertório.

Ao longo da noite, transitou confortavelmente pelo palco, interagindo com a plateia e entregando performances ousadas em Homem (Cê, 2006), representando uma vagina com as mãos, e em De Noite na Cama, música de sua autoria que foi gravada por Erasmo Carlos em 1971 – nesta, abriu a camisa enquanto cantava.

Durante a execução de Reconvexo, canção composta por Caetano para sua irmã, Maria Bethânia, o coro engrossou no trecho que cita dona Canô, a mãe do artista, falecida em 2012.

Da fase nova, também fizeram parte da setlist a experimental Funk Melódico, Quero Ser Justo, Um Abraçaço, Um Comunista, Império da Lei, Estou Triste e Parabéns – esta dedicada aos aniversariantes do dia.

Para os mais saudosistas, foram apresentadas Eclipse Oculto (Uns, 1983), Alguém Cantando e Triste Bahia (Transa, 1972) e Você não entende nada, famosa pela gravação em dueto com Chico Buarque (Chico & Caetano – Juntos e Ao Vivo, 1972), que veio na despedida.

Quando o baiano voltou para o bis, o público já tinha descido as escadas e o esperava em frente ao palco. Ele finalizou o show com Nine Out Of Ten (Transa, 1972), Força Estranha (gravada por Roberto Carlos em 1978) e a clássica A Luz de Tieta (Tieta do Agreste, 1996).

Ao lado do cantor, os músicos Ricardo Dias Gomes (baixo e teclados), Marcelo Callado (bateria e percussão) e Pedro Sá (guitarras) agradeceram e deixaram o cenário feito de cavaletes e formas geométricas por volta das 10h50. A plateia os aplaudiu demoradamente.

Por Jessica Carvalho
25/07/2014 11h13