Quem me dera agora eu tivesse a viola pro Jaime tocar…

Popularmente maestro, comumente Jaime, profissionalmente maestro Jaime Alem. Começou garoto, com 13 anos tocava em bailes, com 22 lançou o primeiro disco, com 30 já estava na banda de Maria Bethânia. Tomou a linha de frente, organizou o movimento, orientou o carnaval, tornou-se maestro do conjunto da baiana, no qual ficou por mais de 30 anos, mas a vida arranjou – o que ele faz tão bem – a ele outras coisas, suas coisas.

E seus arranjos bem feitos ao lado de Bethânia agora são dedicados à sua carreira. Quem já viu Jaime tocar sabe a beleza que tem uma viola bem afinada, parece que o instrumento é dele, o instrumento é ele, a mão do Jaime e a mão da viola se entrelaçam feito dois namorados, um casamento perfeito – com toda a licença, Nair (esposa e companheira).

A atenção que ele tem com a música, com a viola, com os arranjos, tem também com a vida. As ruas de Santa Tereza, no Rio, onde vive, simpáticas, como as vielas portuguesas, combinam com a sua simpatia, a sua atenção. Jaime Alem é polido, é violeiro, é músico, é maestro, e tudo isso com qualidade.

Recentemente lançou “Meu Relicário”, obra-prima, delicado e certeiro. Quando questionado sobre o estilo musical, ele responde: “Todos, o que couber, do interior do Brasil ao urbano”.

Por Dédallo Neves
09/03/2015 19h10