Você tem um minuto para falar sobre bolhas de sabão?

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Nas últimas semanas, minhas redes sociais foram bombardeadas por notícias e fotos dos livros Jardim secreto e Floresta encantada, da britânica Johanna Basford. O grande apelo são as ilustrações simpáticas e cheias de minúcias para colorir, destinadas a um público que não está habituado a isso: adultos. De repente, marmanjos e moças das mais variadas idades voltaram a comprar lápis de cor e canetinhas hidrográficas – no YouTube e no Instagram, há quem faça até tutoriais e reviews dos melhores materiais para a pintura.

Uma amiga comentou que acha curioso que adultos precisem de um livro específico para começar a pintar. Concordo com ela, mas vejo a mania com bons olhos: finalmente, galera! Temos mesmo que pintar, aprender a tocar um novo instrumento ou língua, praticar um esporte se essa for a sua vontade – mesmo que você, assim como eu, não consiga fazer o saque passar da rede, no vôlei. Se todo mundo tem lá um pouquinho de saudade da infância, quando não tínhamos muitas preocupações, por que não continuar com algumas brincadeiras?

Se você trabalha o dia inteiro e não tem tempo para nada, peça demissão podemos ser ainda mais simples. Vamos falar sobre bolhas de sabão, por exemplo. No Carnaval deste ano, durante o Psicodália, voltei a me apaixonar por essas bolinhas belíssimas e tão efêmeras. Durante os shows, uma das minhas diversões era observar como seu breve voo envolvia pessoas dos mais diferentes grupos. Quase todos interagiam com elas de alguma forma, seja assoprando-as para que continuassem a jornada, esticando os dedos indicadores para estourá-las ou somente observando as cores que elas refletem.

Desde então, meu namorado e eu começamos a carregar o potinho mágico em nossos passeios. Vamos à farmácia da esquina? Sim, mas espalhando bolinhas pelo caminho. A diversão então ganhou toques de experimento e se estendeu à cafeteria em que trabalhamos, o Espresso 2222, onde o brinquedo fica à disposição dos clientes. As crianças adoram, é claro, mas isso nós já esperávamos.

O mais interessante é observar como adultos também se divertem enquanto esperam o seu café. Quando falta assunto, é só pegar a bolinha de sabão e brincar um pouco. Garanto que o tempo passa rápido. Muitos aproveitam para tentar fazer bolhas gigantes ou tirar fotos. Também colocamos canetinhas para quem quiser personalizar o próprio copo, deixamos um violão à disposição para quem quiser tocar.

Às vezes, na correria do dia a dia, nos esquecemos de que também podemos fazer essas atividades, que podem parecer até um tanto bobinhas – e talvez sejam mesmo, mas não acho que isso importe. O bem estar gerado compensa.

Dia desses, quero preparar algumas folhas de Stop! e deixar em cima das mesas. Vai que alguém se anima?

Por Nayara Brante
12/04/2015 12h50