Trinca de Ases em Curitiba: relicário imenso da música nacional

Gal Costa. Cantora que, com seus mais de 50 anos de carreira, já foi considerada pela Rolling Stone Brasil a sétima maior voz da música brasileira. Gilberto Gil. Vencedor de Grammys e detentor de uma discografia que conta com mais de 50 álbuns que exploram vertentes musicais variadas. Nando Reis. Compositor de sucessos nacionalmente conhecidos, cuja carreira solo não foi menor que sua passagem pela banda Titãs.

Juntos, os três formam a Trinca de Ases, espetáculo que ocorreu na Ópera de Arame em Curitiba na última sexta-feira (08.12). Três patetas, três poetas da canção reunidos em uma noite de celebração da música nacional.

foto: Ana Guimarães/Curitiba Cult

Munidos de seus violões e vocais potentes, os artistas interpretaram faixas já célebres, como Palco, All Star, Esotérico, Relicário, Dois Rios e Segundo Sol. Apresentaram outras inéditas, como Trinca de Ases, Dupla de Ás e Tocarte (primeira parceria de Gil e Nando Reis). Emocionaram com duetos, com solos, com toques sutis em cada faixa.

A cada entrada de Gal Costa, a plateia ovacionava sua potência vocal. Em um teatro lotado, todos agiam como que hipnotizados pela desenvoltura dos três no palco, gritando, vez ou outra, elogios, que eram retribuídos com a gentileza que apenas grandes músicos são capazes de expressar em um espetáculo.

foto: Ana Guimarães/Curitiba Cult

Homenagens também não ficaram de fora. Na faixa Nada Mais, antes de Gal destilar um sofrimento amoroso delicioso de se escutar, Nando executou parte de Lately, de Stevie Wonder. Luiz Melodia foi outro que apareceu no setlist, com a faixa Pérola Negra.

Tons de alegria, momentos de dor melodiosa e uma execução impecável de cinco músicos (não podemos esquecer das presenças de Magno Brito, baixista pernambucano, e de Kainan do Jêjê, percusionista baiano) marcaram na memória mais uma grandiosa reunião de ícones da música brasileira.

O show completo pode ser conferido no YouTube (basta clicar aqui). Entretanto, assistir a lendas ao vivo é uma emoção difícil de descrever em palavras. Vida longa aos três mosqueteiros!

foto: Ana Guimarães/Curitiba Cult

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Por Alex Franco
12/12/2017 10h58