Por que o Brasil não é diferente da Rússia?

O movimento LGBT tem conquistado grandes vitórias em 2015. A maior notícia do ano foi a legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo em todo os Estados Unidos. Moçambique também surpreendeu o mundo com a descriminalização da homossexualidade. Mas como isso afetou a Rússia? Como é viver experiências homoafetivas públicas em um dos países mais homofóbicos do globo?

Pensando em responder essas perguntas, um experimento social, retratado no vídeo do canal ChebuRussiaTV, mostra um casal gay andando pelas ruas de Moscou. Confira a reação das pessoas:

Repare que a maioria dos agressores são homens, e basta uma ofensa para desencadear uma série de reações negativas de outras pessoas ao redor. Essas atitudes têm respaldo no posicionamento do governo russo sobre as questões relacionadas aos direitos humanos.

O Parlamento do país aprovou, em 2013, a lei que pune qualquer tipo de “propaganda gay” a menores. Esta é apenas uma das medidas que refletem a homofobia russa. No vídeo, as agressões verbais e físicas sofridas pelos dois jovens gays são apenas uma parcela da realidade em Moscou.

Em Curitiba, por exemplo, o receio de agressões fica por conta da ação de skinheads e neonazistas. Na maioria das vezes, o que um casal gay recebe aqui são olhares tortos. Uma pesquisa da consultoria Santo Caos aponta que no Brasil, um país supostamente mais tolerante, a orientação sexual e a identidade de gênero influenciam na hora de conseguir um emprego no mercado de trabalho.

O estudo mostra que 38% das empresas tem restrições para contratação de homossexuais. O vídeo da ChebuRussiaTV prova que, se aqui a homofobia está diluída no sistema, na Rússia, o normal, infelizmente, é ser homofóbico.

Por Lucas Panek
11/08/2015 09h00